Jacinto Gago Machado de Faria e Maia
Jacinto Gago Machado de Faria e Maia (Ponta Delgada, 7 de Outubro de 1874 — Beuel, Bona, 25 de Outubro de 1925) foi um advogado e intelectual, com obra publicada no campo da economia política. Republicano e autonomista, exerceu as funções de governador civil do Distrito Autónomo de Ponta Delgada em 1914-1915.[1][2][3] BiografiaFoi filho de Francisco Machado de Faria e Maia e de sua esposa, Mariana da Silveira Gago da Câmara, uma família da elite aristocrárica terratenente da ilha de São Miguel, nos Açores.[4] Depois de completar os estudos secundários em Ponta Delgada, matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra. Em Coimbra integrou-se nos círculos intelectuais universitários da época, tendo convivido, entre outros, com Eugénio de Castro, Manuel da Silva Gaio e Afonso Lopes Vieira.[1] Inconformista, foi reprovado por duas vezes, acabando por escrever, quando frequentava o 3.º ano, algumas das obras que publicou.[4] Concluída a sua formatura, partiu para a Alemanha, onde estudou alemão durante dois anos. Regressou a Ponta Delgada, onde tentou, sem sucesso, ser provido como professor de Alemão no liceu daquela cidade. Não conseguindo, aproveitou uma oferta de emprego em África, para ocupar o lugar de notário, que manteve por poco tempo. Instalou-se como advogado na cidade de Ponta Delgada. Republicano e defensor da autonomia dos Açores, pugnou na imprensa uma melhor representação dos açorianos no Congresso da República através da criação de uma verdadeira união açoriana que permitisse ultrapassar a divisão distrital. Foi um dos mais acérrimos defensores da necessidade de se criar «a união dos açorianos» em torno de um bem comum, deixando para trás os imperativos partidários e de ilha que impediam a defesa dos reais interesses do arquipélago.[5] Interessado por temas agrícolas, em abril de 1891 já fora um dos sócios fundadores da Sociedade de Avicultura e Aclimação Micaelense, após o falecimento de sua mãe, ocorrido a 9 de junho 1909, assumiu a administração das terras que herdou e foi viver para o Porto Formoso, onde desenvolveu uma plantação de espadana para produção industrial de fibras. Foi influente na introdução nos Açores da cultura daquela planta, o Phormium tenax, e das fábricas que faziam a sua transformação. A sua militância republicana levou a que fosse escolhido para exercer as funções de governador civil do Distrito Autónomo de Ponta Delgada durante o governo de Bernardino Machado (1914-1915).[1] Em 25 de setembro de 1920 casou na Gorreana, ilha de São Miguel, com Katharina Albertine Fritz, de quem teve uma filha, Margarida Teresa Machado de Faria e Maia (nascida em Bona a 7 de agosto 1923). Katharina Albertine Fritz (1887-1966) era natural de Colónia (Alemanha), filha de Christoff Fritz e de sua mulher Margarethe Kessel-Brion.[6] Para além de participação nos periódicos micalelenses, escreveu alguns trabalhos académicos e alguns de carácter literário. Faleceu na Alemanha em outubro de 1925.[7][8] Obras publicadasPara além de múltiplas publicações dispersas por periódicos, é autor das seguintes obras:
Notas
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