Edouard Saouma
Edouard Victor Saouma (Beirute, 6 de novembro de 1926 – Beirute, 1 de dezembro de 2012) foi Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) por três mandatos consecutivos, de 1976 a 1993. CarreiraApós completar seus estudos na Escola Nacional de Agricultura de Montpellier em 1952, Saouma tornou-se diretor do Centro Agrícola Experimental do Vale do Beqaa, no Líbano até 1962, quando tornou-se deputado regional da FAO para a Ásia e o Extremo Oriente, cargo que ocupou até 1965. Em seguida, foi diretor da Divisão da FAO para Desenvolvimento da Terra e da Água, de 1965 a 1975, quando foi eleito para dirigir a FAO. Grupo de CamberlyAs nações que buscavam substituir o Dr. Saouma nas eleições de 1987 concentraram sua estratégia em reuniões secetas do que ficou conhecido como Grupo de Camberly,[1] em referência à cidade inglesa que sediou a primeira reunião, em 1986. Os membros originais do grupo eram Alemanha Ocidental, Austrália, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Grã-Bretanha, Holanda, Japão, Noruega, Suécia e Suíça. Os Estados Unidos foram excluídos de início, em virtude do forte apoio dado a Saouma pelo seu embaixador Millicent Fenwick (ex-member do Congresso). Os esforços do Grupo de Camberly provaram-se inúteis, e Saouma foi re-eleito.[2] LegadoA passagem de Saouma pela FAO foi marcada pela sua dedicação expressa aos países do terceiro mundo, pelo apoio desses mesmos países à sua administração,[3] suas numerosas iniciativas[carece de fontes], e sua independência dos principais contribuidores, como Estados Unidos, Canadá e Austrália. A administração Reagan, por meio da Heritage Foundation, tentou desesperadamente desacreditá-lo, quando de sua reeleição para o terceiro mandato. Muitos peritos em alimentação afirmam que parte do sucesso de Saouma veio de seu esforço em identificar a FAO com a luta contra a fome mundial.[4] Sua liderança controversa é melhor retratada por uma mensagem do Departamento de Estado estadunidense aos diplomatas daquele país, a respeito de Saouma, publicada em 1987 pelo jornal The New York Times.[5]
Em reconhecimento ao seu papel decisivo, a Conferência da FAO estabeleceu, em novembro de 1993, o Prêmio Edouard Saouma.[6] Principais iniciativasPrimeiro mandato (1976-1981)Saouma começou sua gestão criando o Programa de Cooperação Técnica (TCP) da FAO, em 1976. No ano seguinte, participou da Conferência da FAO que desenvolveu o novo programa Prevention of post harvest food losses, com um capital inicial de 20 milhões de dólares. Lançou o Relatório de Alimentos do Quarto Mundo (1978), estimando em 455 milhões de subnutridos entre os habitantes dos países em desenvolvimento. Em 1979, organizou a primeira Conferência Mundial sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, na sede da FAO, em Roma. A conferência concordou com uma Declaração de Princípios e um Programa de Ação para combate à pobreza no campo, e estabeleceu o Dia Mundial da Alimentação,[7] a ser observado anualmente por todos os países-membros, em 16 de outubro, aniversário de fundação da FAO. O primeiro Dia Mundial da Alimentação ocorreu em 1981, e foi observado por 50 países-membros. Também em 1981, a FAO passou a adotar o Mapa Mundial do Solo, que indica as ações necessárias para proteger e restaurar o solo e prevenir a desertificação.
HomenagensSaouma recebeu homenagens de diversos países.
Também recebeu títulos de doutor honoris causa de várias universidades.
FamíliaEra casado com Ines Forero e pai de Galia Saouma-Isar, Victor Saouma e Samia Saouma-Hetzler. Referências
Ver tambémLigações externas
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