Vera Lucia Imperatriz Fonseca
Vera Lucia Imperatriz Fonseca (São Paulo, 1946) é uma bióloga brasileira referência no estudo de abelhas e outros insetos polinizadores. É professora titular aposentada e livre-docente da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora titular no Instituto Tecnológico Vale (ITV). Especialista em comportamento e ecologia de abelhas e outros insetos polinizadores, é uma das coautoras da Declaração de São Paulo para os Polinizadores, que originou a Iniciativa Internacional para Uso Sustentável e Conservação dos Polinizadores (IPI), integrante do documento da Convenção de Diversidade Biológica (CDB) da Organização das Nações Unidas (ONU).[2] BiografiaVera Lucia nasceu na cidade de São Paulo. Ingressou no curso de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo em 1965, graduando-se em 1968.[3] Interessou-se em abelhas no terceiro ano do curso de biologia, ao assistir uma aula do professor Paulo Nogueira Neto, sobre a abelha mirim-preguiça (Friesella schrottkyi). Na época em que começou seu estágio, as primeiras colmeias de abelhas-sem-ferrão foram instaladas no orquidário do departamento de Botânica, onde começou seus estudos sobre o comportamento de abelhas.[2] Em 1969, ingressou no mestrado em zoologia, sob a orientação do professor Paulo Nogueira Neto, de quem foi aluna desde a iniciação científica[2], obtendo o título em 1970 com a dissertação Aspectos da biologia de Paratrigona subnuda (Moure) (Apidae, Meliponinae). Em 1971, ingressou no doutorado, com o mesmo orientador, onde obteve o título de doutora em zoologia em 1975, com a tese Estudos bionômicos sobre a rainha virgem de Paratrigona subnuda (Moure) (Apidae, Meliponinae).[4] CarreiraAinda em 1972, ingressou no Instituto de Biociências da USP (IB-USP) como professora assistente de Zoologia. Quando o departamento de ecologia da instituição foi criado em 1977, Vera Lucia se transferiu para a nova divisão. Em 1989, tornou-se professora adjunta de ecologia e titular em 1992.[4] Estudando abelhas desde a pós-graduação, Vera Lucia se tornou referência nacional no assunto.[2] Estuda e trabalha com desenvolvimento de estudos de polinizadores no Brasil, coordenando e organizando projetos temáticos e reuniões científicas, bem como organizando livros, artigos e outras publicações.[4][5] No Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA-USP) foi colaboradora de 2008 a 2010, integrando atualmente um grupo de pesquisa sobre serviços de ecossistemas, com ênfase em polinizadores.[5] Desenvolveu a Iniciativa Brasileira de Polinizadores, onde concentra a sua pesquisa. Como representante do governo brasileiro, participa da equipe para a nova avaliação de polinização, polinizadores e produção de alimentos, a ser elaborada pelo Painel Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES - ONU)[6], criado para avaliar o impacto das atividades humanas sobre a biodiversidade do planeta.[3][7][8] É também membro da Comissão Científica do IEA-USP na Academia Intercontinental.[3][2] Aposentou-se da USP em 2003, onde continuou como permissionária até 2005. No mesmo ano, foi contratada como professora colaboradora na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, onde permaneceu formalmente até 2007.[5] Em 2010, foi convidada para lecionar na Universidade Federal Rural do Semiárido, no Rio Grande do Norte, nas áreas de Ecologia e Zoologia, com ênfase em Comportamento Animal.[4] Atualmente é pesquisadora titular em “Biodiversidade e Serviços de Ecossistema”, no Instituto Tecnológico Vale.[3] Atua como membro editorial e de revisão de trabalhos em periódicos especializados do Brasil e do exterior. Em suas pesquisas, reitera a preocupação e orienta políticas públicas para a proteção de insetos polinizadores, responsáveis pela maioria das culturas brasileiras, visando proteger a produção mundial de alimentos e a segurança nutricional.[9] PrêmioEm 30 de agosto de 2018, Vera Lucia recebeu o Mérito Científico do Prêmio Jovem Cientista, iniciativa do CNPq e da Fundação Roberto Marinho, por sua atuação pela defesa da biodiversidade e por programas que protejam insetos polinizadores.[10] Ver tambémReferências
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