Tikhon I de Moscou
São Tikhon de Moscou (português brasileiro) ou de Moscovo (português europeu) (em russo: Тихон; Klin, Império Russo, 31 de janeiro calendário juliano: 19 de janeiro de 1865 – Moscou, União Soviética, 7 de abril de 1925), nascido Vasiliy Ivanovicch Bellavin (em russo: Василий Иванович Беллавин) foi o décimo-primeiro Patriarca de Moscou, seu pontificado correspondendo aos primeiros anos da União Soviética, de 1917 a 1925. BiografiaVasiliy era filho do Padre Yoann Belavin, sacerdote rural de Klin, no distrito de Toropets, então no Governorado de Pskov, mas atualmente no oblast de Tver. Foi seminarista em Pskov e em São Petersburgo, graduando-se nesta cidade como leigo em 1888, fazendo votos monásticos em 27 de dezembro (14 de dezembro no calendário juliano) de 1891, aos 26 anos, tomando o nome Tikhon em homenagem a São Tikhon de Zadonsk.[1] O novo monge Tikhon foi ordenado hierodiácono já no dia seguinte, e hieromonge em 3 de janeiro de 1892 (22 de dezembro de 1891).[2] Em 19 de outubro de 1897, foi consagrado Bispo de Lublin, sendo no ano seguinte entronado Bispo dos Aleútes e do Alasca, transformada Diocese dos Aleútes e da América do Norte em 1900 e elevada ao status arquidiocesano em 1905, sendo movido para Nova Iorque com bispos vigários no Alasca e no Brooklyn, engendrando o que hoje é a Igreja Ortodoxa Americana.[1] Em Nova Iorque, participou no movimento pan-eslavista e tomou parte em diálogos ecumênicos, além de melhorar relações entre diferentes populações ortodoxas, dando especial atenção a fiéis de origem antioquina, que se organizariam sob o Bispo São Rafael do Brooklyn até o caos eclesial da Revolução Russa os mover a retornar ao Patriarcado de Antioquia. A partir do fim de seu pontificado nos Estados Unidos, muitos católicos romanos de rito bizantino se juntaram à Igreja Ortodoxa Russa, principalmente por conta das restrições impostas pelo Papa Pio X em sua carta apostólica Ea Semper e do governo autoritário de John Ireland, Arcebispo de Saint Paul, totalizando 163 paróquias e 100 mil fiéis uniatas convertidos à altura de 1916.[3] Em 1907, presidiu a Arquidiocese de Yaroslavl, fazendo-se Arcebispo de Vilnius em 1914 após problemas com as autoridades locais de sua diocese anterior. Após a queda do Czar Nicolau II, durante a Revolução de Fevereiro, ele liderou esforços da Igreja para ter independência em relação ao Estado russo, sendo anunciado no dia 5 de novembro de 1917 como o primeiro Patriarca de Moscou desde os tempos do Czar Pedro I nomeado pela Igreja Ortodoxa. Suas tentativas de reforma foram sufocadas, no entanto: por um lado pela resistência interna; por outro, pelo contexto da Revolução de Outubro. Tanto por seus contatos na Igreja no Exterior quanto pela recusa em vender objetos religiosos, o Patriarca Tikhon foi preso e levado para a Lubyanka em 1922, depois sendo levado ao Mosteiro de Donskoy, em Moscou, onde decidiu por permanecer mesmo após ser libertado em 1923, quando a chamada Igreja Viva, uma hierarquia formada por bispos comunistas, o declarou deposto em evento conhecido como Concílio Vermelho.[4] Em 1924, no entanto, foi hospitalizado, ainda que retornasse constantemente ao mosteiro para ofícios, onde serviu sua última liturgia em 23 de abril de 1925.[1] Sua morte, em 25 de abril de 1925, deu origem a suspeitas de envenenamento. Foi canonizado em 1981 pela Igreja Ortodoxa Russa no Exterior, e pela Igreja Ortodoxa Russa propriamente dita em 1989, com o jugo comunista tendo aliviado a Igreja em decorrência da perestroika. Seus restos mortais permanecem no Mosteiro de Donskoy, onde foram encontrados parcialmente incorruptos em fevereiro de 1992. Ver também
Referências
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