As primeiras tentativas para trazer um caminho de ferro na região do Tâmega foram feitas na segunda metade do século XIX.[2] Entre 1876 e 1878, a Associação dos Engenheiros Civis feito um estudo da rede ferroviária, tendo defendido a construção de várias vias férreas, incluindo uma que sairia da Linha do Douro e iria até Chaves, servindo várias localidades pelo caminho, incluindo Amarante.[3] Em 1879, o Ministro das Obras Públicas, Lourenço de Carvalho, apresentado uma proposta de lei para a construção de várias linhas férreas, incluindo um ramal da Linha do Douro até Cavez, passando por Amarante.[2]
Em 1898, a comissão técnica que tinha sido encarregada de estudar o Plano da Rede Complementar ao Norte do Mondego propôs a construção de vários vias férreas, incluindo a linha de via estreita do Vale do Tâmega.[2] Assim, este empreendimento foi inserido no Plano da Rede, quando este foi publicado por um decreto de 15 de Fevereiro de 1900, tendo-se estabelecido que seria de via estreita, e que deveria ligar Livração, na Linha do Douro, a Cavez, passando por Amarante e Chaves.[2] Em finais desse ano, foi realizado um inquérito administrativo para a apreciação do público sobre as linhas que faziam parte do Plano da Rede, incluindo o da Linha do Vale do Tâmega, cujo percurso já tinha sido alterado, que desta vez deveria iniciar-se em Caíde, e terminar no prolongamento da Linha de Guimarães até Chaves, mantendo-se a passagem por Amarante.[4] No início do mandato do Conde de Paçô Vieira na pasta das Obras Públicas, este deu um novo impulso à construção de linhas férreas, utilizando os recursos do da Administração dos Caminhos de Ferro do Estado e do Fundo Especial de Caminhos de Ferro.[2] Uma das linhas que foram beneficiadas foi a do Tâmega, tendo uma portaria de 9 Março de 1903 ordenado que fosse feito o projecto para esta linha.[2] Porém, nesta altura voltou a surgir a ideia de mudar o ponto inicial da linha para Caíde, de forma a melhor servir Lixa, em detrimento de Amarante, mas estudos posteriores demonstraram que este traçado era inviável.[2]
A construção da Linha do Tâmega iniciou-se em Março de 1905, tendo o primeiro lanço, entre Livração e Amarante, sido inaugurado a a 20 de Março de 1909.[2] Este troço, com cerca de 12,8 Km de comprimento, teve um custo de 352 mil réis.[2] O tramo seguinte, até Chapa, entrou ao serviço em 22 de Novembro de 1926.[5]
Aquando da cerimónia de inauguração do troço de Chapa a Celorico de Basto, em 20 de Março de 1932, o comboio inaugural parou na estação de Amarante, onde foi recebido pela multidão, e pelos Bombeiros Voluntários.[6] Em 15 de Janeiro de 1949, entrou ao serviço o troço até Arco de Baúlhe, tendo o comboio inaugural sido acolhido em Amarante com uma banda de música, e o presidente da Câmara Municipal cumprimentou o Ministro das Comunicações.[7]
Em 2 de Janeiro de 1990, foi suspensa a circulação dos comboios entre Arco de Baúlhe e Amarante, como parte de um programa de reestruturação da empresa Caminhos de Ferro Portugueses,[9] tendo este lanço sido encerrado devido ao reduzido movimento.[10]
Em 21 de Março de 2009, a autarquia de Amarante organizou um serviço especial para celebrar os 50 anos da chegada do transporte ferroviário àquela localidade; na estação, teve lugar uma exposição de fotografia, tendo sido colocada uma placa comemorativa do evento.[11] No dia 25 de Março do mesmo ano, o troço entre Livração e Amarante, que ainda se mantinha em serviço, foi encerrado para se proceder a obras de beneficiação, com uma duração estimada de dois anos.[12][13][10] Foi criado um serviço alternativo, por via rodoviária[14], que foi suspenso em 31 de Dezembro de 2011.[15]
Em 30 de Abril de 2011, foi inaugurada a Ecopista do Tâmega, que utiliza o antigo canal da via férrea entre Amarante e Arco de Baúlhe.[16]
↑ abcdefghiSOUSA, José Fernando de (1 de Abril de 1932). «A Linha do Tamega»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 45 (1063). p. 153-155. Consultado em 24 de Janeiro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Há 50 anos»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 61 (1466). 16 de Janeiro de 1949. p. 112. Consultado em 3 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«Novos melhoramentos ferroviários»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 61 (1467). 1 de Fevereiro de 1949. p. 123-129. Consultado em 3 de Novembro de 2014 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«XIII Concurso das Estações Floridas»(PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 8 de Outubro de 2017 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
↑«CP encerra nove troços ferroviários». Diário de Lisboa. Ano 69 (23150). Lisboa: Renascença Gráfica. 3 de Janeiro de 1990. p. 17. Consultado em 6 de Janeiro de 2021 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares