Tema dos Optimates
HistóriaOs optimates foram criados no século VI (c. 575) pelo imperador bizantino Tibério II (r. 574–582).[1] Segundo o Estratégico de Maurício (r. 582–602), eram um regimento de elite entre os federados, provavelmente de origem gótica[2] e eram uma tropa de cavalaria, com entre 1 000 e 5 000 homens, pertencentes à reserva do exército central. Seu comandante tinha o título único de taxiarca.[3][4] A presença de descendentes destes homens, chamados de gotogrecos (em grego: Γοτθογραῖκοι; romaniz.: Gothograeci) pelo cronista Teófanes, o Confessor, é atestada no norte da Bitínia no início do século VIII.[5] Naquela época, Warren Treadgold estima que o regimento tivesse 2 000 homens, um número que provavelmente corresponde ao seu tamanho original também.[3] Em meados do século VIII, no reinado de Constantino V Coprônimo (r. 741–775) e como parte de suas medidas para reduzir o poder dos generais dos temas após a revolta de Artavasdo (r. 741–742), o conde do Tema Opsiciano, a corporação foi demovida. Separada do Tema Opsiciano, a região onde os optimates foram assentados, incluindo a península oposta à cidade de Constantinopla, ambas as margens do golfo de Nicomédia e que chegava até as margens do rio Sangário foi transformada no tema separado dos optimates, com capital na cidade de Nicomédia.[2][6] A primeira menção do optimates como um tema separado nas fontes ocorreu apenas em 774-775,[7] mas é claro que a sua criação ocorreu antes, nos anos seguintes à revolta de Artavasdo.[8] O mesmo período foi também de enfraquecimento e partilha do antes poderoso Tema Opsiciano, com a criação também do Tema Bucelário.[9] Daí em diante, ao contrário dos demais temas, o Tema Optímato não mais forneciam tropas armadas, mas era responsável por um grupo de 4 000 tocadores de mula com seus animais, responsáveis pelo transporte de materiais e suprimentos (touldon) dos tagmas em Constantinopla.[10] Este papel singular do Optímato o diferenciou de todos os demais temas: dada a sua função não-militar, os optimates não eram divididos em comandos intermediários (turmas ou drungos), um fato notado pelo imperador Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959) como um sinal de um estatuto inferior.[11] Consequentemente, seu doméstico tinha o estatuto mais baixo entre todos os estrategos provinciais na hierarquia imperial.[2] Assim como nos outros temas, para a administração de seus encargos como governador da província, o doméstico era apoiado por um topoterita, por um oficial financeiro (cartulário) e por um secretariado liderado por um protocancelário.[12] Os distritos rurais do tema foram atacados pelos turcos seljúcidas após a batalha de Manziquerta, mas Nicomédia resistiu e a área se tornou segura novamente sob o imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) com a ajuda da Primeira Cruzada.[13][14] A região foi em seguida ocupada pelo Império Latino após o saque de Constantinopla pela Quarta Cruzada em 1204 e o tema só foi restabelecido por João III Vatatzes (r. 1221–1254) quando tomou a região em 1240 em nome do Império de Niceia, estado-herdeiro do Império Bizantino, e sobreviveu até a área ser gradualmente conquistada pelos beilhiques otomanos, em ascensão no século XIV.[15] Referências
Bibliografia
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