O sexo anal é uma prática sexual que se caracteriza pela introdução do pênis no interior do ânus do parceiro sexual, seja ele mulher ou homem (relação heterossexual ou homossexual), ou não-binário. Entre humanos, tal prática é tida como uma forma de se obter prazer durante a relação sexual para satisfação de um ou ambos os participantes. Segundo alguns especialistas, tal atividade não causa dano à elasticidade anal, tampouco doenças como hemorróidas[1][2].
A prática do sexo sem proteção pode ser uma via de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, a mucosa é muito mais permeável a agentes externos que a pele comum. O uso de preservativos é recomendado.[3]
Anatomia e prática sexual
O ânus e o reto são a última seção do aparelho digestivo, que basicamente é uma extensa mucosa altamente irrigada e com alto poder de absorção. No total, esse último segmento mede — do ânus em si até a curva obtusa do sigmoide — 18 cm (15 cm dos quais pertencentes ao canal retal).[4]
O sexo pode ser uma experiência prazerosa quando envolve relaxamento e conexão entre os envolvidos, permitindo uma troca de intimidade e prazer mútuo. Embora possa parecer mais fácil para o ativo, o prazer não é garantido sem o estímulo e o relaxamento necessários, pois é o ambiente de confiança e sintonia que torna a experiência verdadeiramente satisfatória para ambos.[5] O sexo anal é uma relação que normalmente traz prazer ao praticante ativo, já que a musculatura do ânus é mais apertada do que a da vagina e a pressão sobre o pénis é maior.[6] No praticante passivo, ou seja aquele cujo ânus está sendo penetrado, quer homem quer mulher, o prazer nem sempre é garantido porque, dada a complexidade da preparação prévia, muitos entusiastas acabam por atropelar o tempo necessário para o devido relaxamento da musculatura em questão, nomeadamente através de anilingus (também chamado beijo grego ou beijo negro) ou de outra qualquer actividade similar. Quando os cuidados adequados são devidamente atendidos, o prazer do praticante passivo pode ser alcançado, especialmente no homem pro-orgástico até, devido à repetida massagem da próstata através da parede do reto.
A prática da penetração anal pode envolver, em simultâneo, a estimulação do clítoris (quando o praticante passivo é uma mulher ou homem trans), ou do pénis (quando o praticante passivo é um homem ou uma mulher trans), o que facilitaria o orgasmo.[7]
Existe, porém, o receio popular de que a prática constante do sexo anal, ao longo de anos, possa afrouxar a musculatura do ânus; Entretanto, estudos científicos de médicos e sexólogos não confirmam este receio a não ser em caso de intercurso com um pénis anormalmente grosso ou sem cuidado.[8][9]
Riscos à saúde
O sexo anal expõe os participantes a dois perigos principais: infecções, devido ao elevado número de microorganismos infecciosos não encontrados em outros locais do corpo, e danos físicos ao ânus e ao reto, devido à vulnerabilidade dos dois. Além disso, a penetração pode ser dolorida.[10] O sexo anal é frequentemente associado com hemorróidas, prolapso anal, dor no canal anal, úlceras e fissuras.[11]
Recentes estudos têm comprovado que o risco destes pontos citados anteriormente está a aumentar entre os homens que fazem sexo com homens. Do mesmo modo, um relatório de 1992 realizado em Porto Rico demonstrou que 40% dos homens fazem sexo anal com as mulheres, e poucos deles afirmaram usar preservativo.[12] O sexo anal sem o uso de proteção é muitas vezes referido como barebacking.[13]
A alta concentração de glóbulos brancos perto ao reto, juntamente com o risco de cortes na região aumentam o risco da transmissão do vírus HIV, porque o retrovírus do HIV se reproduz nas células do sistema imunitário Linfócito T/CD4. O uso de preservativos é uma forma clinicamente recomendada para diminuir o risco de infecções. O sexo anal sem proteção é a forma mais arriscada em termos de transmissão do HIV.[21][22]
↑Pornography: the production and consumption of inequality By Gail Dines, Robert Jensen, Ann Russo; p80
↑Primary Care in Obstetrics and Gynecology: A Handbook for Clinicians By Joseph S. Sanfilippo, Roger P. Smith; p408
↑Crandon JE. Int Conf AIDS. 1992 Jul 19-24; 8: D527 (abstract no. PoD 5830) Hertford College, Oxford University, UK; "A study concerning HIV related knowledge, attitudes, and behaviours in a sample of Puerto Rican men and its relevance to AIDS education, prevention and outreach in San Juan, Puerto Rico."[1]Arquivado em 15 de julho de 2007, no Wayback Machine. Accessed 27 September 2007
↑John Pauk, M.D., M.P.H., Meei-Li Huang, Ph.D., et al., "Mucosal Shedding of Human Herpesvirus 8 in Men" New England Journal of Medicine343 19: 1369 - 1377