São João d'Aliança
São João d'Aliança é um município brasileiro do estado de Goiás, Região Centro-Oeste do país. É conhecido como "O portal da Chapada dos Veadeiros". Sua população segundo o Censo 2022 do IBGE era de 14 041 habitantes.[3] Localizado na Chapada dos Veadeiros, a 331 km de Goiânia e 152 km de Brasília, tem uma área de 3 327,3 km². A principal via de acesso à cidade é pela BR-020 a partir de Brasília sentido Planaltina. No trevo para Formosa, vira-se à esquerda na DF-345 até a fronteira com Goiás, onde a estrada passa a se chamar GO-118 ou BR-010 (Rodovia Belém-Brasília). GeografiaDe acordo com a divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vigente desde 2017,[6] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Luziânia-Águas Lindas de Goiás e Imediata de Flores de Goiás.[7] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião da Chapada dos Veadeiros, que por sua vez estava incluída na mesorregião do Norte Goiano.[8] Geologia e HidrologiaO município é cortado pela Serra Geral do Paranã e, assim, tem parte de sua área no Vale do Paranã, de topografia plana, que se diferencia em vários aspectos da Chapada dos Veadeiros. A Chapada dos Veadeiros em si é dividida em três grupos de rochas: Paranoá, Bambuí e Araí, permitindo altitudes variantes entre 600 m a 1.200 m. São João d’Aliança está situado nas dobraduras do Grupo Paranoá que corta Brasília até Alto Paraíso de Goiás. Há milhões de anos um choque intercontinental provocou um soerguimento de rochas deixando um legado de morros, vales, encostas, rachaduras e trincas, além de mirantes de 440 m com uma vista panorâmica para o Vale do Paranã. Dois rios abastecem o município: o Rio das Brancas, também chamado Capetinga, faz a divisa oeste do município; e o Tocantinzinho, que é a nascente do Rio Tocantins e forma a Lagoa Serra da Mesa. A divisa leste do município é feita pelo Rio Paranã, recebendo seus afluentes que se juntam mais adiante formando a Bacia do Tocantins. E ao sul está Brasília, no Planalto Central, onde nascem as Águas Emendadas, formadoras de três das cinco importantes bacias hidrográficas brasileiras. Este lugar, que já foi chamado de Olhos d’Água, é repleto de nascentes, águas que saem de São João d’Aliança e se espalham pelo Brasil. Clima e VegetaçãoSão João d’Aliança possui um clima bastante ameno, com temperatura sofrendo pouca variação, entre 15 °C e 28 °C. Intercalam-se períodos bem definidos de chuvas entre outubro e maio e de seca entre junho e setembro. Em decorrência desses períodos bem definidos, a umidade relativa do ar possui diferenças extremas entre 100% e 13%, dependendo do período do ano. A visibilidade é perfeitamente límpida no período chuvoso e pouco embaçada no período seco. A vegetação é o Cerrado, com formações florestais, savânicas e campestres. Onze fisionomias diferentes formam um mosaico misterioso e envolvente, permitindo a existência de mais de dez mil espécies de plantas que são fonte de remédios fitoterápicos, alimento e madeira. Uma faixa significativa do Cerrado nas escarpas da Serra Geral do Paraná é pré-amazônica, sendo uma importante área de transição. A fauna é outro fator de importância, e ainda é possível avistar diversas espécies silvestres, desde pequenos roedores até a onça pintada. A avifauna é riquíssima, com variantes entre o menor pica-pau do mundo e bandos de emas soltas e em liberdade. HistóriaO nome do município traz em si parte da sua história. O primeiro registro oficial de São João d’Aliança é de 1910[9]. Consta que o povoado possuía duas casas e uma capela dedicada a São João Batista. Pertencia ao Município do Forte e se chamava Capetinga, palavra de origem tupi-guarani que segundo moradores significa “água branca” ou “águas claras”. Mais tarde, em louvor ao padroeiro São João Batista, o povoado passou a chamar-se São João da Capetinga. Entre 11 e 20 de setembro de 1926 a Coluna Prestes atravessou o município, passando por trilhas cavaleiras com uma comitiva de políticos, e por ser este local ponto de apoio da Aliança Liberal, o nome do município foi modificado. Em 22 de abril de 1931, o povoado foi elevado à categoria de vila e denominado São João d’Aliança. O município foi extinto em 1939, quando passou a ser distrito do município de Formosa, e apenas quinze anos depois, em 1º de outubro de 1953, foi novamente elevado à categoria de município. A cultura do povo de São João d’Aliança está enraizada em três histórias. Do distrito do Forte, vila localizada ao pé da Serra Geral do Paranã, vem a história de uma comunidade negra, provavelmente remanescente de quilombo. Outra história revela a origem europeia pela trajetória que remete à primeira metade do século XIX e tem como protagonista Antônio Rebendoleng Szervinsk[10], nome abrasileirado de seu nome polonês Antoni Dołęga Czerwiński. Consta-se que "o polonês" estabeleceu-se no nordeste goiano, atual microrregião da Chapada dos Veadeiros, numa sesmaria, doação do Imperador Dom Pedro II pelos seus serviços ao império brasileiro, entre a Serra da Piedade e as confrontações limítrofes do município São Joanense. Segundo Jan Magalinski, seria em território goiano “o primeiro imigrante que se tem notícias mais concretas [...] de nacionalidade polonesa e pertencente ao exército napoleônico” (MAGALINSKI, 1984, p. 129)[11]. A historiografia brasileira nos esclarece o terceiro eixo que conforma a história do município. No século XIX, com o fim da escravidão, o governo mantinha suas estruturas de poder baseadas no coronelismo dos grandes fazendeiros e nos tecnoburocratas das cidades. As famílias Chrisóstomo, Fernandes, Souza e Carmo detinham o poder na região. Era da Fazenda Olhos d’Água as terras, à beira de nascentes, cedidas para a paróquia e de onde surgiu a vila, por isso chamada Vila Olhos d’Água, que é hoje a cidade de São João d’Aliança. Foram os interesses políticos que fizeram com que, em 1930, a sede do município fosse transferida do Forte, no Vale do Paranã, para a Vila Olhos d’Água, na Chapada dos Veadeiros. A disputa de poder entre os coronéis marcou a história da região e compôs, ao lado da matriz africana e polonesa, os coloridos fios da trama conforme a cultura de São João d’Aliança InfraestruturaHoje com a política atual mais consciente, embora com dificuldade. A cidade se mantém mais reconhecida pela suas ruas asfaltadas e mais limpas, seu comércio já consegue abastecer boa parte da região, os municipios vizinhos são parceiros vindo comprar suas mercadorias cortando um pouco do longo caminho antes percorrido indo a Brasília. Contamos com duas emissoras de rádio, vários mercados de porte médio, auto peças, oficinas mecânicas de nivel razoável atendendo até partes eletrônicas, alinhamentos e balanceamentos eletronicos de carros. Um hospital, três postos de saúde, cinco farmácias e um laboratório. Na área hoteleira; dois hoteis com capacidade de aproximadamente 700 UH, restaurantes; cinco restaurantes com capacidade de 1500 pratos diários, bares e similares distribuidos pelos quatro cantos da cidade. Distribuidora de bebidas são seis. Um Centro de Apoio ao Turista, uma associação de guias. Dois postos de combustível inclusive com praça de alimentação e Bandeira (Subway). Sistema de abastecimento de água(Saneago). Substação de rebaixamento de energia elétrica. Hoje contamos também com uma operadora de Turismo vários estabelecimentos comerciais novos instalados. Uma Empresa Multinacional de processamento de sementes (Bayer). Prestes a ser montada, a maior Usina do Mundo de geração de energia limpa, placas fotovoltaicas. CulturaA cultura são-joanense tem característica bem peculiar em decorrência de grandes períodos de isolamento do urbanismo. Seus costumes foram forjando-se ao longo do tempo com costumes bem ruralistas, misturando índios, negros e brancos poloneses. Dessa mistura nasce a religiosidade, as danças folclóricas (curraleira, lundu, catira, sapateados, trovas, versos, poesias, rezas, ladainhas em latim) e as festas religiosas (Caçada da Rainha, Santo Reis, São Sebastião, Nossa Senhora do Rosário, Romaria Nossa Senhora da Abadia do Muquém, Nossa Senhora dos Verdes, Santa Luzia, Divino Espírito Santo, Divino Pai Eterno). O calendário às vezes é ajustado às datas comemorativas nacionais. Das raízes culturais nasceram muitos artistas, poetas, trovadores, repentistas, contadores de causo, pintores, escultores, raizeiros fitoterápicos, parteiras, rezadeiras, benzedeiros e outros. EconomiaA exploração de manganês nos meados do século passado até os anos noventa carregou da região milhares de toneladas de minério de ferro para abastecer siderúrgicas em Minas Gerais e São Paulo, mantendo a economia do município aquecida. Com grande espaço de Cerrado aberto, dois possantes pilares se levantam na parte econômica: a pecuária (gado de corte) e a monocultura de grãos como soja e milho, seguida do feijão irrigado. Com o agronegócio, o município de São João d’Aliança passa a se tornar um importante celeiro de alimento e renda. O comércio da cidade também começa a despontar, gerando empregos e mantendo equilíbrio na economia. TurismoCom grande potencial natural do município, a integração com a Chapada dos Veadeiros e a proximidade de Brasília, o turismo, ainda que emergente e tímido, começa dar sinais positivos de que um grande braço se levanta em favor de ganhos econômicos e ambientais. Podendo ser considerado o “Portal da Chapada” (por ser o primeiro município da Chapada dos Veadeiros a partir de Brasília), São João d’Aliança conta com um Centro de Atendimento ao Turista, uma associação de guias e uma agência de ecoturismo, apesar de melhorias necessárias em termos de pousadas e restaurantes. Entre seus principais atrativos ecoturísticos, destacam-se:
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