Setor quaternário
O setor quaternário ou terciário superior da economia é uma expansão da hipótese dos três setores de Colin Clark e Jean Fourastié. Basicamente inclui atividades como geração e compartilhamento de informação (computação e tecnologia da informação), telecomunicações, educação, pesquisa e desenvolvimento, planejamento, consultoria e outros serviços baseados no conhecimento.[1][2][3][4] Tradicionalmente, as atividades econômicas são classificadas em três setores: primário (agricultura, pecuária e atividades extrativas), secundário (indústria) e terciário (comércio e serviços). Entretanto, muitos estudiosos consideram que as atividades da chamada era pós-industrial não se adaptam muito bem a esse esquema e propõem a introdução de um quarto setor para incluir as atividades intelectuais, tais como geração e troca de informação, educação, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias da informação e da comunicação e a alta tecnologia em geral - atividades anteriormente incluídas no setor terciário como serviços.[5] Os defensores do quarto setor argumentam que os serviços intelectuais não podem ser meramente considerados como parte do terciário, pois têm características muito diferentes. Os trabalhadores devem ser altamente qualificados e os investimentos em pesquisa e inovação no caso dessas atividades são muito maiores. Para as empresas, assim como para os governos, o conhecimento é considerado como um recurso estratégico de agregação de valor e como elemento de competição política e econômica. (Araújo, 1995; Borges, 1995; Conselho..., 1998; Malin, 1994).[3] No entanto, diferentes autores propõem definições não inteiramente coincidentes para esse novo setor. Segundo uma primeira definição, o setor quaternário agrupa as atividades de produção do saber e da comunicação e repousa sobre a propriedade intelectual. Para a economista francesa Michèle Debonneuil, trata-se de um setor econômico que conjuga o setor secundário e o terciário, cujos produtos não são nem bens nem serviços, mas "novos serviços que incorporam bens", tais como a disponibilização temporária de bens, de pessoas ou de combinações de bens e de pessoas. Marc Porat, em sua tese doutoral The Information Economy: Definition and Measurement,[6] constata o inchaço do setor terciário e propõe que algumas atividades tais como as ligadas a lazer, cultura e comunicações, sejam incluídas no setor quaternário. Além disso propõe que todas as atividades relacionadas com informação e conhecimento eventualmente incluídas nos setores primário, secundário e terciário da economia, passem a ser classificadas no setor quaternário. O setor quaternário se destaca, principalmente, em países desenvolvidos uma vez que requer mão de obra bastante qualificada. Não impressiona dizer que Coreia do Sul, Japão, EUA e Inglaterra estão nas mais altas posições. Somente neste último país, o terceiro e o quarto setor são responsáveis por 76 % dos empregos formais. Um grande contraste ocorre na Índia, um país onde 300 milhões de pessoas vivem com menos de US$1,00 por dia, apresenta um desenvolvimento extraordinário no setor de tecnologia da informação. Por ter uma mão de obra abundante, barata e que fala inglês, grandes empresas mundiais, como Amazon.com, tem seus call centers sediados lá. E não é só isso: os indianos dominam o ramo de processamento de dados, montagem e programação de grandes redes de serviço de informática. Por essa razão, das 500 empresas listadas na revista Fortune como as maiores do mundo, 125 têm seus centros de pesquisa e desenvolvimento na Índia. Em 2005, o país exportou em conhecimento o equivalente a três vezes todas as exportações brasileiras de soja e derivados. Alguns autores afirmam que a competição econômico-política futuramente dar-se-á não mais pela quantidade de produto físico (matéria-prima ou manufaturados) de uma economia, mas pelo conhecimento técnico-científico gerado e transformado em mercadoria. A informação será o bem econômico mais valioso. Ver tambémReferências
Ligações externas
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