João de Éfeso
João de Éfeso (ou da Ásia; 505-585) foi um líder de uma igreja siríaca não-calcedônia no século VI, e um dos primeiros e mais importantes historiadores que escreveram em siríaco. O principal trabalho de João foi sua História Eclesiástica que abrange desde o reinado de Júlio César até 585, tendo ele também empregado a era selêucida.[1] Foi composto em três partes, cada um com seis livros: a primeira parte foi perdida, a segunda foi preservada em dois manuscritos do Museu Britânico enquanto a terceira parte parece estar completamente preservada.[2] Nascido em Amida (atual Diarbaquir) cerca de 505, ele foi ordenado como diácono em 529 por João de Tela no mosteiro de Zuquenim mas devido à sua doutrina monofisista foi obrigado a refugiar-se na Palestina em 534. Posteriormente mudou-se para Constantinopla devido à pestilência que se propagou entre 534-537. Esteve de volta a Amida no início da perseguição aos monofisistas por Efraim, patriarca de Antioquia, e Abraão, bispo de Amida (520-541); retornou a Constantinopla em 540.[2] Durante o reinado de Justiniano (r. 527–565), João tornou-se líder da comunidade monofisista e a ele foi incumbida a missão de converter todos os pagãos das províncias asiáticas.[2] Bar Hebreu diz que João sucedeu Ântimo I como bispo monofisista de Constantinopla, mas este é provavelmente um erro.[3] João esteve envolvido na construção do grande mosteiro de Trales (atual Aidim) nas colinas que contornam o vale de Meandro assim como mais de 90 outros mosteiros, principalmente em cima de demolidos templos pagãos.[4] Embora não tenha visitado a Núbia esteve ativo na conversão dos núbios.[5] João posteriormente foi consagrado por Jacó Baradeu como bispo de Éfeso. Em 546, o imperador confiou-lhe a missão de erradicar a prática secreta da idolatria em Constantinopla e seus arredores, após a morte de Justiniano (565) e a ascensão de Justino II. Quando a perseguição aos monofisistas começou em 571, João foi uma das primeiras vítimas tendo sido preso. Embora não se saiba ao certo a data de seu falecimento, considera-se que tenha sido em 585.[2] Referências
Bibliografia
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