Aizoaceae
Aizoaceae é uma família de ervas anuais ou perenes, raramente arbustos ou árvores, da ordem Caryophyllales que inclui aproximadamente 2.500 espécies distribuídas em 146 gêneros. Sendo que, no Brasil ocorrem 4 gêneros e 4 espécies[1]. A maioria das espécies apresenta adaptações para sobreviver a ambientes tropicais e subtropicais, como por exemplo, a utilização do metabolismo CAM (metabolismo ácido das crassuláceas), e ocorrem principalmente na África do Sul[1]. Possuem grande valor ornamental, como por exemplo, a famosa “planta pedra” (Lithops spp.) que possui folhas suculentas de coloração e aparência de pedregulhos, as quais são renovadas anualmente. Além da “rosinha-de-sol” (Aptenia cordiofolia) e o “cacto-margarida” (Lampranthus productus) [2]. MorfologiaAs Aizoaceae são plantas com morfologia pouco variada, as quais podem ser encontradas como: ervas com talo ereto, prostradas ou estoloníferas, perenes ou anuais e carnosas, raramente árvores ou arbustos, e raramente possuem estípulas[2],[3]. As folhas podem ser alternas ou opostas, compostas mas também pecioladas ou sésseis, com ou sem bainha. Quanto à inflorescência, pode ser cimosa, uniflora, raro plurifloras, axilares, raro terminais. Suas flores tipicamente são bissexuadas, períginas; com cálice persistente, frequentemente gamossépalo, de 5 à 8 lóbulos; corola ausente[2],[3]. Cinco estames ou polistêmone, cíclicos, livres ou concrescidos na base, geralmente com numerosos estaminódios petalóides; ovário súpero, óvulos numerosos ou solitários. Apresenta fruto em forma de cápsula circuncisa ou loculicida, raramente com arilo. Internamente, sementes com endosperma[2],[3]. Diversidade TaxonômicaA família Aizoaceae possui 146 gêneros viventes descritos atualmente , com aproximadamente 2.271 nomes de espécies reconhecidos: [4].
Distribuição GeográficaA família Aizoaceae possui uma distribuição predominantemente tropical, com boa parte de sua abundância e diversidade na África do Sul e Austrália. Divide-se em quatro subfamílias, Aizooideae, Mesembryanthemoideae, Sesuvioideae e Ruschioideae.
BrasilNa Região Norte, há casos confirmados de Aizoaceae no Amazonas e Pará, no nordeste encontra-se em quase todos os estados, tendo ocorrências confirmadas em Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe[5]. Já na região Centro-Oeste, há confirmação de Aizoaceae apenas em Goiás, Mato Grosso. No Sudeste, encontra-se em todos os estados: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, assim como no Sul: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina[5]. Há também ocorrências confirmadas na Ilhas Oceânicas de Fernando de Noronha. Como um todo, as Aizoaceae estão presentes nos domínios fitogeográficos brasileiros de Floresta Amazônica, Caatinga e Mata Atlântica[5]. PortugalEm Portugal a família é representada por 10 géneros: Aizoon, Aptenia, Carpobrotus, Disphyma, Dorotheanthus, Drosanthemum, Lampranthus, Mesembryanthemum, Sesuvium e Tetragonia. Em termos de espécies ocorrem 16 espécies[6]:
Lista de espécies brasileirasSão reconhecidos e encontrados 4 gêneros de Aizoaceae no Brasil, cada uma com uma espécie. Também são reconhecidos 9 sinônimos para as espécies encontradas, sendo que, nenhuma é considerada endêmica no país[7]:
Relações FilogenéticasA família Aizoaceae pertence à ordem monofilética Caryophyllales, grupo superasterídeas dentro de Eudicotiledôneas (angiospermas com pólen tricolpado). A ordem Caryophyllales apresenta delimitações incertas na literatura sobre as relações filogenéticas entre suas famílias [8]. Porém através dos estudos mais aceitos pela comunidade, pode ser caracterizada pelas seguintes sinapomorfia:
Dentro de Caryophyllales, Aizoaceae se encontra no clado monofilético de Core Caryophyllales, caracterizadas pela presença de nodos uniloculares, hastes concêntricas de xilema e floema, tubo floemático com plastídeos com anel periférico com filamentos proteicos e um cristal protéico central[9]. A família Aizoaceae não pertence ao clado com característica sinapomórfica de suculência, mas sim, é irmão do clado com essa sinapomorfia, o qual engloba as famílias : Molluginaceae, Monitaceae, Halophytaceae, Basellaceae, Didiereaceae, Portulacaceae e Cactaceae. Porém como algumas das Aizoaceae possuem folhas suculentas, acredita-se que a origem dessa característica tenha ocorrido independentemente nesse grupo[10]. Seu grupo irmão Gisekiaceae representa plantas com metabolismo C4, com anatomia de Kranz da variedade atriplicóide. Já Aizoaceae é conhecida por suas inflorescências e a capacidade de realizar metabolismo CAM [11].
ConservaçãoSegundo a IUCN, a espécie Antimima eendornensis nativa da Namibia, apesar de ser uma espécie que ocupa uma faixa de área restrita, sua abundância está decrescendo em consequência da coleta e pela agricultura, que pode ser também uma ameaça em potencial. A espécie Delosperma gautengense encontra-se ameaçada por ação de colecionadores, perda de habitat, fragmentação, urbanização, espécies invasoras, por frequentes incêndios e erosão. Uma subpopulação ocorre dentro de Magaliesburg (África do Sul) e está protegida, segundo a Lei de Conservação Ambiental 1989, Seção 16. [12] Delosperma macellum nativa da África do Sul, encontra-se ameaçada pela transformação e fragmentação do habitat devido à urbanização e agricultura, além de ser uma espécie de interesse para colecionadores.
Referências
Ligações externas
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