Euclides da Cunha (Bahia) Nota: Para outros significados, veja Euclides da Cunha (desambiguação).
Euclides da Cunha é um município brasileiro no interior do estado da Bahia, localizado no Nordeste Baiano. Localiza-se a uma latitude 10º30'27" sul e a uma longitude 39º00'57" oeste, estando a uma altitude de 472 metros. Sua população, de acordo com a estimativa de 2024, era de 64 547 habitantes, segundo o IBGE.[3] Possui uma área total de 2 028,421 km².[7] TopônimoO primeiro nome da cidade e município de Euclides da Cunha foi Cumbe, topônimo este que, segundo Ramos (2008, p. 320), é oriundo do quicongo e significa “cidade”.[8] Em 1938, graças à sugestão do escritor José Aras, o nome do município foi alterado de Cumbe para Euclides da Cunha, em homenagem ao engenheiro militar, jornalista e escritor Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (1866-1909), autor da célebre obra “Os Sertões” (1902), que narra e faz uma análise profunda da Guerra de Canudos, ocorrida na região do município.[8][9][10] HistóriaOs primeiros habitantes da região de Euclides da Cunha foram os indígenas Kaimbés, pertencentes ao grupo dos cariris.[11][12][13] Em 1639, para catequisar os kaimbés e protegê-los da expansão da pecuária ligada à Casa da Torre, os jesuítas fundaram a missão de Massacará, a primeira do semiárido brasileiro. Em 1759, quando o Marquês de Pombal decretou a expulsão dos jesuítas do Império Português, o convento de Massacará foi destruído. Dos tempos dos jesuítas em Massacará, resta apenas a capela.[12][14] O território do município de Euclides da Cunha foi colonizado no século XIX, com a chegada e fixação de famílias oriundas de regiões circunvizinhas, sobretudo de Monte Santo e Tucano, que se dedicaram à lavoura e pecuária.[11][15] Em meados do século XIX, formou-se uma feira livre, onde eram vendidos produtos agrícolas da região, como milho, feijão, fumo e farinha, além de gado bovino e caprino. Com a inauguração, em 1868, do açude Tanque da Nação, localizado nas proximidades da feira livre e construído por José Higino dos Santos Lobo, começou a se formar, ao redor desse comércio, na fazenda do Major Antônio Francisco dos Reis (Major Antonino), o povoado de Cumbe (atual cidade de Euclides da Cunha), cuja origem e desenvolvimento se devem a José Higino e ao Major Antonino. Posteriormente, nessa povoação, ergueu-se uma capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição.[16][17][18][19] Com o crescimento populacional, a Lei provincial n° 2.152 de 18 de maio de 1881, elevou o povoado do Cumbe à categoria de freguesia, com o nome Nossa Senhora da Conceição do Cumbe, a qual substituiu a freguesia da Santíssima Trindade de Massacará, extinta pela mesma lei.[11][15][17] A Lei Estadual nº 253, de 11 de junho de 1898, elevou a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Cumbe à categoria de vila, com o nome de Cumbe, desmembrando-se de Monte Santo.[11][15] A Vila de Cumbe foi extinta por meio dos decretos estaduais nº 7.455, de 23 de junho de 1931, e 7.479, de 8 de julho do mesmo ano, sendo reanexada a Monte Santo como um simples distrito.[11][15] O município de Cumbe foi recriado novamente por meio do Decreto Estadual n° 8.642, de 19 de setembro de 1933, se desmembrando de Monte Santo, sendo reinstalado em 10 de outubro do mesmo ano.[11][15] Em 30 de novembro de 1938, por meio do Decreto Estadual n.º 11.089, o município de Cumbe teve seu nome alterado para Euclides da Cunha.[11][15] A Lei Estadual n° 628, de 30 de dezembro de 1953, criou, dentro do município de Euclides da Cunha, o distrito de Massacará, sediado no povoado de mesmo nome.[15] A Lei Estadual n° 4.405, de 25 de fevereiro de 1985, desmembrou de Euclides da Cunha e elevou à categoria de município o distrito de Canudos. As leis estaduais n° 4.580 e 4.582, ambas do dia 5 de novembro de 1985, elevaram os povoados euclidenses de Caimbé e Aribicé à categoria de distrito. Desde então, o município é constituído dos seguintes distritos: Euclides da Cunha (sede), Massacará, Caimbé e Aribicé.[15] GeografiaO município de Euclides da Cunha está localizado no nordeste do estado da Bahia, a uma distância de 315 km de Salvador.[20] Está inserido no chamado “Polígono das Secas” e possui um clima tropical semiárido, com uma temperatura média anual de 24,3°C e uma precipitação média anual de 466 mm.[20][21] O relevo euclidense, esculpido em rochas sedimentares da bacia do Tucano-Recôncavo, metassedimentares da faixa de dobramentos sergipana e metamórficas/ígneas do embasamento cristalino, é correspondente a chapadas do Raso da Catarina, cuestas, vales, tabuleiros, pediplanos, serras e morros arredondados, cortados pelos rios e riachos que integram as bacias hidrográficas dos rios Itapicuru e Vaza-Barris. Os solos dos tipos neossolo, alissolo, cambissolo eutrófico, planossolo solódico eutrófico, vertissolo, latossolo vermelho-amarelo álico e luvissolo sustentam a vegetação nativa de Caatinga.[20] DemografiaSegundo o censo brasileiro de 2010, a população de Euclides da Cunha é de 56.289 habitantes. A zona urbana compreende 27.416 pessoas e a zona rural, 28.873. Do total, 28.319 são homens e 27.970, mulheres. 38.102 pessoas são alfabetizadas. A estimativa para o ano de 2012 é de 56.962 habitantes.[22][23]
O colégio eleitoral euclidense compreende, com base nos dados do TSE relativos ao ano de 2018, 42.685 eleitores.[24]
ReligiãoReligiosidade em Euclides da Cunha:[23]
EconomiaNa agricultura há uma expressiva produção de feijão, milho e mandioca. Na pecuária destacam-se os rebanhos ovinos, suínos, asininos, caprinos e muares. É ainda produtor de galináceos e de mel de abelhas. No setor de bens minerais é produtor de cal e calcário. O valor da receita do município é de R$ 49.156.861, de acordo com o último censo, e o das despesas é de R$ 44.742.010. O Produto Interno Bruto (PIB), segundo o mesmo censo, é R$ 78.465 para agropecuária, R$ 32.827 para indústria e R$ 202.406 para serviços.[22] A cidade conta ainda com a exploração mineral do calcário, cal virgem e pedra; conta também com uma fábrica de móveis estofados. Feriados municipais
Filhos ilustres
Ver tambémReferências
Ligações externas |