Forte de Burgau
O Forte de Burgau é um monumento militar, situado nas imediações da aldeia de Burgau, no município de Vila do Bispo, na região do Algarve, em Portugal.[1] Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977.[2][3][1] DescriçãoO imóvel situa-se no alto de um cabeço junto ao mar, a uma cota de 81 m, a Sul da localidade de Burgau.[4] Tem acesso pela Rua da Fortaleza.[5] Apresentava originalmente uma planta de forma quadrangular, que nunca chegou a receber modificações.[4] Uma planta da fortaleza, feita no âmbito de uma inspecção em 1754, representa uma bateria com duas peças de ferro prontas, de calibre 6, viradas para o oceano, com um edifício a Norte que servia para alojamento do presídio, com uma abóbada de canhão.[4] Esta casa tinha um terraço no topo, sendo desta forma um exemplo da utilização de um elemento tradicional do Algarve numa estrutura militar do século XVII.[6] A bateria estava orientada de forma a cruzar fogo com o Forte de São Luís de Almádena.[4] Foi construído utilizando pedra e alvenaria, tendo no período moderno sido modificado com cimento e tijolos.[1] HistóriaA primeira estrutura defensiva construida neste local terá sido uma torre de vigia, provavelmente construída durante o reinado de D. Manuel.[7] A fortaleza terá sido instalada no século XVII, no reinado de D. João IV, sendo parte de um programa de construção das estruturas militares, na sequência da Guerra da Restauração.[4][8] No entanto, a referência mais antiga ao forte só surge em 1754, durante o reinado de D. João V, como parte do relatório de uma inspecção feita às fortalezas na região do Algarve.[4] O forte terá sido erguido para defender a povoação do Burgau, então um núcleo piscatório.[4] Foi danificada pelo Sismo de 1755, embora tenha sido logo alvo de obras de reconstrução e remodelação, como apontado por um relatório de 1763, onde se concluiu que a estrutura não precisava de mais intervenções.[4] Em 1798, o presídio era formado por um cabo e seis soldados, e contava com duas peças de artilharia.[4] Segundo um relatório de 1821, já se encontrava num avançado estado de ruína, tendo sido descrita pelo autor, o primeiro tenente do Real Corpo de Engenheiros Gregório António Pereira de Sousa, como «A altura dos parapeitos é de 3 palmos e meio e a grossura 4 e meio. Tem 2 peças de bronze desmontadas e 4 cobertas de abóbada em menos mau estado que poderão servir de paiol e alojamento. Está bastante arruinada e só merece consertos passageiros. Está abolida.».[4] Durante a Guerra Civil Portuguesa entre 1832 e 1834, as forças nacionalistas equiparam o forte com duas peças de artilharia, de forma a defender a faixa costeira contra um possível desembarque liberal.[4] Foi encerrado em 1834, após o final do conflito, tal como sucedeu com outras estruturas de defesa marítimas da região.[5] Em 1840 já estava arruinado, e em 1849 já tinha sido parcialmente recuperado por um veterano e uma família, que habitavam nas antigas dependências do forte, mas em 1861 já estava novamente em mau estado de conservação.[4] Em 1881, os edifícios onde antes se situavam os quartéis estavam a ser ocupados por um invisual.[4] O edifício foi alienado pelo estado em 1943, tendo sido vendido ao capitão Pedro do Carmo Forçado, residente em Lagos.[4] Posteriormente, o forte foi deixado ao abandono, sendo apenas utilizado pelos habitantes locais como armazém ou dependência agrícola, tendo chegado a um avançado estado de degradação.[4] Ver também
Bibliografia
Leitura recomendada
Referências
Ligações externas
|