Adão de Bremen
Adão de Bremen, também conhecido como Adam de Bremen[nota 1] (em alemão: Adam von Bremen; em latim: Adamus Bremensis; nascido antes de 1050 – falecido antes de 1095) foi um cronista medieval alemão que viveu na segunda metade do século XI. [1] VidaPouco se sabe sobre a vida de Adão exceto por algumas pistas que ele deixou em suas crônicas. Acredita-se que tenha nascido em Meissen (em latim: Misnia), na Saxônia[5] As datas de seu nascimento e morte são incertas, mas é provável que tenha nascido antes de 1050 e morrido no dia 12 de outubro de um ano desconhecido (possivelmente 1081, o mais tardar 1085). A partir de sua crônica, é evidente que Adão conhecia diversos autores mais antigos e o apelido "Magister Adam" demonstra que ele passou por todos os estágios da educação clássica. ![]() Em 1066 ou 1067, ele foi convidado pelo arcebispo Adalberto de Hamburgo a se juntar à arquidiocese de Hamburgo-Brema.[6] Adão foi aceito pelos capitulários de Brema e, já em 1069, aparece como diretor da escola catedrática.[6] Logo depois, começou a escrever a história de Brema-Hamburgo e das terras para o norte em sua "Gesta". Sua posição e as atividades missionárias da igreja de Brema permitiram-lhe juntar muitas informações sobre a história e a geografia do norte da Alemanha. Uma estadia na corte de Sueno II da Dinamarca (Svend Estridsen) deu-lhe a oportunidade de recolher informações sobre a história e a geografia da Dinamarca e dos demais países escandinavos nos séculos X e XI.[6] Brema era um grande centro comercial e navios, comerciantes e missionários partiam dali para muitos destinos diferentes. A sede da arquidiocese em Hamburgo já havia sido atacada e destruída muitas vezes e, por causa disso, as sés de Hamburgo e Brema acabaram combinadas para poderem se proteger melhor. Por 300 anos, começando com o bispo Ansgário, a Arquidiocese de Hamburgo-Brema foi chamada de "Missão do Norte" e tinha jurisdição sobre todas as missões na Escandinávia, noroeste da Rússia, Islândia e Groenlândia. Depois de uma discussão entre o arcebispo com o papa Pascoal II em 1105, uma outra arquidiocese para o norte foi criada em Lund. ObrasA magnum opus de Adão de Brema é a "Gesta Hammaburgensis Ecclesiae Pontificum" ("Atos dos Bispos da Igreja de Hamburgo"), que ele começou somente depois da morte do arcebispos Adalberto. Trata-se de uma obra em quatro livros sobre a história da Arquidiocese de Hamburgo-Brema e das ilhas do norte. Os primeiros três são históricos e o último, geográfico. Adão baseou-os parcialmente em Eginhardo, Cassiodoro e outros historiadores mais antigos, aproveitando-se da vasta biblioteca que tinha à sua disposição na igreja de Brema. A primeira edição manuscrita foi completada em 1075/1076.[6] O primeiro livro conta a história de 788 em diante, principalmente a missão cristão no "Norte" e é a principal fonte para os eventos da época na região até o século XIII. O segundo, continua o relato e trata da história da Alemanha entre 940 e 1045. O terceiro relata principalmente os atos do arcebispo Adalberto e é considerado um marco na literatura biográfica medieval. O quarto livro, "Descriptio insularum Aquilonis", completado por volta de 1075, trata de geografia, pessoas e costumes na Escandinávia, além de atualizar informações sobre o progresso das missões cristãs na região. A descrição do Templo de Upsália é um dos mais famosos trechos da "Gesta", mas, como o sítio arqueológico jamais foi encontrado, especula-se se a descrição de Adão é real:
Adão também indica que a idolatria e o sacrifício humano eram práticas religiosas comuns na região: "Para todos os deuses há sacerdotes nomeados para oferecerem sacrifícios em nome do povo. Se existe uma ameaça de praga ou a fome, uma libação é derramada para o ídolo Thor; se guerra, para Wotan; se casamentos devem ser celebrados, para Frikko".[7] Adão era um defensor da conversão dos povos nórdicos. A exploração da Escandinávia pelos missionários havia acabado de começar e, como o quarto livro foi provavelmente criado para inspirar e guiar futuros missionários, suas detalhadas descrições fazem dele uma das mais importantes fontes sobre o período pré-cristão na região. É nele também que está o primeiro registro europeu conhecido (cap. 38) a mencionar a ilha de Vinlândia (Vinlad insula), uma localização na costa nordeste do que é hoje o Canadá. Notas
Referências
Bibliografia
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