Estação Ferroviária de Silves
Nota: Para outras interfaces ferroviárias com nomes semelhantes ou relacionados, veja Estação Ferroviária de Sines, Apeadeiro de Silva, Apeadeiro de Silvã-Feiteira, Apeadeiro de Silvalde ou Apeadeiro de Silvalde-Vouga.
A Estação Ferroviária de Silves é uma interface da Linha do Algarve que serve a cidade de Silves, no Distrito de Faro, em Portugal. DescriçãoLocalização e acessosA Estação Ferroviária de Silves situa-se no arrabalde de Silves-Gare e dista 2,1 km (desnível acumulado de +52−61 m) do centro da localidade epónima (Largo J. Osório).[3] InfraestruturaEsta interface apresenta apenas duas vias de circulação (I e II), ambas com 203 m de extensão e cada uma acessível por plataforma de 110 m de comprimento e 685 mm de altura.[2] O edifício de passageiros situa-se do lado norte da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vila Real de Santo António).[4][5] ServiçosEm dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional tipicamente com nove circulações diárias em cada sentido entre Lagos e Faro.[6] HistóriaVer artigo principal: História da Linha do Algarve
Planeamento, construção e inauguraçãoEm Novembro de 1897, o Conselho Superior de Obras Públicas e Minas já tinha aprovado o projecto até à estação provisória de Portimão do troço entre Tunes e Lagos, então denominado de Ramal de Portimão.[7] Este projecto incluía a construção de uma gare ferroviária servindo Silves, que se iria situar a cerca de 1 km da cidade, e junto à estrada de Silves a Lagoa.[7] O motivo pelo qual esta gare ficou tão longe da cidade prendeu-se com razões geográficas, uma vez que um traçado pela margem direita do Rio Arade permitiria uma localização mais cómoda para a estação, mas ficaria demasiado longe do importante concelho de Lagoa, e devido ao acidentado relevo naquela zona, forçaria à construção de vários túneis, e de pontes sobre o Rio Arade e as Ribeiras de Boina e Odelouca.[8] Por outro lado, o traçado que foi escolhido também facilitaria a construção de um ramal ferroviário para o Porto de Abrigo da Ponta do Altar, que estava então a ser planeado.[8] O troço entre esta estação e Poço Barreto entrou ao serviço em 1 de Fevereiro de 1902, pela operadora Caminhos de Ferro do Estado, não tendo sido feitos quaisquer festejos por ordem da direcção.[9][10] No período em que foi inaugurada, esta estação já estava totalmente construída.[9] Em Junho de 1902, estava programada a criação de comboios entre esta estação e Faro, além daquele que já existia de manhã, prevendo-se que os novos comboios iriam entroncar na estação de Tunes com o Misto de Beja para Faro.[11] Continuação até PortimãoEm Dezembro de 1902, previa-se que o troço seguinte, até Portimão, iria ser em breve inspeccionado e depois aberto ao serviço.[11] Com efeito, foi inaugurado em 15 de Fevereiro de 1903,[12] pelo que esta estação perdeu o seu estatuto como gare terminal, prevendo-se que seria, então, requalificada para estação de segunda classe.[9] Esta medida provocou vários protestos por parte da população.[13] Após a abertura à exploração, a zona da estação passou a ser um dos principais pólos de atracção urbanos fora da localidade de Silves, tendo sido construídas várias habitações junto à estação para os funcionários dos caminhos de ferro.[14] Este aglomerado populacional, denominado Bairro da Estação, foi dotada de boas ligações por estrada com a cidade de Silves.[14] A gare da estação foi várias vezes utilizada para bailes populares, o que contribuiu para aumentar a animação naquela zona.[14] Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até Silves e Lagoa.[15] Em 1933, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses realizou obras de reparação e de melhoramentos nesta estação,[16] e no ano seguinte fez obras de restauro em toda a estação.[17] Um diploma da Direcção Geral de Caminhos de Ferro, publicado no Diário do Governo n.º 286, II Série, de 8 de Dezembro de 1937, ordenou que o condutor de via e obras Caetano Alberto da Cruz Jorge Ribeiro outorgasse na escritura de uma parcela de terreno junto à estação, com a Federação Nacional dos Produtores de Trigo.[18] Após a Segunda Guerra Mundial, a Empresa de Viação do Algarve estabeleceu uma carreira de autocarros entre a estação e a cidade de Silves[19] (equivalente a parte da atual 113). Ligação projectada a MonchiqueEm finais de 1892, foi pedida a concessão para uma linha férrea ligando esta estação a Monchique.[20] Século XXIEm 2004, esta estação possuía a tipologia D da Rede Ferroviária Nacional,[21] que manteve até 2021,[22] tendo já tipologia C em 2022.[2] Em 2009, esta estação apresentava duas linhas, ambas com 198 m de extensão, e duas plataformas, a primeira com 117 m de comprimento, e a segunda 91 m; ambas as plataformas tinham 40 cm de altura.[23] Em 2011, ambas as duas linhas já tinham sido aumentadas até aos 205 m, tal como as plataformas, que passaram a apresentar, correspondentemente, 125 e 197 m de comprimento; não se verificaram modificações na altura das plataformas;[24] estes valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.[2] Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas |