Armazém Regimental
O Armazém Regimental é um edifício histórico na cidade de Lagos, na região do Algarve, em Portugal. Além do antigo edifício militar em si, o conjunto do Armazém Regimental inclui igualmente um grande marco religioso, conhecida como um passo.[1] DescriçãoO edifício apresenta uma traça maneirista e barroca.[2] A fachada principal, incluindo o antigo passo, está virada para a Praça do Infante, enquanto que uma outra fachada está de frente para a Travessa do Mar.[3] A fachada principal está dividida em dois panos muito distintos, sendo o primeiro um corpo baixo rasgado por duas portas, encimadas por um escudo de armas do Reino do Algarve e pela Chancela do Conde de Avintes.[3] O escudo do Reino do Algarve contém o seguinte texto: «governando o Conde de Avintes este Reino mandou fazer este Armazém em 1665».[3] A fachada principal é completada por um antigo passo ou oratório, único sobrevivente de um conjunto original de sete que formavam uma Via Sacra.[4] Consiste numa grande porta de dois batentes,[1] encimada por um frontão, igualmente de grandes dimensões, enquadrado nos finais do Barroco,[3] ladeado com florões e decorado com motivos vegetalistas.[1] A fachada para a Travessa do Mar também possui portas de grandes dimensões.[3] O interior do imóvel é composto por uma nave de forma rectangular, com abóbada.[3] Na parte correspondente ao antigo passo, as paredes estavam revestidas de azulejos, que foram removidos, e existia um altar em pedra, do qual foram encontrados vestígios.[1] HistóriaO edifício foi construído em 1665, no local da antiga Igreja de São Brás, cuja construção foi anterior a 1553.[3][5] Tinha uma função utilitária, sendo destinado principalmente ao armazenamento das mercadorias que eram transportadas pelos navios até Lagos.[4] Em Dezembro de 2009, estava prevista a conversão do Mercado de Escravos e do Armazém Regimental em núcleos museológicos sobre a escravatura e a história militar de Lagos.[6] Este projecto, planeado há vários anos pela autarquia, inseria-se nas comemorações do 550.º aniversário da morte do Infante D. Henrique, em 13 de Novembro de 2010.[6] Nessa altura, ambos os imóveis eram propriedade do exército português, sendo principalmente utilizados, desde há muito anos, como locais de exposições temporárias de pintura e outras artes plásticas, e para feiras de artesanato.[6] De forma a firmar as bases para um acordo de cooperação entre a autarquia e as forças armadas, o presidente da Câmara Municipal, Júlio Barroso, e o chefe do Estado-Maior do Exército, general José Luís Pinto Ramalho, estiveram reunidos em Lisboa.[6] O Armazém Regimental é periodicamente utilizado na realização de eventos, como a Mostra de Livros de Autores de Lagos, em Agosto de 2016,[7] uma exposição de coleccionismo em Outubro do mesmo ano,[8] a exposição decorativa Heartmade Market em Abril de 2019,[9] e uma feira de livros usados em Julho desse ano.[10] Em 19 de Janeiro de 2023, foi assinado o auto de entrega do Armazém Regimental à Câmara Municipal de Lagos, deixando de ser propriedade do governo central, sendo até então gerido pelo Ministério da Defesa Nacional.[11] De forma a compensar a alienação, a autarquia comprometeu-se a pagar um valor de 238 mil euros.[11] Após a conclusão do processo, previa-se que o imóvel iria ser alvo de obras de reabilitação e conservação, de forma a melhorar as suas condições para a realização de eventos culturais.[11] Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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