TumblebitTumblebit é um sistema de pagamento unidirecional e não associável, compatível com o protocolo Bitcoin atual, no qual é possível fazer pagamentos rápidos, anônimos e fora da Blockchain através de um intermediário que não precisa ser confiado chamado Tumbler. Suas propriedades de anonimato são similares ao sistema Ecash,[1] arquitetado por David Chaum, onde ninguém, nem mesmo o tumbler pode ligar um pagamento ao pagador ou ao recebedor. O Tumblebit surge como uma alternativa segura em comparação ao formato em que o tumbler é uma entidade que precisa ser confiada, como por exemplo um banco. O funcionamento do Tumblebit foi formalizado através de um whitepaper,[1] no ano de 2016. ConceitoO tumblebit foi proposto com o objetivo de solucionar problemas envolvendo a Rastreabilidade e também a Escalabilidade de transações Bitcoin.[2] Com o aumento de popularidade do Bitcoin, a rede que parecia ser razoavelmente anônima, se utilizando de técnicas de Ofuscação para tentar anonimizar seus usuários, se tornou facilmente rastreável após maior pesquisa sobre o assunto,[3] isso fez com que técnicas de anonimizar transações fossem criadas, técnicas como o tumbler apareceram com a intenção de confundir alguém que tente seguir o rastro de uma transação, através de uma terceira parte que mediaria a transferência. É possível notar que esse processo só funcionaria caso o tumbler fosse honesto e enviasse o valor correto. A proposta do Tumblebit é, através de protocolos, limitar e garantir que seu tumbler não consiga nem violar o anonimato, nem roubar bitcoins, nem imprimir dinheiro através da emissão de pagamentos para ele mesmo. Outro desafio muito abordado no Bitcoin é a escalabilidade,[4] a habilidade de lidar com um número cada vez maior de usuários na rede, sua popularização causou alguns efeitos como:
Tumblebit resolveria o problema de escalabilidade do volume e velocidade de pagamentos através de transações feitas fora da blockchain, podendo confirmar as mesmas em questões de segundos,[1] ao invés dos 10 minutos levados em média pelo Bitcoin[5] Outras funcionalidades do Tumblebit também envolvem a unidirecionalidade e não associabilidade dos pagamentos, as quais são implementadas pelo tumbler através de protocolos. Informações TécnicasSistema eCashO Ecash foi criado em 1983 para ser um sistema de moeda virtual criptográfica e anônima onde o software eCash guardaria o dinheiro do usuário de forma digital, criptograficamente assinada por um banco. O usuário poderia gastar esse dinheiro virtual em qualquer loja que aceitasse eCash sem que fosse necessário abrir uma conta antes ou passar seu número do cartão de crédito. Isso se tornou possível através de um sistema RSA de "Blind signatures", que garantem a não ligação entre as transações de retirada e de gastos. Baseado nesse modelo de "Blind signatures" e também no estilo centralizado do eCash o Tumblebit foi criado. Tipos de usoExistem duas maneiras diferentes de se utilizar o protocolo Tumblebit:
Funcionamento do tumblerImagine a seguinte situação:
Problemas dessa abordagemO tumbler poderia ser malicioso e simplesmente pegar o Bitcoin que Alice enviou, sem enviar nenhum para Bob. Isso é feito impossível através da atomicidade da transação, ou ambos Alice e o hub pagam ou nenhuma transação acontece, para isso é utilizada a técnica RSA com quebra-cabeças, que além de garantir a atomicidade, também garante o anonimato pois seu funcionamento é tal que, num ambiente onde existem x usuários fazendo transações, não permite ao hub de pagamento ligar o pagador ao recebedor, apenas permite que ele saiba que x transações foram efetuadas naquele determinado momento[1] Quebra-cabeças RSA
Um problema relacionado ao quebra-cabeças RSA é que nesse ambiente o tumbler poderia simplesmente, ao invés de mandar uma chave válida para Alice ou Bob, jogar sujo e mandar valores de (z,c,q,y) errados, Alice então teria pago por uma resposta errada e o tumbler ficaria com seu dinheiro sem precisar entregar ele para Bob. A maneira que o Tumblebit resolve esse problema é aplicar dois protocolos, o protocolo "Puzzle promise protocol", que é responsável por convencer Bob de que os valores que ele recebeu são válidos, e o "Puzzle solver protocol", que é responsável por convencer Alice de que os valores recebidos por ela são válidos.[2] Fases do TumblebitO protocolo Tumblebit pode ser utilizado de duas formas, cada uma tendo um funcionamento totalmente diferente Como um tumbler comumAntes de demonstrar o funcionamento é necessário definir alguns parâmetros:
O funcionamento se dá a seguir:
Como um hub de pagamento
Vantagens
Desvantagens
Potenciais aplicaçõesÉ possível implementar o protocolo em qualquer aplicação envolvendo uso de bitcoins, pois não é necessário fazer nenhuma mudança no Bitcoin em si, já que Tumblebit funciona com sua versão atual. Algumas aplicações como o aumento de privacidade da Lightning_Network também estão sendo sondadas[7] Aplicações
Impacto socialO Bitcoin é uma moeda de transparência total, é possível, através de uma planilha imutável e altamente replicada chamada blockchain, saber exatamente o valor transferido por cada transação, além de quem enviou e quem recebeu esse dinheiro. Isso pode afastar empreendimentos que gostariam de utilizar bitcoins mas não querem divulgar suas vendas através da blockchain, além de apresentar problemas para seus usuários que podem ser alvo de monitoramentos sobre suas transações realizados por empresas que queiram se beneficiar dessa informação.[7] Porém, garantir o anonimato em transações pode não ser em sua totalidade benéfico, já que esse anonimato também garantiria que criminosos utilizando bitcoins como forma de pagamento nunca pudessem ser rastreados através das transações guardadas na blockchain, tornando impossível , somente através do histórico de transações, descobrir a identidade do infrator. Outras alternativasExistem outras alternativas criadas para tentar manter as transações bitcoin anônimas, algumas não precisam de ferramentas externas, como alterar o endereço para cada transação, de forma que complique um pouco a rastreabilidade, porém essas técnicas não são totalmente confiáveis por serem apenas paliativos. Técnicas mais complexas como tumblers, ou mixers, envolvem a necessidade de centralizar a forma com que as transações são feitas, aplicações como CoinMixer, BITMIXER.IO. Esses serviços são úteis porém requerem que o usuário confie que eles efetuarão a transação corretamente, além do mais esse tipo de serviço pode sofrer ataques do tipo DOS.[1] Algumas aplicações foram desenvolvidas, além do Tumblebit, com o intuito de manter a rede descentralizada, mas também garantir outras funcionalidades, como a Zcash e a Monero. ZcashA Zcash foi criada com o intuito de anonimizar seus usuários utilizando uma prova de conhecimento zero chamada zn-SNARK, essa zn-SNARK monta uma prova matemática que permite eliminar a necessidade de uma terceira entidade na transferência, e com isso manter a descentralização da moeda. MoneroA criptomoeda Monero, criada em 2014 tem como foco a anonimidade, descentralização e escalabilidade. Utilizando o protocolo CryptoNote ela permite que seus clientes se mantenham anônimos em sua rede, além de utilizar prova de trabalho para validar suas transações, mantendo a rede descentralizada. Referências
Ligações externas
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