DesinformaçãoDesinformação é a utilização das técnicas de comunicação e informação para induzir a erro ou dar uma falsa imagem da realidade, mediante a supressão ou ocultação de informações, minimização da sua importância ou modificação do seu sentido.[1] Tem como objetivo influenciar a opinião pública de maneira a proteger interesses privados. Algumas vezes, a palavra é empregada no contexto de relações públicas ou da propaganda. Desinformação pode ser definida como tentativas deliberadas, frequentemente instrumentadas, para confundir ou manipular pessoas por meio de transferência de informações desonestas. Desinformação é também ação ou efeito de desinformar; informação falsa, dada no propósito de confundir ou induzir ao erro. A ONU (Organização das Nações Unidas) diferencia desinformação de informação falsa. Segundo a instituição, “a desinformação é uma informação que não é apenas imprecisa, mas também tem a intenção de enganar e é espalhada para causar danos”. A informação falsa, por sua vez, “se refere à disseminação não intencional de informações imprecisas, compartilhadas de boa fé por aqueles que não sabem que estão transmitindo mentiras”.[2] De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde - 2020: "grande parte dessas desinformações baseia-se em teorias conspiratórias; algumas inserem elementos dessas teorias em um discurso que parece convencional. (…) A desinformação pode circular e ser absorvida muito rapidamente, mudando o comportamento das pessoas e possivelmente levando-as a correr riscos maiores.” Muitas vezes, a palavra é empregada no contexto de relações públicas ou da propaganda. Aos Fatos, organização que faz checagem de fatos e investigações jornalísticas no Brasil, define desinformação como “qualquer tipo de informação falsa, imprecisa, exagerada ou tirada de contexto [que é] levada a público com ou sem a intenção de enganar”. [3] A desinformação reúne, combinada ou separadamente, os seguintes ativos:[4]
ProcedimentosA desinformação pode operar através da publicidade pública de um regime político, geralmente organizada por um spin doctor por meio de mecanismos da engenharia social, ou da publicidade privada ou, ainda, por meio de boatos, "sondagens", estatísticas, filtragem de informações ou estudos supostamente científicos e imparciais, mas pagos por empresas ou instituições económicas interessadas, por afirmações não autorizadas para inspecionar os argumentos adversos que possam suscitar uma medida e antecipar respostas e uso de meios não independentes ou financiados em parte por quem divulga a notícia ou com jornalistas sem contrato fixo. A desinformação serve-se de diversos procedimentos retóricos como a demonização, o esoterismo, a pressuposição, o uso de falácias, mentiras, omissão, sobreinformação, descontextualização, negativismo, generalização, especificação, analogia, metáfora, eufemismo, desorganização do conteúdo, uso de adjetivo dissuasivo, reserva da última palavra ou ordenação da informação preconizada sobre a oposta (ordem nestoriana). A demonização ou satanização consiste em identificar a opinião contrária com o mal, de forma a que a própria opinião fique enobrecida ou glorificada. Falar do vizinho como de um demónio converte-nos em anjos e as "guerras santas" sempre serão menos injustas que as outras guerras. Trata-se antes de mais de convencer as pessoas com sentimentos e não com razões objectivas. Habitualmente emprega-se em defesa de interesses económicos, ou, por exemplo, quando se demoniza a Internet chamando-lhe refúgio de pederastas e piratas, encobrindo a intenção económica a que obedece esse ponto de vista aparentemente bem-intencionado de a regular. Algumas palavras e expressões não admitem réplica nem razoabilidade lógica: são os chamados adjetivos dissuasivos, contundentes e negativistas que obrigam a submeter-se a essas palavras e excluem o teor e qualquer forma de trâmite inteligente. A sua contundência emocional, o pathos emotivo da mensagem, eclipsa toda qualquer possível dúvida ou ignorância, os princípios de qualquer forma razoável de pensamento: a constituição ou a integração europeia é irreversível. A mesma aplicação têm os adjetivos inquestionável, inquebrável, inexequível, insuspeitável, indeclinável e substancial. O seu maximalismo serve para rebaixar qualquer discurso no sentido oposto e criar uma atmosfera irrespirável de monologia. Segundo Noam Chomsky, muitas destas palavras costuma atrair outros elementos em cadeia formando lexias: adesão inquebrável, dever incontornável, legítimas aspirações, absolutamente imprescindível. Ou com lexias redundantes como totalmente cheio ou absolutamente indiscutível, inaceitável ou inadmissível. Retórica da desinformação
Ver também
Referências
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