Bonifácio de Andrada
Bonifácio José Tamm de Andrada (Barbacena, 14 de maio de 1930 – Belo Horizonte, 5 de janeiro de 2021)[1] foi um advogado, jornalista, cientista político, professor universitário e político brasileiro filiado ao Democratas (DEM). Foi deputado federal de 1979 até 2019, tendo exercido dez mandatos consecutivos. Anteriormente, foi vereador de Barbacena, de 1954 a 1958, e deputado estadual em Minas Gerais, de 1959 a 1975, tendo assim exercido cargos legislativos durante sessenta anos. Também foi candidato a vice-presidente da República nas eleições de 1989, compondo a chapa de Paulo Maluf. É filho de José Bonifácio Lafayette de Andrada e de Vera Raymunda Tamm de Andrada, e irmão do já falecido deputado José Bonifácio Tamm de Andrada. É ainda descendente[2] do estadista José Bonifácio de Andrada e Silva – irmão de seu trisavô, Martim Francisco Ribeiro de Andrada, casado com a filha do patriarca da independência. O parlamentar era casado com Amália Borges de Andrada e deixou 10 filhos, dentre eles políticos como Antônio Carlos Doorgal de Andrada e Lafayette Luiz Doorgal de Andrada, o ex-advogado geral da União e vice-procurador-geral da República José Bonifácio Borges de Andrada, e o desembargador do TJMG Doorgal Gustavo Borges de Andrada. Carreira políticaBonifácio foi um dos fundadores da Campanha Nacional de Educandários Gratuitos - CNEG na década de 1950 e bacharelou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro após ter feito os primeiros anos do curso na Faculdade Mineira de Direito. Após formado, iniciou a advocacia privada em sua cidade natal, na qual foi eleito vereador por um mandato (1954 a 1958) pela UDN. Foi deputado estadual em Minas Gerais por quatro mandatos consecutivos (1959 - 1975), pela UDN nos dois primeiros e pela ARENA nos demais.[3][4][5][6] Foi deputado federal por Minas Gerais pelo décimo mandato consecutivo (desde 1979), eleito pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) no seu primeiro mandato, pelo Partido Democrático Social (PDS) nos 3 seguintes, pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) nas eleições de 1994 e pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) desde então.[7] Fundou em Barbacena, juntamente com o seu pai, o semanário Correio da Serra em 1954, jornal de oposição aguerrida de linha "udenista" do qual foi redator-chefe por muitos anos. Foi filiado à UDN (1954-1965) - pelo qual foi eleito vereador e deputado estadual, ocasião em que defendeu dentre outros temas o regime parlamentarista (sobre o qual, inclusive, possui obras publicadas), à ARENA (1966-1979), ao PDS (1980-1993), ao PTB (1994-1996), ao PSDB (1997-2017) e por fim, filiado ao DEM] (de 2017 até seu falecimento). Ausentou-se da votação da Emenda Dante de Oliveira em 1984 que propunha Eleições Diretas para Presidência da República, faltaram vinte e dois votos para a emenda ser aprovada.[8] Foi membro da Assembleia Nacional que elaborou a Constituição de 1988.[7] Como deputado estadual, presidiu a Assembleia Legislativa de Minas Gerais em 1968. E como deputado federal, presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados em Brasília. Atualmente é o deputado federal mais velho do Brasil. Foi candidato a vice-presidente da República do Brasil na Eleição presidencial de 1989 na chapa de Paulo Maluf tendo esta chapa obtido 5 986 575 votos ficando em quinto lugar, atrás do vencedor Fernando Collor de Mello, de Luiz Inácio Lula da Silva, de Leonel Brizola e de Mário Covas, e derrotando nomes conhecidos como o de Ulysses Guimarães, Aureliano Chaves e Enéas Carneiro. Em março de 2009 foi designado relator do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé, relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil. [9] Foi eleito deputado federal em 2014, para a 55.ª legislatura (2015-2019), pelo PSDB. Votou a favor do Processo de impeachment de Dilma Rousseff.[10] Já no Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[10] Em agosto de 2017 votou contra o processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente Michel Temer, ajudando a arquivar a denúncia do Ministério Público Federal.[10][11] Em setembro de 2017, foi escolhido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ser o relator da segunda denúncia contra o presidente da república Michel Temer pelos crimes de obstrução à Justiça e organização criminosa. Em 10 de outubro, recomendou a rejeição da denúncia na CCJ.[12][13] Cargos públicosComeçou a vida pública como oficial de gabinete do Ministro da Agricultura (1955) no governo Eurico Gaspar Dutra. Após ter exercido vários mandatos eletivos, foi nomeado secretário de Estado da Educação e Cultura de Minas Gerais (1965) na gestão do então governador Magalhães Pinto. Posteriormente, ocuparia a secretaria de Estado do Interior e Justiça de Minas Gerais (1974-1977) durante o governo Aureliano Chaves. E após sucessivos mandatos parlamentares federais, foi convidado durante o governo Hélio Garcia para ser mais uma vez o titular de secretaria estadual - agora da secretaria de Administração e Recursos Humanos (1994-1997). MorteBonifácio faleceu em 5 de janeiro de 2021 no hospital Mater Dei em Belo Horizonte, aos 90 anos, de COVID-19, durante a pandemia da doença.[14] A morte ocorreu pouco antes da primeira vacina contra COVID-19 chegar no estado de seu domicílio, Minas Gerais, em 19 de janeiro de 2021.[15] Obras publicadas
Homenagens e condecoraçõesDurante a carreira, Bonifácio tem recebido homenagens e condecorações. Dentre elas, destacam-se:
Ver também
Referências
Ligações externas |