Vasco Pulido Valente
Vasco Pulido Valente, pseudónimo de Vasco Valente Correia Guedes (Lisboa, 21 de novembro de 1941 – Lisboa, 21 de fevereiro de 2020), foi um ensaísta, escritor e comentador político português. Por não gostar do seu nome de nascimento, cerca dos 16, 17 anos passou a adotar Vasco Pulido Valente como pseudónimo, nome pelo qual é mais conhecido e com que assinava as suas obras.[1] BiografiaProveniente de uma família com tradições intelectuais e ligada à oposição ao salazarismo. Filho de Júlio António Bogarim Correia Guedes (engenheiro químico e director fabril na Robbialac),[2] neto materno dum Galego, e de sua mulher Maria Helena dos Santos Pulido Valente (filha de Francisco Pulido Valente), um casal que pertencia à elite do PCP.[3] Estudou na St. Julian's School, em Carcavelos no Liceu Camões — de onde foi expulso, por mau comportamento — e Pedro Nunes, em Lisboa; no Colégio Nun'Álvares de Tomar. Estudante de Filosofia, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1962 participou nas lutas académicas contra o salazarismo, integrando um grupo de esquerda radical[4] chamado MAR - Movimento de Acção Revolucionária, chefiado por Jorge Sampaio. Vasco Pulido Valente viria, porém, a aproximar-se do grupo de O Tempo e o Modo, dos católicos Alçada Baptista e João Bénard da Costa (onde aliás também acabaria por colaborar Jorge Sampaio). Colaborou na publicação académica Quadrante [5] (revista da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, iniciada em 1958) e na revista Almanaque (1959-61),[6] e foi colaborador assíduo da imprensa desde a década de 1960. Entre finais da década de 1960, princípios de 1970, graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, partiu para Inglaterra. Nesse país viria a doutorar-se em História, na Universidade de Oxford, com uma tese orientada por Raymond Carr, e defendida em maio de 1974, intitulada O Poder e o Povo: a revolução de 1910. Leccionou no Instituto Superior de Economia da Universidade Técnica de Lisboa, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa e na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. Foi investigador coordenador aposentado do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Foi autor de vários livros sobre temas da História e factos políticos, incluindo ainda várias biografias. Com a vitória da Aliança Democrática, nas eleições legislativas de 1979, foi chamado a integrar o VI Governo Constitucional, dirigido por Francisco Sá Carneiro, como Secretário de Estado da Cultura. Em 1986 foi apoiante de Mário Soares na sua primeira candidatura presidencial. Em 1995 foi eleito deputado à Assembleia da República, pelo Partido Social Democrata.[7] Demitiu-se ao fim de quatro meses, solidário com a saída de Fernando Nogueira, dizendo-se desiludido com a instituição e a vida parlamentar. Desde 1974 destacaram-se as suas colunas de análise política nos jornais, que fizeram dele um dos mais interessantes cronistas, muitas vezes considerado polémico. Colaborou assim com os jornais O Independente, Expresso, O Tempo, Diário de Notícias e a revista Kapa. Escreveu durante cerca de uma década para o Público, tendo escrito no Observador de 2016 a 2017. Foi também comentador do Jornal Nacional (TVI). Em 2017 parou de escrever por motivos de saúde, mas retomaria em 2019 a colaboração com o Público até à sua morte.[8] Foi co-argumentista dos filmes O Cerco, de António da Cunha Telles (1970) e Aqui d'El Rei!, de António Pedro Vasconcelos (1992) e argumentista do filme O Delfim, de Fernando Lopes (2002). Morreu no dia 21 de fevereiro de 2020, aos 78 anos.[9] Vida pessoal
Obras publicadas
Referências
Ligações externas
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