Almuiz Aldim Alá Nota: "Almuiz" e "Al-Muizz" redirecionam para este artigo. Para outros significados, veja Almuiz (desambiguação).
Made Abu Tamim Almuiz Lidim Alá, mais conhecido como Almuiz Aldim Alá (em árabe: معد المعز لدين الله; romaniz.: Al-Muizz li-Din Allah), também grafado al-Moezz, nascido com o nome Abu Tamim Maade ou Maade Abu Tamim ("Fortalecedor da religião de Deus [Alá]"), foi o quarto califa fatímida e o décimo-quarto imame ismaelita. Foi durante o seu reinado que os fatímidas conquistaram o Egito, onde Almuiz ordenou a construção da cidade do Cairo (al-Qāhiratu l-Muʻizzīyatu - "Vitória de Almuiz"), em 969, mudando o centro do poder fatímida da Ifríquia para o Egito.[1] HistóriaAlmuiz sucedeu ao seu pai, Ismail Almançor, em 953, tendo adoptado o título califal de Almuiz. Os fatímidas, liderados pelo pai de Almuiz, Ismail Almançor, derrotaram a revolta carijita de Abu Iázide, voltaram a sua atenção para a expansão do califado por todo o mundo islâmico e para a luta contra o Califado Abássida (sunita). Ainda que primordialmente preocupados com o Egito e com o Oriente Médio, houve mesmo assim algumas campanhas lideradas pelo general Jauar, o Siciliano contra os berberes de Marrocos (que era governado pelos também xiitas idríssidas) e contra os omíadas de Alandalus (Hispânia islâmica). Em paralelo, os raides na Itália reafirmaram a superioridade naval dos fatímidas no Mediterrâneo ocidental (à custa dos bizantinos) e permitiram o estabelecimento do Emirado da Sicília como dependente dos fatímidas.[carece de fontes] O caminho para o Egito então se abriu para os fatímidas, principalmente pela crise que enfrentava a dinastia dos iquíxidas e pela incapacidade dos abássidas de contra-atacar. A invasão, que já tinha sido tentada pelos seus antecessores, foi alvo de um plano cuidadoso que se iniciou em 966, mas teve que ser postergado, segundo a tradição, devido ao fato da mãe de Almuiz desejar realizar a peregrinação a Meca, o que a obrigaria a passar pelo Egito. No seu regresso, a sua mãe pediu-lhe para que invadisse o Egito apenas após a morte do seu soberano, Cafur, que a teria tratado muito bem quando por lá passou. Cafur faleceu em 968 e a invasão ocorreu no ano seguinte, tendo sido liderada pelo general Jauar. O país caiu sem grande resistência. Após ele ter assegurado suas posições, Almuiz transferiu a residência real de Mançoria para a recém fundada cidade de al-Qāhiratu l-Muʻizzīyatu (Cairo), mudando assim o centro do poder do Califado Fatímida para o oriente. Na Ifríquia, os zíridas do general Bologuine ibne Ziri foram alçados ao poder como regentes. No Egito, apenas os ataques dos carmatas tiveram que ser repelidos entre 972 e 975 antes que uma completa reforma financeira, sob o comando de Iacube ibne Quilis, pudesse ser feita.[carece de fontes] Almuiz foi sucedido por seu filho, Alaziz, em 975. Cultura e religiãoAlmuiz era famoso por sua tolerância em relação às demais religiões dos territórios que conquistava e era popular entre judeus e cristãos. Acredita-se também que a primeira caneta-tinteiro. Em 953, o califa solicitou que fosse criada uma caneta que não sujasse as mãos e nem as roupas e que também já viesse com um reservatório de tinta. Cádi Numane (m. 974), em sua Kitdb al-Majalis wa 'l-musayardt, relata as instruções de Almuiz:[carece de fontes]
A literatura fatímida também teve um período de crescimento sob Almuiz, com o aparecimento de habilidosos poetas como ibne Hani Alandalusi e Ali Altunuci. O primeiro é geralmente comparado com Almutanabi e aclamado como o "Almutanabi do Ocidente".[2] Relação com os cristãos coptasOs Cristãos coptas (monofisistas) tiveram uma certa liberdade sob Almuiz[3] Copts were among those appointed to the highest offices of the empire and were allowed to freely practice their religion.[4] O vizir da Síria era Quzman ibn-Nima, um cristão copta.[5] O festival chamado de Nayrouz, a celebração do ano-novo copta, foi permitido, embora com algumas restrições a algumas atividades, como o uso de fogos de artifício e a entrada na água.[6] Esta relação foi o tema de diversas lendas escritas posteriormente pelos cristãos coptas. Numa delas, Almuiz teria desafiado o papa Abraão de Alexandria (os patriarcas de Alexandria também são chamados de papa) a mover a Montanha Mokattam no Cairo, recitando um versículo do Evangelho de Mateus que diz:
De acordo com as fontes coptas, Abraão ordenou que a comunidade mantivesse uma vigília e que rezasse por três dias e noites. Na terceira noite, o papa teve um sonho no qual a Virgem Maria ordenou-lhe que procurasse Simão, o Tintureiro. A lenda conta que, por conta da vigília e sob a liderança de Abraão e Simão, a montanha teria se movido. Esta história é recontada no livro "História dos Patriarcas de Alexandria", escrito por Severo ibne Almucafa.[5] Fontes posteriores afirmam ainda que este milagre teria feito Almuiz se converter ao cristianismo e que ele teria sido batizado na Igreja de São Mercúrio, no Cairo, numa fonte batismal que ainda está lá e é conhecida como "Batistério do Sultão".[5][7][8][9][10] Ainda de acordo com este lenda, Almuiz teria abdicado ao trono em nome de seu filho e passado o resto de sua vida num mosteiro, algo que é rejeitado por influentes historiadores muçulmanos como Amade Zaqui Paxá e Maomé Abedalá Enane.[5] Ver também
Referências
Bibliografia
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