Jacques Diouf
Jacques Diouf (São Luís, 1 de agosto de 1938 - Paris, 17 de agosto de 2019[1]) era um político e diplomata senegalês. Exerceu as funções de Secretário de Estado e embaixador de seu país. De 1994 a 2011, foi diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sucedendo ao libanês Edouard Saouma. Em 2012, foi sucedido por José Graziano da Silva, eleito em junho de 2011. FormaçãoApós concluir seus estudos primários na escola Duval e os secundários no Lycée Faidherbe, ambos em sua cidade natal, Diouf mudou-se para Paris, para estudar na Escola de Agricultura de Grignon, onde formou-se engenheiro agrônomo. Obteve o mestrado em Agronomia Tropical na Escola Nacional de Agronomia Tropical Aplicada, em Nogent-Paris e o doutorado em Ciências Sociais do Mundo Rural na Faculdade de Direito e Ciências Econômicas da Universidade de Sorbonne, também em Paris. Em Nova Iorque, Diouf obteve um Certificado de Gestão e um Certificado Superior de Gestão pela American Management Association. CarreiraDiouf começou sua carreira em 1963. Aos 25 anos, tornou-se diretor do escritório europeu do Programa de Comércio Agrícola (OCA), trabalhando entre Paris e Dakar. De 1965 a 1971, trabalhou na Nigéria como diretor do Conselho Africano do Amendoim, em Lagos, e de 1971 a 1977, foi secretário executivo da recém-criada Associação para o Desenvolvimento do Cultivo de Arroz da África Ocidental (WARDA), na cidade liberiana de Monróvia[nota 1] Em 1978, deixou a WARDA para tornar-se Secretário de Estado para Ciência e Tecnologia do governo de Senegal, durante o mandato do primeiro-ministro Abdou Diouf e sob a presidência de Léopold Sédar Senghor. Após a saída de Senghor, continuou no cargo até 1983, quando tornou-se membro do Parlamento do Senegal, presidido por Habib Thiam, e deputado da Confederação da Senegâmbia. Como parlamentar, presidiu o grupo de amizade Senegal-Reino Unido e também a Comissão Parlamentar de Assuntos Estrangeiros. Em Senegal, foi presidente do Comitê de Relações Exteriores. Entre 1984 e 1985, foi conselheiro do presidente e diretor regional do Centro de Pesquisas para o Desenvolvimento Internacional, em Ottawa. De 1985 a 1990, Diouf tornou-se Secretário-Geral do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), dirigido por Alassane Ouattara e baseado em Dakar. De 1990 a 1991, foi conselheiro especial do diretor Charles Konan Banny, no mesmo banco. Entre maio de 1991 e dezembro de 1993, atuou como embaixador da missão permanente do Senegal junto às Nações Unidas, em Nova Iorque, subordinado ao ministro Djibo Leyti Kâ. Em 8 de novembro de 1993, foi eleito Diretor-Geral da FAO. Em 1 de janeiro de 1994, deu início em Roma ao seu primeiro mandato de seis anos, sucedendo ao libanês Édouard Saouma. Reeleito por duas vezes, atualmente exerce seu terceiro sexênio, iniciado em janeiro de 2006. Em 13 de setembro de 2006, lançou um apelo em favor de uma "segunda revolução verde", que permitiria o abastecimento de uma população mundial crescente, aliada à preservação dos recursos naturais e do meio ambiente.[2] Outras funçõesDurante sua carreira, Diouf também exerceu posições de responsabilidade em diversos conselhos. HomenagensDiouf recebeu de governos e instituições acadêmicas inúmeras homenagens internacionais, como a Legião de Honra da França.
Desde 1994, muitas universidades outorgaram-lhe títulos e menções, incluindo 14 títulos de doutor honoris causa.
CríticasEm 14 de maio de 2006, o jornal britânico The Guardian publicou a carta de demissão de Louise Fresco, Diretor Assistente Geral da FAO. Em sua carta, o respeitado doutor criticou o estilo de gestão de Diouf:
ReligiãoEm 2009, Diouf tomou parte em um sínodo especial para a África organizado pela Igreja Católica em Roma, apesar de ele ser muçulmano. O sínodo discutiu diversos temas que não estavam diretamente relacionados à religião, e que envolviam a cooperação entre a Igreja e as Nações Unidas, como a segurança alimentar, a situação do sistema de saúde africano e as tentativas de solucionar os conflitos e alcançar a paz no continente.[5] FamíliaDesde 1963, é casado com Aïssatou Seye, com quem tem cinco filhos. FomeDiouf afirma que a fome é, acima de tudo, um problema político e econômico. Segundo estimativas de 2003 e 2004, dos 6,3 bilhões de habitantes do planeta, dois bilhões de indivíduos passam fome, e a razão, segundo Diouf, é a repartição desigual das riquezas.
Ver tambémNotasReferências
Bibliografia
Publicações
Ligações externas
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