A versão do Bloco 1 do SLS usada nesta missão consistirá em dois foguetes auxiliares de combustível sólido de cinco segmentos, quatro motores RS-25D construídos para o Programa de Ônibus Espaciais e um Estágio Provisório de Propulsão Criogênica (ICPS).[9] A Artemis 1 está destinada a demonstrar os sistemas integrados de naves espaciais antes de um voo tripulado e, além disso, testar uma reentrada de alta velocidade no sistema de proteção térmica da Orion.[9]
A missão será sem tripulação, mas a NASA havia iniciado um estudo para investigar uma versão tripulada da missão. Uma versão tripulada da Artemis 1 seria composta de dois astronautas e seria muito mais curta do que a versão sem tripulação por razões de segurança. O estudo, então, investigou uma missão tripulada, mesmo com a possibilidade de mais atrasos no lançamento.[11] Em 12 de maio de 2017, a NASA revelou que não enviará astronautas para o espaço para a missão EM-1 da Orion, após um estudo de viabilidade que durou meses.[12]
Foguetes comerciais
Em 13 de março de 2019, Jim Bridenstine, o administrador da NASA, disse em uma audiência no Senado que a NASA estaria considerando mudar a nave espacial Orion que voaria na primeira missão do Sistema de Lançamento Espacial para foguetes comerciais para manter essa missão no cronograma para meados de 2020. Bridenstine afirmou que o "SLS está lutando para cumprir seu cronograma" e que "agora estamos entendendo melhor o quão difícil este projeto é e que vai levar algum tempo adicional". Bridenstine acrescentou que a NASA estaria considerando lançar a espaçonave Orion que está sendo construída para a Artemis 1 em veículos comerciais como o Falcon Heavy ou o Delta IV Heavy. A missão exigiria dois lançamentos: um para colocar a nave Orion em órbita ao redor da Terra e um segundo carregando um estágio superior. Os dois então se acoplariam e o estágio superior enviaria a Orion para a Lua. Um desafio com essa opção seria realizar esse acoplamento, já que a NASA não tem, agora, a capacidade de acoplar a cápsula da tripulação Orion com qualquer coisa em órbita. Entre agora e junho de 2020 a NASA teria que tornar isso uma realidade.[13] No entanto, essa ideia foi abandonada devido a um estudo concluindo que isso atrasaria ainda mais a missão.[14]
Missão
1.ª tentativa de lançamento
A primeira tentativa de lançamento ocorreu em 29 de agosto de 2022, mas foi adiado devido a não conseguirem resfriar um dos motores. A próxima tentativa foi marcada para 3 de setembro de 2022.[15]
2.ª tentativa de lançamento
A segunda tentativa de lançamento ocorreu em 3 de setembro de 2022, mas foi cancelada devido a vazamento de combustível.[16][17]
Entre tentativas
Setembro
A NASA anunciaria suas decisões, em 5 de setembro, que a depender do que for necessário para arrumarem o problema, o foguete poderá continuar na plataforma (podendo ser lançado entre 19 de setembro e 4 de outubro). Porém, se retornar para o edifício de Montagem de Veículos (EMV), a próxima janela será entre 17 e 31 de outubro.[18]
As baterias do sistema de auto-destruição do foguete expirariam em 6 de setembro (forçando um retorno para o EMV) e a NASA não quer que os trabalhos no SLS coincidam com o lançamento do SpaceX Crew-5.[19] A NASA não realizará novas tentativas no começo de setembro de 2022.[20]
Em 6 de setembro, a NASA anunciou que estava realizando reparos na plataforma, mas o retorno para o EMV ainda era uma opção.[21] Em 8 de setembro, a NASA anunciou que a depender do sucesso dos reparos na plataforma e, se as baterias do sistema de auto-destrição terão seu prazo de validade estendido, as próximas tentativas poderão ocorrer em 23 ou 27 de setembro.[22]
Em 12 de setembro, a NASA anunciou que viria a realizar testes de abastecimento do SLS, em 21 de setembro, com um lançamento em 27 de setembro, se os engenheiros não encontrassem nenhum problema e as baterias do sistema de autodestruição tivessem sua validade estendida.[23] Os testes de 21 de setembro, apesar de um vazamento — corrigido — foram considerados bem sucedidos.[24]
Em 23 de setembro, a NASA anunciou que a duração das baterias do sistema de autodestruição tiveram sua validade estendida, fazendo com que a agência mantenha seus planos de lançar em 27 de setembro. Porém, devido ao desenvolvimento de uma depressão tropical com possibilidade de se tornar um furacão perto da Flórida, a possibilidade de retornar o veículo para o VAB se manteve.[25]
No dia seguinte, 24 de setembro, a NASA anunciou que adiaria o lançamento para 2 de outubro devido a tempestade tropical Ian, mas mantendo em aberto a opção de levar o veículo para o VAB, no caso da tempestade se tornar um furacão.[26]
Em 26 de setembro, com a evolução da tempestade para o furacão Ian, a NASA decidiu retornar o veículo para o VAB, impedindo qualquer tentativa, em 2 de outubro, e adiando a próxima tentativa de lançamento até novembro de 2022.[27]
Em 12 de outubro, a NASA anunciou que a próxima tentativa estaria prevista para ocorrer em 14 de novembro.[29] Em 4 de novembro, o veículo foi movido do VAB e, segundo a Agência Espacial, a previsão atual de lançamento se mantém em 14 de novembro.[30]
Em 8 de novembro, a NASA anunciou que manteria o SLS na plataforma mesmo com a chegada da tempestade tropical Nicole.[31] Devido a tempestade, a NASA adiou o lançamento para 16 de novembro.[6] Apesar do SLS ter sofrido pequenos danos devido a tempestade, a NASA manteve a data de lançamento.[32]
Lançamento
O lançamento da missão ocorreu de forma bem sucedida em 16 de novembro,[7] às 06:47 UTC.[33]
Em 20 de novembro, a nave entrou na esfera de influência da Lua e, no dia seguinte, realizou seu primeiro sobrevoo.[34]
Em 23 de novembro, a nave perdeu contato com a Terra por 43 minutos[35] e, em 25 de novembro, entrou na órbita retrógada distante.[36]
Em 26 de setembro, a nave bateu um recorde: a cápsula Orion atingiu a maior distância da Terra, comparando com qualquer outra nave projetada para levar astronautas ao espaço. Mesmo ainda não possuindo tripulação, a Artemis 1 ultrapassou os 400 171 quilômetros de distância atingida, em abril de 1970, pelo módulo de comando Odyssey, da missão Apollo 13. A previsão foi que este recorde seja novamente batido, em 28 de novembro, quando a nave alcançou 432 194 quilômetros de distância da Terra.[37]
Originalmente, a missão foi planejada para seguir uma trajetória circunlunar sem entrar na órbita ao redor da Lua.[2] A espaçonave Orion passará aproximadamente três semanas no espaço, incluindo seis dias em órbita retrógrada ao redor da Lua.[38]
Cronologia
Tempo decorrido da missão
Evento
Localização
00:00:00
Lançamento
Complexo 39 de lançamento do Centro Espacial Kennedy
Nesta primeira fase, a missão não conta com tripulantes seres humanos. Entretanto, não está totalmente vazia de "tripulação". Alguns desses "tripulantes" tem função científica, mas outros nem tanto. São eles, entre outros:[39]
Snoopy – uma miniatura, em pelúcia, usando um traje espacial, que terá a importante função de identificador da "gravidade zero". Não é primeira vez que o personagem é utilizado em uma missão especial, já que deu o nome ao módulo lunar da Apollo 10
Lego – quatro bonecos astronautas ("Kate", "Kyle", "Julia" e "Sebastian") fazem parte de um projeto didático sobre espaço e ciência para pais, professores e alunos
Shaun, a ovelha – outro boneco de pelúcia devidamente uniformizado, está na nave em comemoração por seus 15 anos de existência e com um propósito educativo que é "escrever" um blog contando tudo para seus fãs mirins, enquanto a Orion estiver no espaço
Callisto – a assistente virtual Alexa, da Amazon, ajudará os astronautas nas tarefas de comandar os aparelhos eletrônicos da nave através de comandos de voz
"Moonikins" – nas três poltronas da cápsula, foram colocados três manequins, em tamanho real, com 5 600 sensores de radiação em cada um, com o objetivo de coletar informações e ajudar na segurança das viagens tripuladas. O nome é um trocadilho com as palavras "moon" (lua, em inglês) e "mannequin" (manequim, também, em inglês). Os três também foram nomeados: "Arturo Campos", em homenagem a um dos engenheiros da Apollo 13; "Helga" e "Zoar", do Centro Aeroespacial Alemão (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt, DLR, em alemão)
Células de levedura – o objetivo é monitor e analisar alterações biomoleculares. Estão no Biosentinel, um dos nanossatélites — chamados de cubeSat, em função do tamanho e formato similar a uma caixa de sapatos — que a Orion deu "carona"
NEAScout (Near-Earth Asteroid Scout ou "caçador de asteroides próximos à Terra") – outro cubeSat que viajará até o "asteroide 2020 GE" usando uma vela solar, ou seja, um sistema de propulsão que utiliza a pressão da radiação do Sol. Está equipado com o NEACam — um sensor de imagem de 20 megapixels — para registrar e estudar a forma, posição, rotação e composição do asteroide
IceCube – mais um cubeSat, com o objetivo de procurar água e outros recursos na Lua, podendo ajudar na redução de quantidade de material que os astronautas precisam levar e gerando uma enorme economia de custos em viagens futuras
EQUULEUS (EQUilibriUm Lunar-Earth point 6U Spacecraft) – outro cubeSat — desenvolvido pela Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA) — projetado para explorar a distribuição do plasma que circunda a Terra, a plasmosfera
Omotenashi (em japonês: "hospitalidade") – também desenvolvida pela JAXA, o módulo de pouso lunar, será a única parte da missão que tocará a superfície do satélite natural, se desprendendo de outro cubeSat para "cair" na Lua e dois airbags amortecerão o pouso. Entre os objetivos, fará a medição da radiação da superfície lunar e uma investigação mecânica do solo rochoso, usando acelerômetros