Juan de Zúñiga y Pimentel
Juan de Zúñiga y Pimentel (Plasencia, cerca de 1459[1] – Cáceres, 26 de julho de 1504) foi um cardeal e mecenas espanhol da Igreja Católica, pertencente à influente Casa de Zúñiga, que foi mestre da Ordem de Alcântara e arcebispo de Sevilha. BiografiaEra filho de Álvaro de Zúñiga y Guzmán, duque de Plasencia, e de sua segunda esposa, Leonor Pimentel y Zúñiga, duquesa de Arévalo.[2][3] Sua mãe investiu um enorme esforço e muito dinheiro, como atesta o grande endividamento que seus senhorios tinham em sua morte, para fazer seu filho Juan como Maestro de Alcántara, da Ordem de Cister.[3] Ainda jovem demonstrou aptidão para as armas e seus pais proporcionaram-lhe a oportunidade de cultivá-la.[2] Frei Gómez de Cáceres y Solís, mestre da Ordem de Alcântara, foi deposto por seus delitos e em 19 de outubro de 1472 foi eleito em seu lugar Frei Alonso de Monroy, que apoiou o rei Henrique IV e, mais tarde, os reis católicos Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela. A duquesa de Arévalo, quando Juan tinha dez anos idade, viu nesta ocasião a oportunidade de progredir e com a permissão do rei Henrique, pediu ao papa que reservasse esse cargo, quando este ficasse vago, para o seu filho.[2][3] Entretanto, o mestre deposto não tinha aceitado a sua remoção e resistiu militarmente. Quando o Papa Sisto IV era o mestre geral de sua ordem, antes de sua eleição para o pontificado, ele visitou os conventos franciscanos na Espanha e os pais de Juan o receberam com grande magnificência, sendo que neste momento, enviaram-lhe muitos presentes em reconhecimento à antiga amizade. O papa concordou com o pedido e, por meio de uma bula de 20 de fevereiro de 1473, concedeu ao novo mestre dispensa para sua tenra idade. O mestre deposto morreu e Frei Alonso de Monroy se elegeu Mestre novamente em 28 de maio de 1473 e tudo parecia estar a seu favor: o apoio dos Reis Católicos e das constituições da sua ordem. Infortunadamente, ele foi preso quando o duque de Arévalo, pai de Juan, mostrou a bula papal como administrador de seu filho durante a minoria deste último; Juan tomou o hábito e a dignidade de mestre em 23 de janeiro de 1475.[2][3] Distinguiu-se nos cercos de Málaga, Baeza e Granada contra os mouros e contribuiu para a conquista do reino de Granada aos infiéis em 1492. Em 20 de novembro de 1494, renunciou ao cargo de grão-mestre da ordem e esta passou para as mãos do rei Fernando I da Espanha, que uniu a ordem à sua coroa.[nota 1] Retirou-se para Villanueva de la Serena e mandou construir um mosteiro para viver na solidão com outros cavaleiros sob o governo da Ordem de São Bento, que era o governo de sua antiga ordem militar.[2][3] Estudou no mosteiro de que mandou construir sob a direção de Antonio de Nebrija, que lhe ensinou latim e lhe dedicou o Diccionario latino-español (1492). Frei Gutierre de Trejo, cavaleiro de Alcântara, ensinou-lhe direito, Frei Domingo, O.P., ensinou-lhe teologia, enquanto Abraão Zacuto, um astrônomo judeu, ensinou-lhe o astrolábio e Maestro Solórzano, música. Ao mesmo tempo, desenvolveu uma paixão pela caça. Escreveu Historia de los Reyes Godos y de las Órdenes Militares e concluiu a obra Libro de las Horas de los Zúñiga, iniciada por Diego López de Zúñiga, seu bisavô.[2][3] Obteve uma prebenda na catedral de Burgos. Os monarcas espanhóis o nomearam Arcebispo de Sevilha e ele aceitou em 1502. Foi confirmado pelo Papa Alexandre VI em 5 de maio de 1503, tomou posse por procuração em 18 de janeiro de 1504 e fez sua entrada solene em junho de 1504.[2][3][4] Foi criado cardeal pelo Papa Júlio II no Consistório de 29 de novembro de 1503 e seu nome foi publicado em 4 de dezembro de 1503, recebeu o título de cardeal-presbítero de Ss. Nereo ed Achilleo em 6 de dezembro seguinte;[2][3][4] o barrete vermelho foi enviado com uma bula papal em 24 de fevereiro de 1504. Ele deixou Sevilha para a corte em 17 de julho de 1504.[2] Durante esta viagem, morreu em 26 de julho de 1504, na granja Mirabal do mosteiro de Santa Maria de Guadalupe, em Cáceres, na Extremadura.[2][3][4] Seu corpo foi enterrado temporariamente na igreja de Santa Catalina daquele mosteiro e em 1533, foi transferido para a capela-mor do convento dominicano de São Vicente Ferrer, em Plasencia, fundado por sua mãe, e aí sepultado. Em 17 de agosto de 1504, o Papa Júlio II expressou seu pesar pela morte do cardeal.[2] Referências
Notas
Ligações externas
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