SavantismoA síndrome do sábio,[1] síndrome do idiota-prodígio[2][3] ou savant (do francês savant, "sábio") é considerado um distúrbio psíquico com o qual a pessoa possui uma grande habilidade intelectual aliada a um déficit de inteligência. Tais habilidades são sempre ligadas a uma memória extraordinária, porém com pouca compreensão do que está sendo descrito.[4] CaracterizaçãoEncontrada em mais ou menos uma em cada 10 pessoas com autismo e em, aproximadamente, uma em cada 2 mil com danos cerebrais ou retardamento mental, a síndrome do sábio é citada na literatura científica desde 1789, quando Benjamim Rush, o pai da psiquiatria americana, descreveu a incrível habilidade de calcular de Thomas Fuller, que de matemática sabia pouco mais do que contar. Em 1887, no entanto, John Langdon Down, mais conhecido por ter identificado a síndrome de Down, descreveu 10 pessoas com a síndrome do sábio, com as quais manteve contato ao longo de 30 anos — como superintendente do Earlswood Asylum (Londres). Langdon usou o termo idiot savant (idiota-prodígio), para identificar a síndrome, aceito na época em que um idiota era alguém com QI inferior a 25.[4] Atualmente, graças aos cerca de cem casos descritos na literatura científica, sabe-se muito mais sobre esse conjunto de habilidades — condição rara caracterizada pela existência de grande talento ou habilidade, contrastando fortemente com limitações que, geralmente, ocorrem em pessoas com QIs entre 40 e 70 — embora possa ser encontrado em outras com QIs de até 114.[4] Há ainda muito a ser esclarecido sobre a síndrome do sábio. Os avanços das técnicas de imageamento cerebral, entretanto, vêm permitindo uma visão mais detalhada da condição, embora nenhuma teoria possa descrever exatamente como e por que ocorre a genialidade no savantista.[4] Há mais de um século, desde a descrição original de Down, especialistas vêm acumulando experimentos. Estudos realizados por Bernard Rimland, do Autism Research Institute (Instituto de Pesquisa do Autismo), em San Diego, Califórnia, vêm corroborar a tese de que algum dano no hemisfério esquerdo do cérebro faz com que o direito compense a perda. Rimland possui o maior banco de dados sobre autistas do mundo, com informações sobre 34 mil indivíduos. Ele observa que as habilidades presentes em autistas-prodígio são mais frequentemente associadas às funções do hemisfério direito (incluem música, arte, matemática, formas de cálculos, entre outras aptidões), e as habilidades mais deficientes são as relacionadas com as funções do hemisfério esquerdo (incluem linguagem e a especialização da fala).[4] A síndrome do sábio afeta o sexo masculino com frequência quatro a seis vezes maior e pode ser congênita ou adquirida após uma doença (como a encefalite) ou algum dano cerebral. Ser autista não significa necessariamente ser savant, e ser savant também não significa necessariamente ser autista. Casos mais conhecidosAbaixo uma relação de algumas pessoas com a síndrome do sábio:
Ver tambémReferências
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