Crianças desaparecidas no Paraná nas décadas de 1980 e 1990

As crianças desaparecidas no Paraná nas décadas de 1980 e 1990 referem-se a uma onda de desaparecimentos de crianças entre o início dos anos 1980 e meados de 1990. O desaparecimento de Guilherme Caramês Tibustius, em 1991, levou a criação do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) em 1995, o que ajudou a diminuir e a resolver este tipo de crime no estado a partir de então.

Em 2017, dos 28 casos de desaparecimento de crianças em aberto no Paraná, nove eram dos anos 1990 e quatro da década de 1980, ou seja, havia 13 crimes destas décadas ainda sem solução.[1][2][3]

Vítimas

Desaparecidos

Em julho de 2022, conforme portais oficiais, mais de dez crianças que sumiram entre os anos 1980-1990 continuam desaparecidas:[2][4][5]

  • Ednilton Palma: desapareceu em Maringá, com 10 anos de idade, em março de 1992;[6][2][4][5][7]
  • Adriano Marques da Silva: desapareceu em Cascavel, com 08 anos de idade, em julho de 1986;[2][4][5]
  • Rodrigo Novick de Oliveira: desapareceu em Curitiba com apenas 1 ano de idade, em outubro de 1987;[2][4][5]
  • Ewerton de Lima Vicente Gonçalves: desapareceu em Curitiba, com 4 anos de idade, em dezembro de 1988;[2][4][5]
  • Guilherme Caramês Tibustius: desapareceu em Curitiba, com 8 anos, em junho de 1991; a luta da mãe do menino, Arlete, na busca pelo filho levou à criação do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) em 1995;[6][8][2][4][5]
  • Edson Rodrigo Batista da Silva: desapareceu em Londrina, com 6 anos de idade, em abril de 1992;[2][4][5]
  • Lucinéia Silvéria da Silva: desapareceu em Araucária, com 4 anos de idade, em abril de 1992;[9][2][4][5]
  • Gislaine Aparecida Ferreira: desapareceu em Colombo, aos 6 anos de idade, em novembro de 1992;[2][4][5]
  • Leticia Morais de Oliveira: desapareceu em Iporã, aos 3 anos de idade, em agosto de 1995;[2][4][5]
  • Osnei Ranea: desapareceu em Curitiba, aos 11 anos de idade, em março de 1997;[2][4][5]
  • Kelly Cristina da Silva: desapareceu em Curitiba, aos 6 anos de idade, em dezembro de 1997.[2][4][5]

Restos mortais encontrados

Algumas das crianças encontradas, cujos restos mortais foram identificados, estão abaixo nomeadas. No entanto, muitos destes casos não foram solucionados, ou seja, não se sabe o que aconteceu exatamente e se houve crime, quem foi ou foram os autores. "É uma mácula na história do Paraná", disse a apresentadora do Operação Policial, se referindo aos casos de Leandro Bossi e Evandro, que não foram solucionados.

Sueli no momento do reconhecimento do corpo de sua irmã Sandra Mateus da Luz, em 12 de junho de 1989.
  • Sandra Mateus da Luz: desapareceu em Mandirituba, atual Fazenda Rio Grande, com 11 anos de idade, em 04 de junho de 1989; corpo encontrado em um descampado da cidade em 12 de junho de 1989, sem a máscara facial, escalpelada, sem as mãos e com outras violações;[10]
  • Leandro Correia: desapareceu em maio de 1990, na cidade de Roncador, aos 3 anos de idade; restos mortais identificados por exame de DNA 20 anos depois;[11]
  • Leandro Bossi: desapareceu em fevereiro de 1992, aos seis anos, na cidade de Guaratuba; corpo encontrado num matagal da cidade em 1993; restos mortais identificados por exame de DNA em 2022;[12]
  • Evandro Ramos Caetano: desapareceu em abril de 1992, aos seis anos, na cidade de Guaratuba; corpo encontrado num matagal da cidade em 11 de abril, escalpelado, sem as mãos e com outras violações; caso levou a um grave erro do sistema policial e jurídico, devido à condenação de cinco pessoas inocentes.[13]
  • José Carlos dos Santos: desapareceu em Maringá, com 11 anos de idade, em março de 1992 [2][4]. A Polícia Civil do Paraná, 31 anos depois, confirmou que restos mortais encontrados em uma mata, na mesma época e região do desaparecimento, pertencem a José Carlos.[14]

Referências

  1. Paraná, Jornal Bem. «Paraná tem 28 crianças desaparecidas atualmente - Bem Paraná». www.bemparana.com.br. Consultado em 29 de julho de 2022 
  2. a b c d e f g h i j k l m n «Sistema de Pessoas Desaparecidas - Menores de 12 anos - Data do desaparecimento - Última». Polícia Civil do Paraná. Consultado em 29 de julho de 2022 
  3. «PodParaná #83: Identificação de ossada de Leandro Bossi após 30 anos faz ressurgir histórias de crianças desaparecidas na década de 90». G1. Consultado em 29 de julho de 2022 
  4. a b c d e f g h i j k l m «Crianças Desparecidas PR» (PDF). Sicride. 1995. Consultado em 29 de julho de 2022 
  5. a b c d e f g h i j k l «Paraná tem 21 crianças desaparecidas». Jusbrasil. Consultado em 29 de julho de 2022 
  6. a b Alcantara, Ricardo (10 de fevereiro de 2021). «PARTE 2 – A luta e a espera da mulher que nunca desiste». Diário de Curitiba. Consultado em 29 de julho de 2022 
  7. «Veja como estariam hoje crianças desaparecidas em Maringá, há 31 anos». CBN Maringá. Consultado em 3 de setembro de 2024 
  8. PR, Adriana JustiDo G1 (29 de agosto de 2013). «'Nunca vou perder a esperança', diz mãe de filho desaparecido há 22 anos». Paraná. Consultado em 29 de julho de 2022 
  9. «Delegacia Eletrônica - Desaparecidos». www.desaparecidos.pr.gov.br. Consultado em 15 de agosto de 2022 
  10. «4 – Sandrinha». Projeto Humanos. 21 de novembro de 2023. Consultado em 21 de novembro de 2023 
  11. Olavo, Jorge. «DNA ósseo identifica criança desaparecida». Gazeta do Povo. Consultado em 29 de julho de 2022 
  12. Ferrari, Éric Moreira, sob supervisão de Wallacy (11 de junho de 2022). «Caso Leandro Bossi: Mesmo após ossada ser encontrada, restam dúvidas». Aventuras na História. Consultado em 11 de fevereiro de 2023 
  13. «Caso Leandro Bossi: veja linha do tempo, o que se sabe e o que falta esclarecer». G1. Consultado em 28 de julho de 2022 
  14. Calixto, Iasmim (28 de janeiro de 2024). «Ossada de menino que desapareceu em Maringá há mais de 30 anos é identificada». GMC Online. Consultado em 12 de abril de 2024