Acompanhando o pai, que assumiu uma série cargos públicos no Império, residiu por fim em Recife, onde se matriculou no Colégio Bom Conselho, dirigido pelo Dr. Barbosa Lima, e, posteriormente, na Faculdade de Direito do Recife, onde nasceu a amizade com Tobias Barreto e Guimarães Júnior, bacharelando-se em 1869.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1880 e exerceu, até 1886, a advocacia. Em 1893 foi nomeado diretor geral da Instrução Pública e, em 1903, Consultor Geral da República, cargo que exerceu até a morte, tendo proferido pareceres muito importantes.
Sua obra crítica, dispersa pelos periódicos, desde os tempos do Ceará, só em parte foi publicada em livro, durante sua vida, tendo sido reunida e organizada por Afrânio Coutinho em Obra crítica de Araripe Júnior, em cinco volumes, publicados entre 1958 e 1966.
No último livro, Ibsen e o espírito da tragédia (1911), sem abandonar a preocupação nacionalista, alçou-se a um plano de universalidade, buscando a razão de ser da tragédia humana, através da obra dos grandes trágicos, da Grécia ao século XIX. Como crítico, era um conselheiro amável e cheio de compreensão, sobretudo pelos estreantes.
Academia Brasileira de Letras
Fundador da cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, recebeu o acadêmico Afrânio Peixoto.
Obra
Obras listadas na Biblioteca Digital de Literatura Brasileira e Portuguesa da UFSC[2]
Romances e novelas
A casinha de sapé. Romance aparecido em folhetins no jornal Constituição em 1872, publicado em livro:
A Obra crítica de Araripe Júnior (organizada por Afrânio Coutinho)
A Obra Crítica de Araripe Júnior (cinco volumes organizados por Afrânio Coutinho publicados entre 1958 e 1970 (digitalização) contém os seguintes textos:
Neste texto, Araripe Júnior fala da “íntima conexão existente entre a música e a natureza” desde a Antiguedade, fechando com: “A natureza é para o homem o que o sol poente era para a estátua de Mêmnon”.
Prefácio do opúsculo Contos brasileiros I, publicado sob o pseudônimo de Oscar Jagoanharo em 1868; “…a reabilitação memorável do povo que outrora percorria as selvas brasílicas de um extremo a outro, levando por toda a parte o estridor de suas armas e a fama de sua estoica e descomunal bravura. Eis a razão de ser desta pequena obra” (Obra crítica, volume I, p. 21).
Publicado no Correio Pernambucano em junho de 1869 sob o título Literatura Brasílica; em seguida editado em folheto. Ao comparar a literatura indianista-naturalista norte-americana com a brasileira chega à conclusão de que “o verdadeiro rival de Fenimore é J. de Alencar”.
Juvenal Galeno: Lendas e canções populares - Novas lendas e canções - Ecos silvestres - Folhas do coração - Porancaba (digitalização: Obra crítica, volume I, p. 43-56).
O hors texte do volume 2 da Obra crítica contém «Fac-símiles de fôlhas de rosto» da obra Gregório de Mattos de Araripe Júnior (digitalização: Obra crítica, volume II, hors texte), seguidos por uma “Advertência” de Eugênio Gomes, Diretor do Centro de Pesquisas da Casa de Rui Barbosa, em junho de 1960 (Digitalização: Obra crítica, volume II, p. VII-VIII).
História Constitucional da República dos Estados Unidos do Brasil, pelo Dr. Felísbelo Freire [em seis partes] (digitalização: Obra crítica, volume II, p. 335-358)
Festas Nacionais, de Rodrigo Otávio; A Democracia Representativa, de Assis Brasil; Parlamentarismo e Presidencialismo, de Sílvio Romero
Novos líricos brasileiros; Coração, de Zalina Rolim; Imagens e Visões, de Luís Rosa; Parnaso. Fototipias, de Figueiredo Pimentel
O anarquismo e a literatura; Paris e os escandinavos; Influência do decadismo no Brasil; Cruz e Sousa; A Padaria Espiritual do Ceará; Poetas do Recife
Contistas e fantasias; Teoria do Conto; Chiquinha Mascote, de Viveiros de Castro; Rose Castle, de Virgílio Várzea; Contos Amazônicos, de Inglês de Sousa
Romancistas; O demonismo no romance; A Capital Federal, de Coelho Neto; Celeste, de Délia; O Abôrto, de F. Pimentel; A Mortalha de Alzira, de A. Azevedo; Encarnação, de J. de Alencar; Degenerescência literária; Os escandinavos; Ibsen
Artigos do Senhor Felisbelo Freire; Tradução das Lições de Lastarría, por Lúcio de Mendonça; A Redenção de Tiradentes; A Memória do Senador Ottoni; O Imperador no Exílio, de Afonso Celso; Memórias e viagens; Literatura jurídica; Clóvis Beviláqua; Poesia científica; Martins Júnior; Crítica; Conclusão.
A Literatura do Futuro. Decadismo, Simbolismo, Misticismo e Faquirismo Literário [em quatro partes] (digitalização: Obra crítica, volume III, p. 223-234)
Os Sertões (Campanha de Canudos), por Euclides da Cunha (digitalização: Obra crítica, volume IV, p. 89-124. Primitivamente estampado no Jornal do Commercio em 1903; reeditado como capítulo de: Juízos críticos - Os Sertões (Campanha de Canudos), por Euclides da Cunha, Rio de Janeiro: Laemmert & Cia., 1904 (39 páginas) (reeditado e ampliado como Juízos críticos : Os sertões e os olhares de sua época, São Paulo: Editora Unesp, 2003, OCLC54507859)
Tratado de Ciência de Administração e Direito Administrativo, pelo Dr. A. Viveiros de Castro [três parágrafos] (digitalização: Obra crítica, volume IV, p. 175-194
Afrânio Coutinho. “Prefácio”. In: Obra crítica de Araripe Júnior. Volume V. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura / Casa de Rui Barbosa, 1970, p. VII-XV. Com bibliografia de e sobre Araripe Júnior.
Afrânio Coutinho. “A nacionalização da literatura brasileira no pensamento crítico de Araripe Junior”. In: Revista Brasileira, no. 21-22, ano IX (jan.-jun. 1958).
Braga Montenegro. “Araripe Júnior” (Subsídios par a um estudo). In: Clã, ano 1, no. 3, Fortaleza, 1948.
Braga Montenegro. “A ficção de Araripe Júnior”. Apresentação da edição de O cajueiro do Fagundes. Fortaleza: Publicação da Secretaria de Cultura do Ceará, 1975. OCLC2333357
Afrânio Coutinho. “A Critica Positivista e Naturalista”. In: Afrânio Coutinho (dir.). A Literatura no Brasil. 2a edição, vol. III. Rio de Janeiro: Editorial Sul Americana, 1969.
Afrânio Coutinho. Euclides, Capistrano e Araripe. Rio de Janeiro: Livros de Ouro, 1968. OCLC3829504
Afrânio Coutinho. A Tradição Afortunada. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968. OCLC384452
José Veríssimo. Letras e Literatos. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1936, p. 26. OCLC28580823
Araripe Júnior “é ainda estudado nas histórias da literatura de Silvio Romero, José Veríssimo e Afrânio Coutinho. É-lhe dedicado um número especial de Autores e Livros (Supl. de A Manhã), Rio de Janeiro, vol. VII, n. 1, 9 de julho de 1944.”[4]