DailamitasDailamitas eram um povo iraniano[1] que habitou as regiões montanhosas ao norte do Irã, na costa sul do mar Cáspio. Eles foram empregados como soldados no tempo do Império Sassânida, e resistência por muito tempo a conquista árabe da Pérsia e sua subsequente islamização. Nos anos 930, a dinastia buída de origem dailamita emergiu e conseguiu adquirir controle sobre grande parte do atual Irã, que conseguiram reter até a chegada dos turcos seljúcidas em meados do século XI. HistóriaOs dailamitas viveram nos planaltos de Dailão, parte da Cordilheira Elbruz, entre Guilão e Tabaristão. Contudo, as antigas fontes cristãs e zoroastristas indicam que os dailamitas originalmente vieram da Anatólia, próximo ao rio Tigre,[2] onde grupos etnolinguisticamente iranianos como as tribos zazas vivem atualmente.[3] Eles falavam a língua deilami, um dialeto iraniano noroeste similar aquele dos vizinhos guilitas. O cristianismo nestoriano espalhou-se entre eles devido as atividades de João e Dailão, e bispados são relatados nesta área remova tão tarde quanto os anos 790, enquanto é possível alguns continuaram a existir até o século XIV.[4] Durante o Império Sassânida, os dailamitas foram empregados como infantaria de alta qualidade.[5] Segundo os historiadores bizantinos Procópio de Cesareia e Agátias, eles era um povo belicoso e habilidoso em luta corpo a corpo, sendo armados cada um com uma espada, um escudo e lanças ou dardos. Apoiaram a rebelião de Vararanes VI (r. 590–591) contra Cosroes II (r. 590–628), mas foram posteriormente empregados pelo último como parte de sua guarda pessoal, compondo um destacamento de 4 000 soldados. O general sassânida Uarizes, que foi enviado por Cosroes I (r. 531–578) em 570 para capturar o Iêmem, foi também provavelmente de ascendência dailamita, e suas tropas incluíam dailamitas, que mais tarde desempenhariam um papel significativo na conversão do Iêmem ao islamismo nascente.[4] Algumas fontes muçulmanas sustenta que após a derrota persa na batalha de Cadésia, o contingente de 4 000 dailamitas da guarda imperial, junto com outras unidades persas, desertaram para o lado árabe, convertendo-se ao islamismo.[6] No entanto, os dailamitas conseguiram resistir à invasão árabe em sua terra natal montanhosa por vários séculos sob seus próprios líderes locais.[7] A guerra na região endêmica, com raides e contra-raides de ambos os lados. Sob os árabes, a antiga fortaleza persa de Gasvim continuou seu papel original, oriundo do período sassânida, como baluarte contra os raides dailamitas. Segundo o historiador Atabari, os dailamitas, junto com os turcos, foram considerados os piores inimigos dos muçulmanos.[4] Os abássidas penetraram na região e ocuparam parte dela, mas seu controle nunca foi muito efetivo. Durante o reinado de Harune Arraxide (r. 786–809), vários xiitas fugiram para junto dos dailamitas, muitos dos quais pagãos, com alguns zoroastristas e cristãos, para escapar da perseguição. Entre estes refugiados estavam os álidas, que começaram a conversão gradual dos dailamitas ao islamismo xiita.[4][8] No entanto, uma forte identidade persa permaneceu arraigada nos povos da região, junto com uma mentalidade antiárabe. Os governante locais, como os buídas e ziáridas, fizeram questão de celebrar antigos festivais iranianos e zoroastristas.[7] Referências
Bibliografia
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