O desenvolvimento começou em 2001 (logo após o sucesso do primeiro filme) e, após divergências com produtores, os roteiristas do filme anterior foram substituídos por Adamson. A história central foi inspirada no filme Guess Who's Coming to Dinner (1967) e novas ferramentas de animação foram utilizadas para melhorar a aparência visual de cada personagem, particularmente a do Gato de Botas. Os dubladores originais também receberam um aumento significativo no salário para US$ 10 milhões, que na época estava entre os contratos mais altos em suas respectivas carreiras.
Shrek 2 estreou no Festival de Cinema de Cannes de 2004, onde competiu pela Palma de Ouro, e foi lançado nos cinemas estadunidenses em 19 de maio de 2004. Com críticas positivas como a de seu antecessor, o filme arrecadou US$ 928,7 milhões no mundo todo. Ele marcou o segundo maior fim de semana de estreia de três dias na história dos Estados Unidos e a maior abertura para um filme de animação na época de seu lançamento;[6] se tornou também o filme de maior bilheteria de 2004 em todo o mundo. Shrek 2 também é o filme de maior sucesso da DreamWorks Animation até hoje, e detinha o título de ser o filme de animação de maior bilheteria de todos os tempos em todo o mundo até ser superado por Toy Story 3 em 2010. O filme recebeu duas indicações ao Oscar de Melhor Animação e Melhor Canção Original, e sua trilha sonora associada alcançou o Top 10 na Billboard 200 dos Estados Unidos. A sequência intitulada Shrek the Third, foi lançada três anos depois, em 2007.
Enredo
A princesa e o ogro vivem felizes no pântano após o casamento. Retornando da lua de mel, ela recebe a carta de seus pais, que a convida para o jantar. O ogro é convencido pela princesa a visitar os pais dela junto com o burro. Quando os pais da princesa descobrem que ela não havia se casado com o Príncipe Encantado, os problemas começam, e o Gato de Botas é enviado a fim de separá-los.[3]
A aparição de Rivers como ela mesma na cena do tapete vermelho do baile marcou a primeira vez que uma pessoa real foi representada na tela pela equipe de animação de Shrek. Sua cena (embora mantendo sua representação visual) foi redublada pela apresentadora Kate Thornton para o lançamento no Reino Unido.
No Brasil, o comediante Bussunda voltou a dar voz para Shrek, enquanto o apresentador Pedro Bial dublou Doris, a irmã Feia.[9]
Na Reino Unido, o apresentador Jonathan Ross dublou Doris.
Simon Cowell aparece como ele mesmo em Far Far Away Idol, uma paródia de American Idol, nos recursos especiais do DVD e pouco antes dos créditos na edição VHS dos EUA.
Produção
Em 2001, logo depois do sucesso do filme original, Mike Myers, Eddie Murphy e Cameron Diaz negociaram um pagamento adiantado de US$ 10 milhões cada para emprestarem suas vozes a uma sequência do filme.[10][11][12][13] Este aumento no cachê representou um acréscimo significativo do salário de US$ 350.000 que cada um dos três recebeu para o primeiro filme.[12] De acordo com Jeffrey Katzenberg, o produtor executivo de Shrek 2 e co-fundador da DreamWorks Pictures, que liderou as negociações, os pagamentos foram provavelmente os mais altos em toda a carreira dos atores.[10] Esperava-se que cada um dos atores trabalhasse entre 15 e 18 horas no total.[10] Foi estipulado que o filme teria um orçamento inicial estimado de US$ 70 milhões.[14][15]
Ted Elliott e Terry Rossio, os roteiristas do primeiro filme, insistiram que a sequência fosse um conto de fadas tradicional, mas após desentendimentos com os produtores, eles abandonaram o projeto e foram substituídos pelo diretor Andrew Adamson. Sua escrita de Shrek 2 foi inspirada no filme de comédia dramática de 1967 Guess Who's Coming to Dinner e foi concluída com a ajuda dos co-diretores do filme, Kelly Asbury e Conrad Vernon, que passaram a maior parte da duração da produção do filme no norte da Califórnia, enquanto Adamson passava a maior parte do tempo com os dubladores do filme em Glendale.[16]
A DreamWorks iniciou a produção de Shrek 2 em 2001,[17] antes mesmo da conclusão do primeiro filme.[16] O estúdio adicionou mais personagens humanos ao filme do que havia em seu antecessor e melhorou a aparência e o movimento dos personagens com o uso de vários novos sistemas de animação e renderização.[18] Em particular, o personagem Gato de Botas exigiu o desenvolvimento de um novo conjunto de ferramentas de produção de filmes para lidar com a aparência de sua pele, cinto e pluma de chapéu; a pele do gato exigia especialmente uma atualização para o shader de pele.[19] Toda a configuração do personagem foi concluída nos primeiros três anos de produção.[16]
Em uma versão inicial de Shrek 2, Shrek abdicou do trono e convocou uma eleição de conto de fadas. A campanha de Pinóquio foi uma campanha de "honestidade", enquanto a de Gingy foi uma campanha de "difamação". Adamson disse que embora esse enredo tivesse muitas ideias engraçadas, também era abertamente satírico e político e considerado "mais intelectual do que emocional".[20]Shrek 2 também parece muito mais escuro em termos de iluminação quando comparado ao filme original. Designers supostamente se inspiraram no ilustrador e gravador francês do século 19, Gustave Doré para melhorar a riqueza de detalhes e cenário do filme. De acordo com o designer de produção Guillaume Aretos "há muitas pinturas e ilustrações medievais [e] minhas próprias influências, que são pinturas clássicas dos séculos 15 e 16... O design de Shrek é sempre uma reviravolta na realidade, então tentamos [embalar] o máximo de detalhes e interesse possível nas imagens".[21]
O filme estreou nos Estados Unidos no dia 19 de maio de 2004 e arrecadou US$ 108.037.878, ficando em primeiro lugar nas bilheterias, e na época bateu o recorde de maior arrecadação em um único dia (US$ 44.797.042). Também contém a segunda maior abertura da história, atrás apenas de Homem-Aranha.
Arrecadou US$ 441.226.247 nos Estados Unidos e Canadá, sendo na época, a animação de maior bilheteria na América do Norte, sendo ultrapassado somente doze anos depois por Finding Dory que arrecadou US$ 486 milhões em 2016.[22] Ganhou mais US$ 487.534.523 nos outros países, perfazendo um total global de US$ 928.760.770.
Com esses resultados, o filme não só se tornou a maior bilheteria da franquia Shrek como também a maior bilheteria da história da Dreamworks, além de ser a maior bilheteria de 2004. Durante seis anos o filme foi a animação de maior bilheteria da história do cinema, até o lançamento de Toy Story 3 em 2010.[23]
Resposta crítica
Shrek 2 tem um índice de aprovação de 89% com base em 239 avaliações profissionais no site agregador de críticas Rotten Tomatoes, com uma classificação média de 7,7/10; seu consenso crítico diz: "Pode não ser tão novo quanto o original, mas o humor atual e os personagens secundários coloridos fazem de Shrek 2 um vencedor por si só".[24] O Metacritic atribuiu a Shrek 2 uma pontuação de 75 de 100 com base em 40 críticas, indicando "críticas geralmente favoráveis".[25] O público consultado pelo CinemaScore deu ao filme uma nota média "A" em uma escala de "A+" a "F".[26]
Roger Ebert deu ao filme três de quatro estrelas, dizendo que é "brilhante, animado e divertido",[27] enquanto Robert Denerstein, do Denver Rocky Mountain News, chamou-o de "extremamente engraçado".[28] James Kendrick da QNetwork elogiou o enredo, chamando-o de "familiar, mas engraçado".[29] J. R. Jones, do jornal Chicago Reader, chamou-o de "entretenimento familiar inatacável" e semelhante ao primeiro filme.[30] Michael O'Sullivan, do The Washington Post, chamou-o de "melhor e mais engraçado que o original".[31] Sean Naughton da revista Complex o descreveu como "uma das sequências de animação mais bem-sucedidas de todos os tempos".[32]
Embora tenha escrito que não é tão bom quanto o primeiro filme, Kevin Lally da revista Film Journal International o descreveu como "inventivo e muitas vezes muito engraçado".[33] Peter Rainer, da revista New York, no entanto, afirmou que o filme "consegue desfazer muito do que fez de seu antecessor um passeio de alegria gerado por computador".[34]
Prêmios e indicações
Shrek 2 foi indicado à Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes de 2004.[35] Ganhou cinco prêmios durante a 31ª cerimônia do People's Choice Awards: Filme de Animação Favorito, Estrela de Cinema de Animação Favorita por "Burro" (Eddie Murphy), Filme de Comédia Favorito, Vilão de Filme Favorito por "Fada Madrinha" (Jennifer Saunders) e Sequência Favorita.[36] Também ganhou um Teen Choice Award na categoria Escolha do Público – Comédia.[37] O filme foi indicado ao prêmio da Visual Effects Society na categoria "Melhor Performance de um Personagem de Animação em um Filme de Animação".[38]
Em 2008, o filme foi indicado para constar na lista dos dez melhores filmes de animação estadunidenses elaborada pelo American Film Institute, mas acabou não sendo finalista.[42]
Referências culturais
Piadas e paródias
No início do filme, Shrek está beijando Fiona na praia, quando uma onda surge e uma sereia aparece beijando ele, até Fiona joga-lá no mar novamente. Essa sereira é idêntica a Ariel, de A Pequena Sereia da Disney.[43] A cena do beijo é uma referência a clássica cena do filme From Here to Eternity entre Burt Lancaster e Deborah Kerr.
A cena em que Shrek é beijada por Fiona enquanto estava pendurada de cabeça para baixo em uma armadilha com lama em seu rosto (que Fiona limpa como uma máscara) é uma referência ao primeiro beijo de Peter Parker e Mary Jane em Homem-Aranha.[43]
O trompetista que continua tocando depois do resto do grupo, quando Fiona está recebendo o convite de seus pais, está tocando a música original do Hawaii Five-O.[43]
A terra de Tão Tão Distante é uma paródia das áreas do Sul da Califórnia, como Hollywood, inclusive Tão Tão Distante possui o mesmo tipo de letreiro de Hollywood na montanha.[44]
O castelo de Tão Tão Distante é uma paródia do castelo da Disney.
Na cena em que o Gato de Botas começa a atacar Shrek e a percorrer todo o seu corpo, arranhando-o, em um certo momento, ele sai pela sua barriga, rasgando sua camisa. Essa parte é uma sátira ao filme Alien.[43]
Há várias paródias de marcas e empresas famosas em Tão Tão Distante, como "Farbucks", uma paródia do Starbucks,[45] "Burger Prince",[46] uma paródia de Burger King, "Abercrombie & Witch", uma paródia da Abercrombie & Fitch, "Pewtery Barn",[46] uma paródia de Pottery Barn, "Armani Armory",[46] uma paródia da Armani, "Tower of London Records", uma paródia da Tower Records,[46] "Versarchery",[46] uma peça da gravadora Versace, e "Old Knavery",[46] uma paródia da Old Navy.
Na cena em que o Rei Harold, a Rainha Lilian, Shrek e Fiona gritam furiosamente o nome um do outro (com o Burro alegremente chamando seu próprio nome) depois que o jantar é arruinado é uma referência ao The Rocky Horror Picture Show.[43]
O personagem Gato de Botas foi baseado no personagem Zorro, interpretado nos cinemas por Antonio Banderas, que também é o dublador do Gato. Vários trejeitos do felino foram inspirados com base na interpretação de Banderas no filme The Mask of Zorro.[43]
A cena onde o Gato risca a letra P (de Puss in Boots, seu nome original) no tronco de uma árvore com sua espada faz referência ao Zorro.[43]
Na cena em que Shrek derruba o balde de poções na fábrica da Fada Madrinha, dois operários se transformam em um castiçal e em um relógio, fazendo uma paródia dos personagens de Beauty and the Beast da Disney.[44]
Quando Shrek, Burro e o Gato estão saindo da sala de poções da Fada Madrinha com a porta se fechando, o Gato desliza sobre o chão e ainda consegue salvar seu chapéu, assim como Indiana Jones em The Temple of Doom.[43]
Durante uma cena dentro do bar Maçã Envenenada, o Gato bebe uma dose de leite e diz: "Odeio segundas-feiras!", uma referência à frase de efeito do gato dos quadrinhos Garfield.[44]
A cena em que o Pinóquio, o Homem-Biscoito, Os Três Porquinhos e o Lobo Mau vão salvar Shrek, Burro e o Gato de Botas do calabouço onde estão presos é uma paródia ao filme Missão Impossível, inclusive contendo a música tema do mesmo.[43]
No final do filme, durante o número musical do Burro e do Gato de Botas, o Gato puxa uma corda e joga água nele mesmo em uma referência ao filme Flashdance.[43]
A cena em que vários personagens de contos de fadas, incluindo a Fada Madrinha, chegam ao Castelo de Tão Tão Distante é uma paródia ao Tapete Vermelho do Óscar.[44]
A atriz, comediante e apresentadora Joan Rivers aparece como ela mesma, apresentando a cerimônia na cena.
Shrek chama o biscoito gigante de "Mongo", em uma referência ao personagem igualmente estúpido, mas incrivelmente forte de mesmo nome em Blazing Saddles. Mongo é uma paródia de monstros da ficção como Frankenstein, Godzilla e Sr. Stay Puft, o Homem de Marshmallow, de Os Caça-Fantasmas.[43]
Quando Mongo afunda no fosso em frente ao castelo, ele diz "Seja bom" para o Biscoito, em referência ao filme E.T. - O Extraterrestre, de Steven Spielberg (co-fundador da Dreamworks).[43]
Ao final do filme, o Rei Harold volta a sua forma original, a de um sapo, em uma paródia da fábula A Princesa e o Sapo.
Levando o humor do filme para um lado mais adulto, a cena em que Shrek, o Burro e o Gato estão sendo presos por guardas do reino, um deles encontra um saquinho de erva de gato com o Gato de Botas, que afirma não ser dele. Isso faz referência ao porte de drogas ilícitas. O programa que exibe a prisão dos três se chama Cavaleiros, uma paródia da série policial Cops.[43]
Em seu filme, Puss in Boots, guardas voltam a encontrar a tal erva nos pertences do Gato, que afirma ser seu medicamento.
Videogames
Shrek 2 (Shrek 2: Team Action) (2004)
Shrek 2 Activity Center: Twisted Fairy Tale Fun (2004)[47]
↑Kendrick, James. «Shrek 2 Movie Review». QNetwork Entertainment Portal. Consultado em 20 de dezembro de 2011. Arquivado do original em 7 de abril de 2014