José Cardoso de Moura Brasil
José Cardoso de Moura Brasil, mais conhecido como Dr. Moura Brasil (Iracema, 10 de fevereiro de 1848 - Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1928) foi um médico oculista brasileiro, um dos mais notáveis de seu tempo, patrono de uma das cadeiras da Academia Nacional de Medicina. Foi o criador do centenário colírio que leva seu nome, e que continua a ser produzido por um grande laboratório, e avô do também oftalmologista Oswaldo Moura Brasil.[1] Infância e primeiros anosEra filho do Tenente Coronel José Cardoso Brasil e de Theresa Maria de Moura Brasil; nasceu no então povoado de Caixo-só, que era termo do Pereiro e foi batizado na então vila de Apodi, no Rio Grande do Norte.[2] Ainda em vida seu local de nascimento foi disputado pelo Rio Grande do Norte; em face disto, o próprio Moura Brasil escreveu, em 15 de julho de 1901:
Iniciou seus estudos em casa do Major Vicente Borges Gurjão, em 1861, no Pereiro; em 1865 foi para Fortaleza onde se matriculou no Liceu daquela capital fazendo no mesmo ano os exames de francês e de filosofia.[2] Formação e vida profissionalEm 1866 mudou-se para Salvador fazendo ali os cursos preparatórios e ingressou na Faculdade de Medicina em 15 de março de 1867, da qual formou-se laureado a 30 de novembro de 1872, mesmo dia em que se casou com Maria Emília Machado.[2] Pouco tempo depois seguiu para a Europa a fim de aperfeiçoar-se na oftalmologia e de tal forma teve sucesso que Wecker o escolheu para chefiar sua clínica.[2] Retornando ao Ceará em 1875, realizou mais de mil consultas quatrocentas operações, atendendo na Santa Casa de Misericórdia e granjeando a admiração e reconhecimento da sociedade e de seus pares – ali ficando até 24 de setembro de 1876, data em que se estabeleceu no Rio de Janeiro, então a capital do Império.[2] No Rio estabeleceu clínica à rua do Ouvidor e obteve igual êxito e reconhecimento, além de agir com caridade para com os necessitados; em 1882 fundou na cidade uma Policlínica[2] e ingressou na então chamada Academia Imperial de Medicina, entidade que presidiu pela última vez com este nome em 1889 e foi o primeiro com o atual de Academia Nacional de Medicina, até 1891.[4] Ainda em vida, na década de 1890, um telegrama apócrifo deu aos cearenses a falsa notícia de sua morte, e logo todo comércio de Fortaleza fechou suas portas em sinal de luto. [2] Foi um dos primeiros moradores do bairro de Ipanema.[5] Morreu no Rio, aos oitenta anos de idade.[4] Homenagens e reconhecimentoMoura Brasil é lembrado no livro Baú de Ossos do escritor Pedro Nava; obra memorial, o escritor lembra-se de quando sua mãe, Diva Mariana, muda-se com a família para o Rio de Janeiro no final da década de 1890 a fim de tratar-se com ele de problemas nos olhos, no dizer do autor: “Senão, cegueira...”.[6] No centenário de seu nascimento (1948) foi inaugurado um busto em sua homenagem pelo "Centro Médico Cearense", em Fortaleza, no largo do Passeio Público.[7] Referências
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