Os membros da família Trigoniaceae são plantas sempre-verdes e lenhosas: árvores, arbustos ou lianas. As folhas são dispostas em filotaxia oposta, sendo contudo alternadas em Trigoniastrum. As folha são pecioladas, simples, com margem lisa e face inferior muito peluda, com densos tricomas acinzentados.
Folhas simples, inteiras, alternas ou opostas, com nervaçãopinada. Apresentam estípulas interpeciolares, decíduas ou caducas.[3] A face inferior do limbo foliar é recoberta por tricomas longos e densos.
As flores agrupam-se em inflorescências em tirsos, panículas ou rácemos, por vezes reduzidas a cimeiras. As flores são bibracteoladas, fortemente zigomorfas, hipóginas a subperíginas, com plano de simetria através da terceira sépala. O receptáculo de formas e tamanhos variados, ligeiramente giboso na base. O cálice é gamosépalo, com a base cupulada. As sépalas, imbricados na prefloração, são desiguais. A corola é papilionácea, com 5 pétalas, contortas na gema, as duas anteriores formando uma quilha, por vezes saciformes, a pétala posterior ou estandarte saciforme, as duas pétalas laterais, ou asas, são espatulados. Os estames são 5–8, as anteras introrsas, com deiscência longitudinal. As glândulas do disco nectarífero são opostas ao estandarte, por vezes laciniadas. O ovário é súpero.[3] A dispersão do pólen e polinização é feita por insectos (entomofilia).
O fruto é uma cápsula septicida ou uma sâmara tri-alada (em Humbertiodendron e Trigoniastrum). As sementes são exalbuminadas, de embrião recto, longitudinal ou transverso ao eixo da semente, cotilédones planos, delgados, com radícula muito curta.[3] As sementes apresentam pelos compridos em alguns táxons. A dispersão das sementes ocorre com o vento ou a água (anemocoria e hidrocoria).
As Trigoniaceae são filogeneticamente próximas das Dichapetalaceae com as quais andaram frequentemente associadas nas classificações de base morfológica.
Filogenia
Um estudo de filogenética molecular, realizado em 2012, usou dados resultantes da análise de um número alargado de genes e por essa via obteve uma árvore filogenética com maior resolução que a disponível nos estudos anteriormente realizados.[4] Nesse estudo foram analisados 82 genes de plastídeos de 58 espécies (a problemática família Rafflesiaceae não foi incluída), usando partições identificadas a posteriori pela aplicação de um modelo de mistura com recurso a inferência bayesiana. Esse estudo identificou 12 clados adicionais e 3 clados basais de maior significância.[4][5] A posição da família Trigoniaceae no contexto da ordem Malpighiales é a que consta do seguinte cladograma:
A família Trigoniaceae é o grupo irmão da família Dichapetalaceae, com a qual partilha diversas características morfológicas.
Sistemática
Os taxa que integram esta família estiveram anteriormente incluídos na ordem Polygalales. A família Trigoniaceae foi proposta em 1841 por Stephan Ladislaus Endlicher, embora seja mais frequente aparecer citada a publicação da autoria de Adrien Henri Laurent de Jussieu incluída no Dictionnaire Universal d'Histoire Naturelle, 12, p. 670, saída a público em 1849. O género tipo é TrigoniaAubl..
↑ abcdDavid John Mabberley: Mabberley’s Plant-Book. A portable dictionary of plants, their classification and uses. 3. ed. Cambridge University Press 2008. ISBN 978-0-521-82071-4