Hélio Cardoso Derenne
Hélio Cardoso Derenne é um sociólogo que atuou como diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). FormaçãoSe formou em em Estudos Sociais pela Universidade Federal do Paraná.[1] CarreiraPolícia Rodoviária FederalIngressou na PRF no dia 3 de novembro de 1971. Lá, trabalhou no Sistema Integrado de Administração Financeira (SIAFI) e no Sistema Integrado de Administração de Pessoal (SIAPE). Se aposentou no dia 13 de dezembro de 1998.[2] Em seguida, assumiu como Superintendente do Departamento da PRF do Paraná.[3] Também foi diretor de Imprensa e Divulgação da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais e fundador e primeiro presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais do Paraná.[3] Em 2022, atuava como vice-presidente do sindicato.[4] Diretor-Geral da Polícia Rodoviária FederalDerenne assumiu a Diretoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal no dia 17 de abril de 2003, após o general Álvaro Henrique Vianna de Moraes ser exonerado por uma série de escândalos, incluindo superfaturamento, descumprimento de decisão judicial e destruição de provas.[5][6] Em novembro de 2003, lançou um banco de dados para checar a autenticidade do Certificado de Registro de Fretamento online.[7] Em dezembro de 2008, lançou as Unidades de Apoio ao Cidadão, como parte do Programa Nacional de Segurança Pública em Cidadania (Pronasci). Elas acirravam a fiscalização das rodovias, promovia estudos estatísticos e provia ajuda ao cidadão.[8] Em 21 de dezembro de 2009, recebeu o Prêmio de Direitos Humanos da Secretaria Especial de Direitos Humanos pelo trabalho da PRF contra o tráfico humano.[9] CPI das Escutas Telefônicas ClandestinasEm dezembro de 2007, foi aberto uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o uso de escutas telefônicas clandestinas pelo Poder Executivo, pois a revista Veja havia publicado uma matéria onde cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmavam estar sendo grampeados.[10] Na época, já havia denúncias do uso ilegal de grampos pelas forças policiais do Brasil, e de acordo com a Associação de Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Asbin), no mesmo ano, cerca de 300 mil brasileiros estavam com o telefone grampeado, sendo que apenas 15 mil desses grampos operavam legalmente.[11] Derenne foi chamado para depor no dia 12 de março de 2008, onde afirmou que a PRF não possuía nenhuma escuta. Porém, em depoimento do ex-inspetor Luiz Carlos Roque, foi admitido que a PRF tinha o equipamento em mãos.[12] Em setembro, a revista Época revelou que a PRF do Mato Grosso do Sul comprou em 2005 três computadores e software capaz de interceptar ligações, o Guardião, de forma terceirizada do Ministério Público Federal (MPF) por $ 177.900 [13][14] Concurso de 2007A PRF sofria com um défcit de efetivo histórico por falta de investimentos no setor.[15] Por isso, foi realizado um concurso público de 122.400 candidatos para 340 vagas (36 candidatos/vaga), para trabalhar na BR-163, que começava a 200 quilômetros de Cuiabá, no Mato Grosso, e ia até Santarém, no Pará. A prova foi organizada pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NCE/UFRJ). O salário era de R$ 5.084,00.[16][17] Porém, o concurso foi cancelado por alegação de fraude, após um homem ser flagrado dentando vender o gabarito da prova por R$ 40 mil em São João de Meriti.[18] O concurso foi retomado apenas em 2008,[19] com abstenção de 41,1%,[20] e houve problemas com a contratação dos excedentes.[21] Greve da PRF em 2008Além dos problemas históricos do efetivo, a PRF era uma das carreiras mais mal-remuneradas entre as de nível superior.[22] Isso fez com que os sindicatos da categoria[23] e outros setores dos servidores públicos[24] pressionassem o governo Lula a aceitar as suas reivindicações através da Medida Provisória (MP) nº 431/08.[25] Lula, porém, não aceitou todas as condições da PRF,[26] e a categoria entrou em greve.[27] No fim, o presidente cedeu e aceitou quase todas as condições,[28] e a MP teve o total de 260 emendas parlamentares.[29] Concurso de 2009No dia 18 de outubro de 2009, na sequência do concurso público de 2007, foi realizado outro concurso com 109.793 candidatos com ensino superior para 750 vagas. O concurso foi organizado pela Funrio, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,[30] mas ele acabou sendo travado na Justiça por quase três anos por alegação de fraudes e outras irregularidades.[31][32] Derenne saiu do cargo sem que a situação fosse resolvida.[33] ExoneraçãoA PRF de 18 estados demonstraram descontentamento com a gestão de Derenne, e a PRF de Mato Grosso ameaçou entrar em greve geral durante o carnaval se Derenne não fosse exonerado, pelo órgão estar sucateado e desfalcado. Os sindicatos policiais enviaram diversas demandas judiciais e agentes criaram um site paralelo ao oficial (www.novaprf.com.br), afirmando que eram policiais que ainda acreditavam nos valores da instituição.[34] A operação foi realizada,[35] mas o carnaval daquele ano foi o mais violento desde pelo menos 2003, quando foi instalado o sistema nacional informatizado de coleta de dados, e possivelmente o mais violento da história da PRF.[36] O Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo se pronunciou a favor da manutenção de Derenne no cargo,[37] mas no dia 27 de março de 2011, o Fantástico publicou matéria mostrando um suposto esquema de venda de anfetaminas para caminhoneiros no posto de combustíveis do presidente da Câmara Municipal de Campanha, Pedro Messias Alves. A Polícia Civil do município abriu inquérito[38] e foi realizada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi arquivada pela perda do prazo para o pedido de prorrogação para a finalização das investigações.[39] A reportagem também mostrava a falta de fiscalização pela PRF, e Derenne pediu sua demissão. Ele e o coordenador de operações Alvarez de Souza Simões foram exonerados no dia 28 pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que o substituiu por Maria Alice Nascimento Souza, que se tornou a primeira mulher a chefiar a PRF.[40][41] Prêmios
Referências
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