A tansulosina, vendida sob as marcas Tamdura, Tasulil, entre outras, é um medicamento usado para tratar a hiperplasia benigna da próstata (HPB), a prostatite crônica e para facilitar a passagem de pedras nos rins.[1][2][3] A evidência do benefício no tratamento de pedra nos rins é mais consistente quando a pedra é maior.[3] É tomado por via oral.[1]
Os efeitos colaterais comuns incluem tontura, dor de cabeça, insônia, náusea, visão embaçada e problemas sexuais.[4][1] Outros efeitos colaterais podem incluir hipotensão postural e angioedema.[4] A tansulosina é um bloqueador alfa e atua relaxando os músculos da próstata.[5] Especificamente, atua como um bloqueador do receptor adrenérgico α1.[1]
A tansulosina foi aprovada para uso médico nos Estados Unidos em 1997.[1] Em 2019, foi o 28º medicamento mais prescrito nos Estados Unidos, com mais de 21 milhões de prescrições.[6][7]
Usos médicos
A tansulosina é usada principalmente em tratamento de hiperplasia benigna da próstata e para ajudar na passagem de pedras nos rins.[8][9] No entanto, a tansulosina parece ser eficaz apenas na facilitação da passagem de pedras com tamanho acima de 4 mm e menos de 10 mm.[3]
A tansulosina também é usada em associação medicamentosa com outros fármacos para tratamento de retenção urinária aguda. Quando em tratamento com tansulosina, as pessoas urinam com mais facilidade após a remoção do cateter. Também existem evidências de que pessoas tratadas com tansulosina são menos propensas a precisar de um novo cateterismo.[10]
A tansulosina não diminui o tamanho total da próstata em homens com BPH, bem como não é recomendada para a prevenção do câncer de próstata.[11]
Efeitos colaterais
Sistema imunológico: maior risco de reação alérgica em pessoas com sensibilidade a sulfonamidas.[12]
Olhos: pessoas que tomam tansulosina são mais propensas a desenvolver uma complicação conhecida como síndrome da íris flexível durante cirurgia de catarata. Nesses casos, os efeitos colaterais podem ser bastante reduzidos quando o médico possui conhecimento prévio sobre o histórico clínico da pessoa com esse medicamento e, portanto, pode aplicar técnicas alternativas se for o caso.[13]
Pessoas com problemas cardíacos, incluindo hipotensão, insuficiência cardíaca mecânica (valvular, embolia pulmonar, pericardite) e insuficiência cardíaca congestiva devem ser monitorados cuidadosamente enquanto tomam tansulosina.
A tansulosina também pode causar ejaculação retrógrada, que ocorre quando o sêmen é redirecionado para a bexiga urinária em vez de ser ejaculado normalmente. Isso ocorre porque a tansulosina relaxa os músculos dos esfincter uretral, que normalmente permanecem fechados durante a ejaculação. Este efeito colateral melhora com a prática de exercícios Kegel que estimulam o assoalho pélvico.[17]
Quando os receptores alfa 1 da bexiga, próstata, ureter e uretra são bloqueados, ocorre um relaxamento no tecido muscular liso.[11] Esse mecanismo diminui a resistência ao fluxo urinário, reduz o desconforto associado à BPH e facilita a passagem de cálculos renais.[11]
A ação seletiva da tansulosina em receptores alfa 1A/D ainda é objeto de pesquisa, e mais de 75% dos estudos com tansulosina feitos com humanos não foram publicados.[14]
↑Lucas MG, Stephenson TP, Nargund V (fevereiro de 2005). «Tamsulosin in the management of patients in acute urinary retention from benign prostatic hyperplasia». BJU International. 95: 354–7. PMID15679793. doi:10.1111/j.1464-410X.2005.05299.x
↑ abcLewis, Sharon Mantik (5 de dezembro de 2013). Medical-surgical nursing : assessment and management of clinical problems Ninth ed. St. Louis, Missouri: [s.n.] ISBN978-0-323-10089-2. OCLC228373703
↑Ramirez, J (5 de novembro de 2013). «Severe hypotension associated with α blocker tamsulosin». BMJ (Clinical Research Ed.). 347: f6492. PMID24192968. doi:10.1136/bmj.f6492
↑Page, RL 2nd; O'Bryant, CL; Cheng, D; Dow, TJ; Ky, B; Stein, CM; Spencer, AP; Trupp, RJ; Lindenfeld, J (9 de agosto de 2016). «Drugs That May Cause or Exacerbate Heart Failure: A Scientific Statement From the American Heart Association.». Circulation. 134: e32–69. PMID27400984. doi:10.1161/CIR.0000000000000426