Equinócio
Na astronomia, o equinócio é definido como o instante em que o Sol, em sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste).[1] No referencial da Terra, o Sol se move ao longo do ano sobre a Eclíptica, que se estende sobre as treze constelações que formam o Zodíaco incluindo a constelação de Ofiúco. Entre o plano eclíptico e o plano equatorial celeste há um ângulo esférico de 23,5 graus, aproximadamente, e estes planos interceptam-se definindo uma reta. Esta reta intercepta a esfera celeste em dois pontos. Em definição equivalente, o equinócio corresponde ao momento em que o Sol, em sua trajetória ao longo do Zodíaco, encontra-se sobre um dos pontos definidos pela interseção entre o plano eclíptico, o plano equatorial terrestre e a esfera celeste.[2][3][4] O equinócio ocorre duas vezes no ano, em março e em setembro. No equinócio ambos os hemisférios da Terra encontram-se igualmente iluminados pelo Sol.[5] O ponto do céu que o Sol ocupa no equinócio de março define o ponto vernal. Devido à precessão dos equinócios, a localização do ponto vernal ao longo dos milênios não é fixa. Atualmente, encontramo-nos na era dos Peixes; ou seja, em dias atuais o ponto vernal localiza-se na constelação dos Peixes. No equinócio de setembro o Sol localiza-se na constelação da Virgem.[6] EquinócioA palavra equinócio vem do latim, aequus (igual) e nox (noite), e significa "noites iguais". Entretanto, isso só ocorreria se o Sol fosse um ponto. Considerando o Sol como um disco, o que é mais próximo a realidade, isso acontecem em dias diferentes do Equinócio a depender da latitude do local e da definição de noite. Estes dias que o dia e a noite tem a mesma duração são chamados de Equilux.[7]
Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro, quando definem mudanças de estação. Em março, o equinócio marca o início da primavera no hemisfério norte e do outono no hemisfério sul. Em setembro ocorre o inverso, quando o equinócio marca o início do outono no hemisfério norte e da primavera no hemisfério sul.[1][8] As datas dos equinócios variam de um ano para o outro, devido aos anos trópicos (o período entre dois equinócios de março) não terem exatamente 365 dias, fazendo com que a hora precisa do equinócio varie ao longo de um período de dezoito horas, que não se encaixa necessariamente no mesmo dia.[9] O ano trópico é um pouco menor que 365 dias e 6 horas. Assim num ano comum, tendo 365 dias e - portanto - mais curto, a hora do equinócio é cerca de seis horas mais tarde que no ano anterior.[10] Ao longo de cada sequência de três anos comuns as datas tendem a se adiantar um pouco menos de seis horas a cada ano. Entre um ano comum e o ano bissexto seguinte há um aparente atraso, devido à intercalação do dia 29 de fevereiro. Também se verifica que a cada ciclo de quatro anos os equinócios tendem a atrasar-se. Isto implica que, ao longo do mesmo século, as datas dos equinócios tendam a ocorrer cada vez mais cedo.[11] Dessa forma, no século XXI só houve dois anos em que o equinócio de março aconteceu no dia 21 (2003 e 2007); nos demais, o equinócio tem ocorrido em 20 de março. Prevê-se que, a partir de 2044,[12] passe a haver anos em que o equinócio aconteça no dia 19. Esta tendência só vai desfazer-se no fim do século, quando houver uma sequência de sete anos comuns consecutivos (2097 a 2103), em vez dos habituais três.[13] Devido à órbita da Terra, as datas em que ocorrem os equinócios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol (periélio) viaja mais depressa do que quando está mais longe (afélio).[10] Referências culturaisEm várias culturas nórdicas ancestrais, o equinócio da primavera era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com a Páscoa da religião cristã.[14] Efeitos em satélitesUm efeito dos períodos equinociais é a interrupção temporária dos satélites de comunicação. Para todos os satélites geoestacionários, há alguns dias ao redor do equinócio em que o Sol vai diretamente atrás do satélite em relação à Terra (ou seja, dentro da largura do feixe da antena da estação terrestre) por um curto período a cada dia. A imensa potência do Sol e o amplo espectro de radiação sobrecarregam os circuitos de recepção da estação terrestre com ruído e, dependendo do tamanho da antena e outros fatores, interrompem ou degradam temporariamente o circuito. A duração desses efeitos varia, mas pode variar de alguns minutos a uma hora. (Para uma determinada banda de frequência, uma antena maior tem uma largura de feixe mais estreita e, portanto, experimenta janelas de "interrupção do sol" de duração mais curta.) [15] Satélites em órbita geoestacionária também enfrentam dificuldades para manter a energia durante o equinócio porque precisam viajar pela sombra da Terra e dependem apenas da energia da bateria. Normalmente, um satélite viaja para o norte ou sul da sombra da Terra porque o eixo da Terra não é diretamente perpendicular a uma linha da Terra ao Sol em outros momentos. Durante o equinócio, como os satélites geoestacionários estão situados acima do Equador, eles ficam na sombra da Terra por mais tempo durante todo o ano.[16] Equinócios em outros planetasOs equinócios são definidos em qualquer planeta com um eixo de rotação inclinado. Um exemplo dramático é Saturno, onde o equinócio coloca seu sistema de anéis de frente para o Sol. Como resultado, eles são visíveis apenas como uma linha fina quando vistos da Terra. Quando vistos de cima – uma vista durante um equinócio pela primeira vez da sonda espacial Cassini em 2009 – eles recebem muito pouco sol; na verdade, eles recebem mais brilho planetário do que a luz do Sol. Esse fenômeno ocorre uma vez a cada 14,7 anos, em média, e pode durar algumas semanas antes e depois do equinócio exato. O equinócio mais recente de Saturno foi em 11 de agosto de 2009, e seu próximo ocorrerá em 6 de maio de 2025.[17][18] Os equinócios mais recentes de Marte foram em 12 de janeiro de 2024 (outono do norte) e em 26 de dezembro de 2022 (primavera do norte).[19] Ver tambémReferências
Ligações externas
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