Estria
Estrias são sulcos na pele resultantes da rotura da derme.[1] São comuns em jovens em período de maior crescimento, em grávidas ou em doentes com síndrome de Cushing.[1] Inicialmente surgem como linhas vermelhas ou roxas de comprimento e largura diversa. Com o tempo, algumas destas lesões desaparecem, enquanto outras atrofiam, perdem pigmentação e tornam-se lustrosas.[1][2] As estrias geralmente surgem no abdómen, embora também sejam comuns nas mamas, braços, costas, coxas e nádegas.[4] Em alguns casos podem causar irritação, prurido e stresse emocional. No entanto, as estrias não são um risco para a saúde nem comprometem qualquer função corporal, sendo meramente uma condição estética.[2] Embora as estrias possam diminuir com o tempo, não chegam a desaparecer por completo.[4] As estrias são causadas pela rotura da derme durante fases de rápido crescimento do corpo, como durante a puberdade ou gravidez.[8] Pensa-se que a relaxina e o estrogénio associados ao aumento da quantidade de cortisol durante a gravidez causem uma acumulação de mucopolissacarídeos. Esta acumulação faz aumentar a absorção de água pelo tecido conjuntivo, tornando-o mais vulnerável à ruptura sob stresse mecânico.[9][5][10] As estrias podem também ser influenciadas por alterações hormonais associadas à puberdade, gravidez, musculação ou terapia de substituição hormonal.[6] Entre os fatores de risco para o desenvolvimento de estrias estão o sexo feminino, gravidez (principalmente em idade precoce), elevado índice de massa corporal, súbito ganho ou perda de peso, uso de corticosteroides, antecedentes familiares, e ter síndrome de Cushing, síndrome de Marfan ou determinadas condições genéticas.[2][11][5][12] A prevenção consiste em manter um peso saudável durante a gravidez.[6] Não existem evidências de qualidade que comprovem a eficácia dos cremes para prevenir o aparecimento de estrias, incluindo ácido hialurónico, Alphastria, Trofolastin ou Verum.[13][14][7] O azeite e a manteiga de cacau não são eficazes.[7] Embora a tretinoína aparente ser promissora, trata-se de um teratógeno que pode causar malformações do feto.[7] Uma vez formadas as estrias, não existe tratamento que apresente benefícios claros.[15] As estrias não necessitam de tratamento médico e em muitos casos a aparência vai diminuindo naturalmente com o tempo. Os tratamentos tópicos apresentam apenas resultados ligeiros e não há evidências que cremes com ingredientes específicos sejam superiores a cremes hidratantes normais.[16] Não existem evidências de qualidade que recomendam tratamentos com laser, ácido glicólico ou microdermoabrasão.[11][14][17] No entanto, o tratamento com laser pode melhorar a aparência de estrias imaturas, embora a eliminação total das lesões seja muito rara.[16] Os tratamentos tópicos não são capazes de prevenir a ocorrência de estrias durante a gravidez.[16] A Centella asiatica pode não ser segura durante a gravidez.[11] A condição é mais frequente entre mulheres jovens[9] e na sequência de uma gravidez.[3] As estrias afetam cerca de 90% das mulheres grávidas.[7] Muitas mulheres desenvolvem estrias apenas durante a primeira gravidez.[11] Desde a Antiguidade que as mulheres procuram remédios caseiros para prevenir o aparecimento de estrias durante a gravidez. Os antigos gregos e romanos usavam azeite, enquanto os etíopes e somalis usavam olíbano.[18] Referências
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