Ribolhos
Ribolhos é uma povoação portuguesa do Município de Castro Daire que foi sede da extinta Freguesia de Ribolhos, freguesia que tinha 2,42 km² de área e 266 habitantes (2011), e, por isso, uma densidade populacional de 109,9 hab/km². A Freguesia de Ribolhos foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada às Freguesias de Mamouros e Alva, para formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Mamouros, Alva e Ribolhos com a sede em Mamouros.[1] Ribolhos constituiu até ao início do século XIX o couto de Ribolhos; foi vila e sede de concelho. Pertenceu ao concelho de Mões até à extinção deste em 1855, data em que passou a integrar o cocelho (atual município) de Castro Daire.[2] Tinha, em 1801, apenas 125 habitantes. A Freguesia de Ribolhos era composta por apenas por Ribolhos (sede de freguesia), São Domingos, uma pequena povoação situada na confluência dos rios Paiva e Paivô, e a Soalheira, um pequeno lugar habitado apenas por uma família, proprietária de uma das mais antigas serrações de todo o concelho e a primeira a obter energia de uma máquina a vapor, por volta dos anos 30 do século XX.[carece de fontes] Embora pequena, Ribolhos exerce bastante influência na vida quotidiana de habitantes de aldeias próximas mas pertencentes a outras freguesias, como é o caso dos habitantes de Grijó de Mões, Casais de D. Inês, Courinha e Vila Franca (todas pertencentes à freguesia de Mões).[carece de fontes] Esta localidade é também sede de paróquia (como é tradição em Portugal), tendo como padroeiro Santo André. No entanto a sua maior festividade anual é dedicada à Nossa Senhora do Amparo, realizando-se a festa em sua honra no segundo domingo de Agosto. Em Ribolhos tem sede a Associação Desportiva e Cultural de Ribolhos que realiza actividades desportivo/culturais periódicas sendo de salientar o seu Rancho Folclórico, da qual fazem parte 48 pessoas que percorrem o país de norte a sul de Portugal. Realiza o seu Festival Nacional de Folclore no segundo domingo de Agosto de cada ano. População
Média do País no censo de 2001: 0/14 Anos-16,0%; 15/24 Anos-14,3%; 25/64 Anos-53,4%; 65 e mais Anos-16,4% Média do País no censo de 2011: 0/14 Anos-14,9%; 15/24 Anos-10,9%; 25/64 Anos-55,2%; 65 e mais Anos-19,0% PatrimónioBarro negro de RibolhosHistorialA actividade barrista de Ribolhos, tradição secular, é uma arte de trabalhar o barro que aparece inserida num contexto sócio-económico propício ao seu desenvolvimento. A inexistência de qualquer actividade industrial, a precária agricultura e o agreste, mas belo, espaço geográfico, levaram a que alguns dos artesãos mais afoitos, fizessem da olaria o seu único meio de sobrevivência. A roda baixa, a pia de pedra, o maço de madeira, a peneira e os outros instrumentos fabricados pelo oleiro, constituem os artefactos que deram nome aos Barros Negros de Ribolhos. De entre os primeiros oleiros desta terra, dois deram o nome a esta tradição. Em primeiro lugar, mestre Albino, nasceu a 19 de janeiro de 1890 em Ferreirós, freguesia de Resende. Aos dez anos veio com os seus pais para Ribeira de Arcas, freguesia de Mões, onde estabeleceram a primeira oficina de olaria, da qual já não há vestígios. Aos dezasseis anos, mestre Albino, já estava a trabalhar como oleiro em Ribolhos, mas por cota de outrem. Aos vinte e seis anos, constituiu família e tornou-se mestre de olaria, com oficina própria, deixando apenas a sua actividade cerca dos noventa anos, vindo a falecer a 14 de dezembro de 1985. O segundo oleiro de que vos falo, é o mestre José Maria Rodrigues, nasceu em Ribolhos a 10 de fevereiro de 1906. Mal aprendeu a ler e a escrever, passou a ajudar o seu pai na oficina e no sustento da família. Casou aos vinte e dois anos e estabeleceu-se por sua conta aos vinte e sete. Correu o país de norte a sul em feiras e exposições. Deixou de trabalhar na roda aos oitenta anos, vindo a falecer alguns anos mais tarde. Hoje, o desenvolvimento da actividade barrista, continua nas mãos de Jorge Ferreira, que utiliza a título de empréstimo, a roda de oleiro de António Rodrigues, irmão de José Maria Rodrigues. Jorge Ferreira trabalha o barro não pelo sustento familiar, mas sim pelo gosto e pela preservação desta nobre tradição. O ArtistaFilho de pessoas do campo e familiar, por parte da mãe, do oleiro mestre Albino (pioneiro dos Barros Negros de Ribolhos), Jorge Ferreira, nasceu em Ribolhos, concelho de Castro Daire a 21 de junho de 1966. Ainda jovem, abandonou os estudos, tendo optado pela actividade comercial. Mais tarde emigrou para a América do Norte onde permaneceu alguns anos. Regressou a Portugal na década de 80 e prosseguiu os seus estudos, tendo-se licenciado em professor de Educação Visual e Tecnológica. Desde muito cedo que o gosto pelas artes, lhe despertou imenso interesse. A pintura e a olaria, tornaram-se nas suas grandes paixões. Trabalha o barro através de um processo totalmente tradicional, que vai desde a extracção da argila até ao método de cozedura. Este processo tradicional, permite-lhe preservar uma tradição e criar peças artísticas originais, próprias dos Barros Negros de Ribolhos. As suas peças estilizadas, são associadas a um certo misticismo que lhes confere uma vida própria. Têm como base de inspiração, a fantasia, o sobrenatural, o fado e o retrato da vida quotidiana. Referências
Ligações externas
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