Crase Nota: Este artigo é sobre o fenômeno. Se procura pelo acento da fusão, veja Acento grave.
Crase é um dos metaplasmos por supressão de fonemas a que as palavras podem estar sujeitas à medida que uma língua evolui.[necessário esclarecer] [1] Neste caso, há a fusão de dois fonemas vocálicos idênticos e seguidos em um só. [2] Exemplos: {2}
No português atual:
A craseO termo crase significa fusão, junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da preposição "a" com:
Obs.: Nunca haverá crase no termo a que, mesmo quando puder ser substituído por à qual. Ex.: A questão a que me refiro é esta. (A questão à qual me refiro é esta.) Quando à que é correto: Ouvimos uma voz igual à que o monstro enjaulado soltava. (À que = àquela que.) O sinal que indica a fusão, que indica ter havido crase de dois aa, é o acento grave.
Exemplos:[2]
Regras de verificaçãoPara saber se a crase é aplicável, ou seja, se deve ser usada a contração à (com acento grave) em vez da preposição a (sem acento), aplique-se uma das regras de verificação: 1) Substitui-se a preposição a por outra preposição, como em ou para; se, com a substituição, o artigo definido a permanecer, então a crase é aplicável. Exemplos:
Com crase, porque equivale a Pedro viajou para a Região Nordeste.
Sem crase, porque equivale a Pedro viajou para Uberaba. 2) Troca-se o complemento nominal, após "a", de um substantivo feminino para um substantivo masculino; se, com a troca, for necessário o uso da combinação ao, então a crase é aplicável. Exemplos:
Com crase, porque ao se trocar o complemento — Prestou relevantes serviços ao povo — aparece a combinação ao.
Sem crase, porque ao se trocar o complemento — Chegarei daqui a um minuto — não aparece a combinação ao. 3) Quando se refere a locais para onde se dirige o sujeito, faz-se a pergunta inversa, a fim de se verificar se há ou não a necessidade do uso da crase. Essa regra pode ser definida pela frase: "SE VENHO DA.... CRASE HÁ; SE VENHO DE..., CRASE PRA QUE?". Exemplos: "Eu vou à Europa no próximo mês" (para se confirmar a necessidade ou não do uso da crase, fazemos a pergunta inversa: eu venho da Europa ou eu venho de Europa? Como a expressão correta é "eu venho da Europa", segue-se a necessidade do uso da crase). "Eu vou a Paris, no próximo". (fazendo-se a pergunta inversa, temos: "eu venho da Paris ou eu venho de Paris?") Como a expressão correta, nesse caso (que inclusive soa bem ao ser expressa), é eu venho de Paris, então se conclui que não há necessidade do uso da crase. Obs.: a crase não ocorre antes de palavras masculinas; antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia). Crase facultativaA crase é facultativa nos seguintes casos: Antes de nome próprio feminino:
Antes de pronome possessivo feminino no singular (minha, tua, sua, dela, nossa e vossa), desde que seja pronome adjetivo:
Depois da preposição até:
Casos proibidosTendo por princípio basilar que a palavra "à" é o feminino de "ao", não existe crase onde também não cabe o uso de "ao". Portanto, nas seguintes situações: Antes de verbos no infinitivo:
Antes de substantivos masculinos, salvo no já supracitado caso de estar subentendida a expressão "à moda de":
Antes de artigos indefinidos:[3]
Antes de numerais, exceto horas:
Antes de plural sem o emprego do artigo definido "as", no sentido genérico:
Após o uso de preposições:
Mas: Caminhamos até à (a) casa. (no caso específico de "até", a crase é facultativa) Antes de pronomes pessoais, relativos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, possessivos masculinos e de tratamento (com exceção de senhora, senhorita):
Obs.: Em pronomes demonstrativos aquele, aqueloutro (não mui corrente)... pode haver crase: Mas: Voltei a (à) minha cidade natal. (No caso dos pronomes possessivos, a crase é facultativa))
Entre substantivos repetidos:
Antes de topônimos de cidades que não admitem "a":
Obs.: substituir por "Fui à" ou "Vim da" (craseia-se) — "Fui a" ou "Vim de" (não se craseia).
Fui a Brasília. Vim de Brasília. (Não há crase)
Fui à Bahia. Vim da Bahia. (Há crase) À exceção de: Quando o lugar está determinado com um adjunto adnominal, assim como ocorre com "casa" e "terra", a crase é obrigatória em topônimos que não admitem artigo
Ver também
Referências
Ligações externas |
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