Ronnie Von nasceu Ronaldo Nogueira.[3] Só mais tarde, nos anos 2000, o cantor decidiria incorporar outros sobrenomes, que, segundo disse o cantor, foram "emprestados" da segunda mulher de seu avô.[4] Todavia, segundo Luiz Paulo de Castro von Schilgen, neto do alemão Nicolau von Schilgen e de Laura Lindenberg, Ronaldo Nogueira era um frequentador assíduo da casa da família Lindenberg Von Schilgen ("Ele vivia aqui"), em Vitória. Paulo supõe que o nome artístico "Ronnie Von" tenha sido uma "homenagem" do cantor a seus amigos.[5] De um modo ou de outro, o nome Ronaldo Lindenberg Von Schilgen Cintra Nogueirafoi inventado, conquanto ainda seja frequentemente referido como o verdadeiro nome do cantor.
Aos 19 anos, casou-se com Aretuza[10], com quem teve dois filhos: Alessandra (n. 2 de janeiro de 1970) e Ronaldo (n. 2 de dezembro de 1970).[11] O casamento durou 12 anos.[12] Separaram-se em 1975, quando o cantor tinha 32 anos.[13] Oito meses antes da separação, ele já começara a sair com Anna Luíza, com quem ficaria até 1983,[14] quando se separaram, o que, segundo seus biógrafos,[15]"devastou o coração de Ronnie". Ele acabaria por ficar com a guarda dos filhos - arranjo aprovado pela ex-esposa, Aretuza, "para amenizar aquele sofrimento dele".[16]
Em 1979, contou que tivera uma doença rara, que inicialmente disse ser uma polineuriteplurirradicular [sic] e que o teria deixado imóvel durante 60 dias.[17][18] Anos depois, passou a dizer que a doença teria sido a síndrome de Guillain-Barré (também conhecida por polirradiculoneuropatia idiopática aguda ou polirradiculopatia aguda imunomediada ou, ainda, polineurite aguda ascendente),[19] e que havia ficado paralítico por um ano (não por 60 dias). Ainda segundo seu relato, a doença o acometera após o forte estresse emocional: "Tinha acabado de me separar da minha primeira esposa".[20] No entanto, seu primeiro casamento terminara de facto em 1975, ou seja, quatro anos antes.[21][22] Mais recentemente, o cantor voltou a se referir à tal doença como "polineurite plurirradicular", desmentindo que se tratasse de Guillain-Barré, e dizendo ter sido curado pela medicina tradicional chinesa.[23]
Entre 1984 e 1986, teve um romance com a atriz Bia Seidl.
Desde 1986, sua companheira é Maria Cristina Mestres Rangel, a Kika, onze anos mais nova.[24] Os dois se conhecem desde quando Kika tinha apenas 11 anos de idade.[25] Com ela, Ronnie teria seu terceiro filho, Leonardo, nascido no dia 6 de junho de 1987, conhecido artisticamente como Léo Von.[26]
Em 1966, apresentou, na TV Record, o programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von, no qual interpretava um personagem baseado no livro O Pequeno Príncipe. A partir daí ficou conhecido como "Príncipe", apelido criado pela apresentadora Hebe Camargo. A alcunha também funcionou como um contraponto ao apelido de "Rei", dado a Roberto Carlos, sendo que, na época, havia um certo clima de rivalidade entre os dois cantores e os respectivos programas de televisão. O programa O Pequeno Mundo de Ronnie Von ganhou algum destaque na mídia, atraindo artistas diferentes daqueles que o programa Jovem Guarda costumava receber, dentre eles a cantora paulista Miriam Batucada e os futuros tropicalistas: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e o grupo Os Mutantes, que viria a se tornar atração permanente. Na véspera da estréia do programa, o trio tinha o nome de "Os Bruxos", mas nem Rita Lee nem os irmãos Dias Baptista (Arnaldo e Sérgio) estavam satisfeitos com o nome do grupo e queriam mudá-lo. De acordo com Carlos Calado,[27] a ideia do nome "Os Mutantes" veio de uma brincadeira irônica de Alberto Helena Júnior, produtor do programa, com Ronnie Von, que, na época, andava lendo O Império dos Mutantes, de Stefan Wul,[28] e não falava de outro assunto. "Vocês ainda estão procurando um nome para o conjunto dos meninos? Por que não Os Mutantes?" Ronnie Von gostou da ideia de Alberto Helena e levou-a ao grupo, que a aprovou imediatamente.[29][30][31]
No fim dos anos 60, Ronnie participou também do III Festival de Música Popular Brasileira em 1967, defendendo a música "Uma Dúzia de Rosas", de Carlos Imperial. Na mesma época, gravou discos de música psicodélica, muito influenciados pelos Beatles.[32] Incluem-se nessa fase os discos Ronnie Von (1968), A Misteriosa Luta do Reino de Parassempre Contra o Império de Nuncamais (1969) e A Máquina Voadora (1970). Para seu desapontamento, os discos fizeram pouco sucesso à época, mas o cantor afirma que, segundo uma "publicação austríaca", um desses seus discos seria o melhor disco de rock psicodélico do mundo e seria disputado, a peso de ouro, pelos colecionadores. '"Um amigo meu chegou a comprar em Tóquio esse vinil por US$ 4.800, isso é um absurdo", disse.[33]
Em toda a sua carreira, Ronnie Von afirma ter vendido mais de 10 milhões de discos.[34][35]
Em 1995, publicou o livroMãe de gravata, em que relata sua experiência de ficar com a guarda dos filhos após a separação. O livro originou o programa homônimo, que Ronnie Von apresentou na CNT e TV Gazeta, de 1999 a 2000.
A partir de 2004, apresentou o programa Todo Seu exibido diariamente na TV Gazeta. Seu programa registrava audiência média de 2 a 3 pontos.[36] Em 19 de julho de 2019, Ronnie Von deixou a TV Gazeta, devido ao fim do Todo Seu.
Em março de 2007, foi lançado na internet um tributo independente dedicado à fase psicodélica do cantor, Tudo de Novo - Tributo a Ronnie Von. A homenagem virtual, coordenada pela jornalista Flávia Durante, a partir de uma comunidade no extinto Orkut, contou com 30 bandas de todo o Brasil.[37][38]