Tamal Aldulafi
Tamal Aldulafi (fl. 917/8–932) foi um comandante militar abássida e governador (uáli ou emir) de Tarso e das terras fronteiriças com o Império Bizantino na Cilícia (Tugur Axamia). Um antigo escravo dulafida, ele comandou várias missões expedicionárias bem-sucedidas, principalmente pelo mar, contra o Império Bizantino, mas também contra o Califado Fatímida do Egito e contra os carmatas do Iraque. VidaTamal foi um eunuco e, como seu nisba de "Aldulafi" indica, começou sua carreira como um escravo (gulam) da autônoma dinastia dulafida de Jibal. Ele é mencionado pela primeira vez em 917/918, quando foi nomeado pelo califa abássida Almoctadir (r. 908–932) como comandante de uma expedição naval contra o Império Bizantino. Ele liderou sua frota em um raide bem-sucedido, retornando com prisioneiros e butim, enquanto o governador de Tarso, Bixer, o Eunuco liderou o raide terrestre anual.[1][2] Em 920, ele liderou sua frota de 25 navios para o Egito, onde participou na expulsão de uma invasão fatímida. Sua chegava evitou os navios fatímidas de entraram em Roseta, no rio Nilo, e em 12 de março, próximo a Abuquir, Tamal infligiu uma esmagadora derrota na frota fatímida, cujos navios foram levados para a costa pelo vento. Muitos dos marinheiros fatímidas foram mortos ou capturados.[3] Na primavera de 921, Tamal e sua frota partiram para Alexandria, capturada pelos fatímidas em 919. A frota entrou no porto da cidade e após uma luta conseguiu expulsar a guarnição fatímida, enquanto a população foi evacuada para Roseta como precaução.[4] Ele então juntou-se com o resto do exército sob o comandante-em-chefe abássida Munis Almuzafar para bloquear o Oásis de Faium, para onde as forças fatímidas restantes retiraram-se, e forçou-os a queimar seu acampamento e retirar-se mara a oeste sobre o deserto.[5] Em 923, enquanto Munis Almuzafar liderou o raide terrestre contra os bizantinos, Tamal mais uma vez liderou a expedição marítima, que alegadamente fez 1 000 prisioneiros e muito saque, incluindo mais de 28 000 animais. Por esta época, ele já aparentemente teria sido nomeado como governador de Tarso.[1][2] Em 924, segundo Almaçudi, ele liderou sua frota, engrossada por navios sírios e egípcios, para as proximidades de Constantinopla. Lá, ele fez contato com os búlgaros e concordou em unir-se ao imperador Simeão (r. 893–927) em sua guerra contra os bizantinos; alguns búlgaros inclusive retornaram com Tamal para Tarso, embora nada tenha sido formalizado.[2][6] Contudo, em 924-926, ele deixou as regiões fronteiriças e partiu para o Iraque, onde participou na luta contra os carmatas. Durante sua ausência, Tarso foi governada por seu tenente Baxir Atamali, que junto com Mufli, o Eunuco também supervisionou a troca de prisioneiros com os bizantinos em setembro-outubro de 925.[1][2] Tendo retornado para Tarso no final de 926 / começo de 927, ele liderou o raide de verão contra os bizantinos em 927. Durante a campanha, Tamal derrotou um exército bizantino, e durante seu retorno derrotou o líder renegado curdo ibne Daaque, que tinha renunciado o islamismo e entrou em serviço bizantino. Tamal retornou para Tarso em dezembro de 927/janeiro de 928. Em março/abril de 931, segundo ibne Alatir, ele embarcou em outra expedição militar. A campanha foi dificultada pelo clima - seus cavalos afundaram na neve até o peito - mas Tamal derrotou uma força bizantina, matando 600 e capturando 3 000 soldados e tomando muito butim.[1] Imediatamente após seu retorno em julho/agosto, ele deixou Tarso para outra expedição de verão, que alcançou tão longe quanto Amório, que estava abandonada por sua guarnição e foi saqueada pelos muçulmanos. Tamal então liderou seus homens para Ancira antes de retornar para Tarso em setembro/outubro. As mulheres e crianças capturadas durante este raide alegadamente trouxeram 136 000 dinares de ouro ao mercado.[2] No ano seguinte, seu raide foi suficientemente bem-sucedido que cartas declarando "vitórias em terra e no mar" foram lideras nas mesquitas de Bagdá.[1] Tamal não é mais mencionado depois disso,[1] a menos que possa ser identificado com "Atamali" que liderou um raide em 941/942.[2][7] Ele, contudo, é muito provavelmente um de seus partidários (gulans), que permaneceram uma força poderosa em Tarso e no tugur por algum tempo. Seu tenente Baxir sucedeu-o como governador, seguido alguns ano depois por outro gulam, Nácer, enquanto os "Tamalias" (Thamaliyya - lit. "homens de Tamal") são mencionados como uma facção em 938, quando eles mataram seu rival Tarife. Os gulans de Tamal são mesmo atestados em Tarso durante o período hamadânida subsequente tão tarde quanto meados de 960.[8] Ver também
ReferênciasBibliografia
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