Benzofenona
A benzofenona, uma cetona aromática, é um composto importante na fotoquímica orgânica e na perfumaria bem como em síntese orgânica. É uma substância cristalina branca com odor de rosas, insolúvel em água, ponto de fusão 47,9 °C, ponto de ebulição 305-306 °C. A radiação ultravioleta (UV) é mais energética que a luz visível e assim pode alterar as propriedades físicas e a aparência de substâncias orgânicas. A benzofenona age como filtro óptico pois ela é capaz de utilizar a energia da radiação UV para se excitar e na volta para o estado fundamental ela dissipa essa energia em forma de calor para o ambiente ao invés de emitir radiação. Isso é possível devido à benzofenona possuir seus estados de singleto e tripleto muito próximos entre si em energia, o que torna possível a dissipação de energia por cruzamento intersistema seguido de decaimento sem radiação. Assim, a benzofenona é usada em produtos como perfumes e sabonetes para prevenir que a luz ultravioleta degrade o odor e a cor desses produtos. Ela também pode ser adicionada a embalagens plásticas para estas bloquearem os raios UV protegendo o produto em seu interior, além de ser componente dos filtros solares. Também por ser capaz de passar pelo estado excitado tripleto, que é radicalar e muito energético, a benzofenona pode abstrair facilmente um átomo de hidrogênio de uma molécula doadora para formar o radical difenilhidroximetil. Possíveis efeitos sobre a saúdeUm número crescente de produtos químicos presentes no ambiente são suspeitos de atuarem como disruptores endócrinos – em inglês: endocrine disruptors (EDs) - causando distúrbios na síntese, secreção, transporte, ligação, ação ou eliminação de hormônios endógenos. Interferem, portanto, no metabolismo, na diferenciação sexual e na função reprodutiva, tanto em animais como seres humanos. Os filtros de radiação ultravioleta (UV) representam uma nova classe de substâncias ativas como EDs. [1] Recentemente, tem havido um aumento da atenção à possibilidade de efeitos de saúde adversos associados aos compostos sintéticos presentes em muitos filtros solares. [2] Um estudo publicado em abril de 1992, intitulado "Poderiam os filtros solares aumentar o risco de melanoma?" relatou que os maiores riscos de melanoma ocorreram nas regiões onde o uso de filtro solar era mais prevalente.[3] Embora se possa imaginar que isto se deva ao fato de que filtros solares são mais usados em regiões onde as pessoas se expõem mais à luz UV, o estudo mostra que a incidência de melanoma se relaciona fortemente ao uso de filtros solares, independentemente da exposição ao UV. [4] Segundo Gonzalez et al. [5] um filtro solar disponível no comércio, contendo 4% de benzofenona-3 (também referida como BP-3 ou BZ-3) foi aplicada topicamente em 25 voluntários por 5 dias, de manhã e à noite. A urina foi analisada durante esses cinco dias e nos cinco dias após a última aplicação. Um grupo foi exposto a radiação UV e o outro não. Cerca de 3,7 % da quantidade de BP-3 aplicada foi encontrada na urina. Não houve diferença significativa entre os dois grupos. Segundo Suzuki e colaboradores, [6] as benzofenonas hidroxiladas apresentaram atividade estrogênica in vitro sobre as células mamárias cancerígenas MCF-7 (células sensíveis ao estrogênio). Em outro estudo sobre filtros solares UV, Schlumpf et al. verificaram que,[7] de cada seis amostras de leite materno avaliadas, cinco apresentaram resíduos de BP-3 e de metoxicinamato de octila (OMC) - um outro filtro solar. Referências
|
Portal di Ensiklopedia Dunia