Tereza Delta
Tereza Delta (São Paulo, 2 de novembro de 1919 - São Bernardo do Campo, 6 de agosto de 1993) foi uma política brasileira, sendo uma das primeiras mulheres a exercer o cargo de prefeita no Brasil. Por seu protagonismo na Câmara dos Vereadores de São Bernardo do Campo, foi homenageada com o nome do plenário desta casa legislativa.[1] Tereza popularizou-se como mulher decidida, capaz de invadir armazéns e obrigar proprietários a colocarem na porta os gêneros alimentícios que estavam escondidos, graças a essas providências extinguiu-se o chamado "câmbio-negro" de óleo, banha e açúcar na cidade. Hostilizavam-se, assim, todos aqueles que tinham seus privilégios ameaçados, enquanto crescia seu prestígio como grande administradora, a tal ponto de lhe valer duas eleições posteriores como deputada estadual. Carreira PolíticaPor volta do ano de 1943, veio residir em São Bernardo com seu marido o industrial e fazendeiro Maurício Caetano de Castro, instalando-se em uma casa de campo existente na confluência das estradas do Mar e Vergueiro.[2] Em fins de 1946 e começo de 1947, abraçou a campanha de Adhemar de Barros para governador do Estado de São Paulo, e na cidade apoiou o movimento popular de protesto contra a prefeitura, diante dos problemas de falta de açúcar, óleo e outros gêneros, granjeando as simpatias gerais. Adhemar de Barros, depois de eleito e empossado governador, afastou Wallace Simonsen da prefeitura e nomeou Tereza como prefeita em um mandato-tampão, tomando posse em 1947. Ela permaneceria no cargo até o final desse ano, quando foram realizadas eleições para vereador e prefeito.[2] Tereza Delta foi eleita vereadora com o maior índice de votos já registrados em São Bernardo até então. Foi conduzida à presidência da Câmara entre 1948 e 1951[3], quando se afastou para assumir uma cadeira na Assembleia Estadual, para onde fora eleita deputada, exercendo o mandato de 1951 a 1955[4]. Durante esse mandato foi responsável pela criação do primeiro estabelecimento estadual de ensino ginasial na cidade, o Instituto de Educação João Ramalho, pela construção do prédio do Grupo Escolar Maria Iracema Munhoz, construção do viaduto do quilômetro 23 da Rodovia Anchieta e também pela conclusão pelo Estado das obras do primeiro hospital público da cidade, hoje denominado Hospital Escola Anchieta. Ao mesmo tempo, coordenou a construção e conseguiu, em 1953, a elevação do município a categoria de comarca, cujo fórum foi instalado dois anos depois, pelo prefeito em exercício, Sigismundo Sérgio Ballotim.[1] Em 1960, exerceu novamente mandato de Deputada Estadual, como suplente convocada para vaga temporária na Assembleia Legislativa do Estado.[1] Após se retirar da política, continuou a se dedicar a atividades de empresária, falecendo em 6 de agosto de 1993.[2] Após sua saída do cenário político, ela prosseguiu com seu comprometimento nas atividades como microempresária. Durante sua vida, foi agraciada com o título de "Cidadã Emérita" pela cidade de São Bernardo do Campo, uma honraria concedida por unanimidade pelos membros da Câmara Municipal local.[5] Ver Também
Referências
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