Cuscuta
Cuscuta L. é um género botânico pertencente à família Convolvulaceae. Trata-se do único gênero nesta família que inclui espécies parasitas[1]. Possui diversos nomes comuns no Brasil, dentre os quais cipó-chumbo (nome que também é dado a espécies de Cassytha), fios-de-ovos, cipó-dourado, aletria, espaguete, tinge-ovos e cuscuta[2]. Apesar de algumas espécies serem patógenas de plantações, a maioria não afeta atividades humanas[1]. MorfologiaSão trepadeiras com folhas escamiformes (no geral, reduzidas) ou ausentes, no geral possuindo cor amarelada. Possuem laticíferos, característica muito comum na família. Possuem inflorescências em cimeiras, com flores pentâmeras, mas raramente tetrâmeras. O fruto pode ter de 1 a 4 sementes, sendo indeiscente ou com deiscência circuncisa[2]. ParasitismoO hábito parasita se evidencia pela presença de múltiplos haustórios, podendo até mesmo ocorrer autoparasitismo[3]. É comum que sejam holoparasitas, ou seja, ausentam capacidade de fazer fotossíntese e, assim, dependem completamente de suas hospedeiras para obtenção de recursos[2]. Isso é evidenciado por diversos estudos moleculares feitos neste gênero, que demonstraram a redução ou perda total de plastídeos e genes relacionados à fotossíntese em algumas espécies[1]. O desenvolvimento do haustório neste grupo aparenta ocorrer por estímulos mecânicos e presença de luz, não dependendo da presença de fatores químicos de suas hospedeiras[3]. Comparação com CassythaApesar de ser semelhante a Cassytha (gênero de trepadeiras parasitas em Lauraceae, a família do louro), existem diferenças, sobretudo morfológicas, que permitem a distinção destes dois gêneros. A princípio, Cuscuta possui espécies holoparasitas, enquanto que Cassytha é estritamente hemiparasita. Apesar de ambas poderem ser glabras, Cassytha possui espécies com tricomas ao longo do caule, além das folhas escamiformes reduzidas deste gênero serem mais evidentes que aquelas em Cuscuta. Quanto à anatomia, Cassytha é capaz de produzir xilema secundário, deste modo podendo ter um diâmetro maior que Cuscuta, que ausenta crescimento secundário[4]. Por fim, a morfologia floral difere muito entre estes dois grupos, sendo um dos principais fatores que determina a posição destes gêneros em famílias tão filogeneticamente distantes. Além disso, estudos moleculares com Cuscuta fortalecem a posição do gênero na família Convovulaceae. MedicinaSementes de C. chinensis Lam. são utilizadas na medicina tradicional chinesa para tratamento do fígado e rim[5], além de também serem utilizadas por populações da região do Himalaia para fins médicos[6]. SinonímiaEspéciesO gênero Cuscuta possui 171 espécies reconhecidas atualmente.[7]
Classificação do gênero
Referências
Ligações externas
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