A doçaria conventual portuguesa como o nome indica tem origem nos conventos e mosteiros de Portugal. Este é caracterizado por na sua maioria os doces serem compostos por grandes quantidades de açúcar, gemas de ovos e amêndoa (ou outros frutos secos).
Os conventos e mosteiros em Portugal sempre produziram diversos pratos e claro doces desde a sua criação, muitos desses doces eram baseados em mel e frutos secos, no entanto a partir do séc XV com a introdução e notoriedade do açúcar primeiro através do Brasil e depois na produção de cana de açúcar na Ilha da Madeira isso criou a disponibilidade de um ingrediente novo e barato.[2]
Aliado a produção ampla de ovos (entre os séculos XVIII e XIX, Portugal era o maior produtor de ovos da Europa) onde os conventos e mosteiros através das suas propriedades agriculas tinham uma grande disponibilidade.
Os ovos em si muitas vezes não era exportados inteiros e só eram exportadas as claras como elemento para a produção do vinho (purificando e clarificando, as claras vão agregar com os sedimentos do vinho e levar estes ao fundo onde podem ser retirados) e como base para engomar roupas de nobres e clérigos, logo criando um excedente de gemas de ovos que eram consumidos, usados como ração para animais ou até deitados fora.[3]
Aliado a disponibilidade de tempo, recursos e ingredientes as freias e frades aprimoraram receitas para fazer uso destes ingredientes criando uma variedade enorme de doces ricos em açúcar, gemas e frutos secos ou da época.
A partir de meados do séc XVIII quando se começou o processo de extinção das ordens religiosas criou-se a necessidades dos conventos e mosteiros de angariar dinheiro para o seu sustento, parte dessa necessidade foi saciada através da venda dos doces e da transmissão dessas receitas, tornando-se muitos destes doces tipicos de uma região e por vezes até parte da doçaria de Portugal.[4]