Emil Ferris (Chicago, 1962) é uma escritora, cartunista e designer americana.[1] Ferris estreou nos quadrinhos com seu romance gráfico de 2017, My Favorite Thing Is Monsters (em português: Minha Coisa Favorita É Monstro). O livro conta a história de Karen Reyes, uma menina que cresce na década de 1960 em Chicago, e é escrita e desenhada na forma de um caderno diário da personagem.[2] A graphic novel foi elogiada como uma "obra-prima" e um dos melhores quadrinhos produzido por um autor novato.[3]
Biografia
Ferris nasceu numa família artística, filha da pintora Eleanor Spiess-Ferris e do designer Mike Ferris,[4] no lado sul de Chicago e cresceu em North Side.[1] Seus pais são artistas que se conheceram na School of the Art Institute of Chicago.[5] Ela trabalhou como ilustradora freelancer e designer de brinquedos para clientes como McDonald's e Takara Tomy antes de ser autora.[6] Ferris identificou-se cedo como lésbica, porém mais tarde passou a se ver como bissexual.[7] Ferris foi abusada sexualmente quando criança, o que ela diz ter afetado negativamente sua capacidade de desenhar em estilo cartoon por muitos anos.[8]
Em 2001, aos 40 anos, Ferris contraiu a febre do Nilo Ocidental devido a uma picada de mosquito. Três semanas depois de ir ao hospital, ela ficou paralisada da cintura para baixo e perdeu o movimento na mão direita. Ela finalmente recuperou a funcionalidade motora e voltou a trabalhar e desenhar, recebendo um MFA[nota 1] em escrita criativa da Escola do Instituto de Arte de Chicago.[1]
Enquanto se recuperava da paralisia, Ferris trabalhou em sua graphic novelMy Favorite Thing Is Monsters. Nela, conta a história de Karen Reyes, uma menina de 10 anos fã de filmes de monstros (como a própria Ferris) que, crescendo em meio às tensões sociais da década de 1960 em Chicago, investiga a morte de seu vizinho no andar de cima. O livro foi escrito e desenhado em forma de caderno diário de Reyes, com arte hachurada desenhada com caneta esferográfica e canetinhas.[10]
My Favorite Thing is Monsters seria lançado em 2016, mas a empresa chinesa que despachou os livros faliu e toda a impressão foi retida num navio no Canal do Panamá. O livro de 400 páginas foi finalmente lançado em 2017 pela Fantagraphics, recebendo elogios de autores como Art Spiegelman, Alison Bechdel e Chris Ware,[10] sendo considerado um dos melhores quadrinhos de 2017.[11]
Em 2019, Ferris lançou a edição especial de 16 páginas Our Favorite Thing is My Favorite Thing is Monsters, no dia do quadrinho grátis nos Estados Unidos.[12]
Prêmios
Ferris discute My Favorite Thing Is Monsters com Michael Cavna na Small Press Expo 2017.
Prêmio Ignatz 2017 de excelente graphic novel por My Favorite Thing Is Monsters[13]
↑Ferris, Emil (2019). «How Cartoons Became My Friends...Again». In: Noomin. Drawing Power: Women's Stories of Sexual Violence, Harassment, and Survival. Abrams Books. [S.l.: s.n.] ISBN9781419736193. I was visiting relatives and one evening I asked to see a Mr. Magoo T.V. special while I sat on the bedroom floor in front of a little T.V., the folding door of the room was shut and I was alone with a person who had repeatedly subjected me (and, as I later learned, other cousins) to sly, sexually-oriented brutalities. [...] Even now, even looking at my drawing of a Magoo-like character, I feel panic.