Agátias
Agátias (em grego: Αγαθίας; romaniz.: Agathías; Mirina, ca. 536 - Constantinopla, 582), chamado Escolástico (Scholasticus), foi um erudito e historiador bizantino do século VI e uma das fontes principais ao reinado do imperador Justiniano I (r. 527–565). Notabilizou-se como advogado e retor em Constantinopla. Por sua paixão por literatura, escreveu duas obras poéticas, que sobreviveram de forma fragmentada, e uma obra histórica, chamada Histórias, que continua a crônica de Procópio de Cesareia. Recebeu uma estátua em sua honra na sua cidade natal. BiografiaAgátias nasceu em Mirina, na província da Ásia, em cerca de 536[1][2] ou cerca de 530. Era filho de Menônio e Pericleia e teve dois irmãos, um homem cujo nome não se preservou, e Eugênia.[3] Quiçá foi educado em Constantinopla[2] antes de ir a Alexandria, no Egito, onde estudou literatura.[4] Estava na cidade em 551, quando um grande terremoto destruiu Berito (atual Beirute, no Líbano). Pouco depois, partiu para Constantinopla e visitou Cós, onde pessoalmente observou a devastação do terremoto. Seguiu estudando direito por quatro anos e, ao fim do ciclo, dedicou oferendas a São Miguel em Sostênio junto de Emiliano, João e Rufino.[5] Distinguiu-se como advogado na capital, sem desistir de sua paixão por história e poesia. Por conta de sua profissão, assinou suas obras como escolástico.[4] Também foi descrito como retor por Evágrio Escolástico e Nicéforo Calisto Xantópulo. Em algum ponto em sua carreira foi "pai da cidade" (pater civitatis) de Esmirna, onde construiu latrinas.[5] Morreu em algum ponto no ano de 582, antes da ascensão de Maurício (r. 582–602). Foi honrado em Mirina com uma estátua, junto de seu pai e irmão, com versos de Miguel Gramático.[6] Em literatura, fez nove livros de poesia erótica em hexâmetro (Dafníaca), que não sobreviveram além dos versos introdutórios, e uma espécie de antologia com epigramas de sua autoria e de e outros poetas, contemporâneos e anteriores, que chamou de Ciclo, e que foi publicada em 566/7, sob Justino II (r. 565–578). Cerca de 100 poemas, e seu prefácio, foram incluídos na Antologia Palatina e na Antologia de Planudes.[7] Também escreveu notas marginais sobre a Descrição da Grécia de Pausânias. Por iniciativa de seus amigos, dentre eles Eutiquiano, escreveu uma obra chamada Histórias na qual narrou os eventos de 552 a 558, em continuação da obra de Procópio de Cesareia. Nela, retratou os costumes, religião e guerras contra os povos vizinhos do Império Bizantino (godos, vândalos, francos, persas, hunos), bem como outras perturbações de sua época (fomes, pragas, terremotos).[1] Menandro Protetor, seu continuador, deu a entender que pretendia escrever mais eventos em sua obra, mas foi impedido porque faleceu. A informação mais tardia que descreveu foi a morte do xainxá Cosroes I (r. 531–579) em 579 e parece que pretendia narrar a queda do Império Huno.[6] É a única fonte para vários dos episódios que descreveu. Suas histórias foram editadas por Barthold Georg Niebuhr.[2] Referências
Bibliografia
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