A transferência de massa é o processo de transporte onde existe a migração de uma ou mais espécies químicas em um dado meio, podendo esse ser sólido, líquido ou gasoso. O transporte das espécies químicas pode ser feito por dois mecanismos: difusão e/ou convecção. A difusão deve-se à diferença de potenciais químicos das espécies, ou seja, à diferença de concentrações entre dois locais num dado sistema. A convecção deve-se às condições de escoamento de um sistema, por exemplo, líquido em movimento sobre uma placa.
Alguns exemplos de aplicação deste fenômeno são o endurecimento de aços, o tempo total para ocorrer uma dada reação química em um leito reativo e a operação de filtragem utilizando membranas.
Equação diferencial da transferência de massa difusiva
Taxa de mols de A que entra-Taxa de mols de A que sai+Taxa de geração molar de A=Taxa de acúmulo de A
Desse modo a equação segue:
Dividindo por e aplicando os limites , e .
Logo a equação diferencial governante é:
Onde:
Fluxo molar de
Taxa molar de geração volumétrica de
Em unidades mássicas a equação é representada da seguinte forma:
Onde:
Fluxo mássico de
Taxa mássica de geração volumétrica de
Condições de Contorno e Condição Inicial
Condição Inicial
A condição inicial, é normalmente, de concentração constante:
em , para qualquer ,
Condição de Contorno de 1º Ordem (especifica a variável)
em , para qualquer ,
ou
se o meio é gasoso,
Condição de Contorno de 2º Ordem (especifica a derivada)
em , para qualquer ,
Onde:
estabelece um fluxo conhecido
é o coeficiente de difusão
se a superfície é impermeável
em , para qualquer
Condição de Contorno de 3º Ordem (especifica um fluxo convectivo)
Onde é o coeficiente convectivo de transferência de massa.
Condição de contorno reativa
A condição de contorno pode ser de dois tipos:
reação química instantânea:
em ,
reação química lenta:
em , ,
onde e são respectivamente a ordem e a constante da reação.
Fórmula
A transferência de massa de uma espécie química num meio líquido ou gasoso em coordenadas cartesianas é descrita pela equação de transporte de massa:[1][2]
,
onde é a concentração, o número de Péclet , , e as coordenadas cartesianas espaciais e a componente da velocidade na direcção .
Note que esta equação é dirigida pelo gradiente de concentração.
Engenharia química
Transferência de massa encontra ampla aplicação em problemas de engenharia química. Ele é usado na engenharia de reação (o estudo dos reatores químicos), em separações, engenharia de transferência de calor, e muitas outras sub-disciplinas da engenharia química.
A força motriz para a transferência de massa é tipicamente uma diferença de potencial químico, quando ele pode ser definido, embora outras gradientes termodinâmicos pode adicionar-se ao fluxo de massa e também conduzi-lo. Uma espécie química move-se de áreas de alto potencial químico para áreas de baixo potencial químico. Deste modo, a extensão máxima teórica de uma determinada transferência de massa é tipicamente determinada pelo ponto em que o potencial químico seja uniforme. Para sistemas de fase única, isto geralmente traduz a concentração uniforme ao longo da fase, enquanto que para os sistemas multifase as espécies químicas muitas vezes preferem uma fase em relação a outas e chegam a um potencial químico uniforme apenas quando a maior parte das espécies químicas foi absorvida na fase preferida, como na extração líquido-líquido.[3]
Existem semelhanças notáveis nas equações diferenciais aproximadas comumente usados de momentum (momento linear, calor e transferência de massa.[4] As equações de transferência molecular da lei de Newton para momentum de fluido a baixo número de Reynolds (fluxo de Stokes), lei de Fourier para o calor e lei de Fick para massa são muito similares, dado que elas são todas aproximações lineares a transporte de grandezas conservadas em um campo de fluxo.
A números de Reynolds mais altos, a analogia entre transferência de massa, calor e momento torna-se menos útil devido a não linearidade das equações de Navier-Stokes (ou, mais fundamentalmente, a equação geral de conservação do momentum), mas a analogia entre transferência de calor e massa permanece boa. Uma grande quantidade de esforços tem sido dedicado ao desenvolvimento de analogias entre estes três processos de transporte, de modo a permitir a previsão de um de qualquer dos outros.
↑Taylor, R.; Krishna, R. (1993). Multicomponent Mass Transfer. [S.l.]: Wiley
↑Alpar, M.A., Cheng, A.F., Ruderman, M.A., and Shaham, J., “A new class of radio pulsars”, Nature, 300, 728–730, (1982).
↑van Kerkwijk, M.H., Bassa, C.G., Jacoby, B.A., and Jonker, P.G., “Optical studies of companions to millisecond pulsars”, in Rasio, F.A., and Stairs, I.H., eds., Binary Radio Pulsars, Proceedings of a meeting held at the Aspen Center for Physics, USA, 12 – 16 January 2004, ASP Conference Series, vol. 328, pp. 357–369, (Astronomical Society of the Pacific, San Francisco, 2005).