Voo Mexicana 940
O Voo Mexicana 940 era uma linha aérea internacional operada pela empresa Mexicana de Aviación e ligava a Cidade do México a Los Angeles, com escalas em Puerto Vallarta e Mazatlán. No dia 31 de março de 1986, o Boeing 727 prefixo XA-MEM Veracruz que operava essa linha explodiu em pleno ar matando todos os seus 167 ocupantes.[1] AeronaveA Compañia Mexicana de Aviación iria adquirir seus 3 primeiros Boeing 727 em 1966.[2] Ao entrar em serviço no ano seguinte, o 727 fez sucesso entre os passageiros, incentivando a Mexicana a ampliar a frota, que chegaria ao auge nos anos 1980, quando a empresa operou uma frota de 69 aeronaves (33 das quais adquiridas diretamente de fábrica) , sendo 18 série 100 e 51 série 200. Dessa maneira, a Mexicana se tornou um dos maiores operadores de Boeing 727 do mundo. Após 36 anos de operação, os últimos Boeing 727 da Mexicana foram aposentados. A aeronave destruída no acidente era da série 200 e foi fabricada em 1981. Após realizar seu primeiro voo em abril do mesmo ano, foi incorporada a frota da Mexicana, recebendo o prefixo XA-MEM e seria batizada Veracruz, em honra da homônima cidade. AcidenteNa manhã de 31 de março de 1986, técnicos da Mexicana preparavam no aeroporto Benito Juarez o Boeing 727 prefixo XA-MEM, batizada Veracruz, que iria realizar o voo internacional 940 (Cidade do México-Los Angeles, com escala em Puerto Vallarta, Mazatlán). Após o embarque dos passageiros e a liberação do controle de manutenção, a aeronave foi autorizada a taxiar na pista. O Veracruz teve sua decolagem autorizada pela torre do aeroporto e decolou às 8h40 min. Transportando 159 passageiros e 8 tripulantes, a aeronave seguiu para o oeste, onde tencionaria realizar sua primeira escala na cidade de Puerto Vallarta. Subitamente, por volta das 9h, uma explosão a bordo sacudiu o Veracruz, danificando dutos dos sistemas elétricos e hidráulicos. Com a aeronave perdendo altura e sofrendo um incêndio que lavrava o compartimento do trem de pouso principal, a tripulação declara estado de emergência e tenta retornar ao aeroporto Benito Juarez, que estava sendo preparado para recebê-la. A situação do Veracruz se tornava cada vez mais crítica, quando o incêndio incontrolável atingiu os tanques de combustível, causando uma segunda explosão que dividiu parcialmente a aeronave em duas partes. Descontrolado, o Veracruz foi perdendo altitude até se chocar contra a montanha El Carbón, na Sierra Madre Ocidental, às 9h11 min. O local da queda, cerca de 150 quilômetros a oeste da Cidade do México, era de difícil acesso. Antes da chegada das equipes do exército e da Cruz Vermelha, 200 moradores da região saquearam os destroços, roubando inclusive até as roupas dos cadáveres. Após a chegada as autoridades, a área foi interditada e o recolhimento dos corpos e destroços foi iniciado. Ao fim do dia, a caixa preta da aeronave foi recuperada intacta.[3] Após o acidente, dois grupos terroristas do Oriente Médio anunciaram que o desastre ocorrido com o voo 940 foi causado por uma bomba plantada na aeronave. As autoridades mexicanas negaram essa versão[4] e as investigações apontaram que a explosão e posterior queda foram causadas por falhas de manutenção.[5][6] InvestigaçõesA aeronave caiu no morro El Carbón, Maravatío, quando tentava retornar para a Cidade do México A investigação foi conduzida pelas autoridades mexicanas e recebeu apoio de autoridades americanas e da Boeing. No segundo dia de investigações, técnicos da Boeing e das autoridades de aviação mexicana identificaram que uma explosão seguida de descompressão explosiva havia ocorrido pouco antes da queda.[6] Segundo as investigações, o acidente foi causado pelos seguintes fatores: - Incorreta manutenção dos pneus do trem de pouso; - Defeito no sistema de freios da aeronave, que causava superaquecimento nos mesmos; Durante a preparação da aeronave para voos, os pneus dos trens de pouso foram vistoriados e preenchidos com ar comprimido ao invés de nitrogênio (que era recomendado pelo fabricante). Após ser liberada para o voo, a aeronave taxiou pela pista e iniciou a corrida para a decolagem enquanto que o sistema de freios funcionava com um defeito que causava o superaquecimento dos mesmos. Superaquecidos, os discos de freio danificaram os pneus e permitiram o vazamento do ar comprimido. Por conta das variações de temperatura e pressão que ocorrem durante o voo, um dos pneus do trem de pouso principal explodiu dentro do seu compartimento. A explosão danificou dutos vitais dos sistemas elétricos e hidráulicos além dos dutos de combustível do Boeing 727, causando um incêndio que destruiu todos os sistemas de controle da aeronave, fazendo que a mesma perdesse altitude rapidamente. Após alcançar os tanques de combustível, o incêndio causou uma segunda explosão que dividiu a aeronave em duas partes.[7] ConsequênciasO acidente causou grande comoção no México. O comandante da aeronave, Carlos Guadarrama Sixto, tinha 15 mil horas de voo e era considerado muito experiente. Sua esposa, aeromoça da Mexicana, também trabalhava no voo 940, tendo ambos perecido no acidente.[10] A queda do Voo 940 é, até os dias atuais,o pior acidente aéreo da história do México.[11] Nacionalidades
Referências
Ligações externas
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