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O travessão (—), também chamado de risca ou traço eme, um sinal de pontuação utilizado para indicar o início de frases ou interlocuções.[1] Dos sinais de pontuação, é um dos mais utilizados, justamente pelo fato de proporcionar mais clareza do que as vírgulas nas intercalações longas e maior ênfase nos destaques.[2] Dependendo da intenção de uso, o travessão pode ser usado para substituir outros sinais de pontuação, como parênteses, vírgulas e dois-pontos.[2][nota 1]
Usos
Traço bem maior que o hífen, o travessão costuma ser empregado nas seguintes situações:
1) No discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos.[2]
- — Boa tarde, querida.
- — Oi, mãe. Vamos às compras?
2) Para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.
- “A floresta do Congo é a segunda maior do mundo em extensão — a amazônica é a maior —, além de apresentar o segundo maior rio do mundo, o Congo.”[2]
3) Para destacar algum elemento explicativo no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto.
- “Junto ao leito dormem meus poetas — Dante, Bíblia, Shakespeare e Byron — na mesa confundidos.”[2] (Álvares de Azevedo)
- “Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana — acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase.”[2] (Raul Pompeia)
Não confundir
- O travessão (ou risca) não é o mesmo que um hífen nem que uma meia-risca (ou traço “de ligação”, ou risca de meio-quadratim).[1] Diferentemente desses dois últimos, onde não há um espaço antes e após seu uso, no travessão este é obrigatório.[3]
- A meia-risca, menor, serve para ligar elementos em série (ex.: 1997–2006 ou A–Z ou ainda termos como ponte-aérea Rio–Lisboa ou fronteira Áustria–Itália).
- O hífen, ainda menor, serve para unir palavras compostas (ex.: couve-flor), fazer a translineação (divisão de uma palavra no final de linha) e, principalmente, fazer divisão em pronomes oblíquos (ex.: ouve-se, fê-lo, arrumaram-no).[1]
Note as diferenças:
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glifo |
Unicode |
HTML |
TeX |
Windows |
macOS
|
hífen |
- |
U+2012 (8210) |
nenhum |
- |
Alt + 0045 |
|
meia-risca |
– |
U+2013 (8211) |
– |
-- |
Alt + 0150 |
Option + -
|
travessão |
— |
U+2014 (8212) |
— |
--- |
Alt + 0151 |
Shift + Option + -
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Ver também
Notas
- ↑ Neste caso substitui expressões como “isto é“, ”ou seja” etc.[2]
Referências
- Normas tipográficas da Imprensa Nacional, coligidas in Instruções por Artur de Sousa Gomes, Lisboa, INCM, 1970
- Nova gramática do Português contemporâneo, Celso Cunha e Lindley Cintra, Lisboa, Edições João Sá da Costa, 1984
Ligações externas
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