Se denomina resistência aerodinâmica, ou simplesmente resistência, ao componente da força que sofre um corpo ao mover-se através do ar na direção da velocidade relativa entre o ar e o corpo. A resistência é sempre de sentido oposto a tal velocidade, pelo que habitualmente se diz dela que é a força que se opõe ao avanço de um corpo através do ar.
De maneira mais geral, para um corpo em movimento no seio de um fluido qualquer, tal componente recebe o nome de resistência fluidodinâmica. No caso da água, por exemplo, se denomina resistência hidrodinâmica.
Introdução
Galileu descobriu a resistência aerodinâmica. Assim como que com outras forças aerodinâmicas, se utilizam coeficientes aerodinâmicos que representam a efetividade da forma de um corpo para o deslocamento através do ar. Seu coeficiente associado é conhecido popularmente como coeficiente de penetração, coeficiente de resistência ou coeficiente aerodinâmico, sendo esta última denominação especialmente incorreta já que existem várias forças aerodinâmicas, com seus respectivos coeficientes aerodinâmicos, e cada um deles tem um significado diferente.
A forma na qual se estuda a resistência aerodinâmica apresenta algumas particularidades segundo o campo de aplicação.
Em aeronáutica
A resistência total de um avião em vôo pode ser decomposta nas seguintes resistências:
Resistência parasita
Denomina-se assim toda resistência que não é função da sustentação. É a resistência que se gera por todas as pequenas partes não aerodinâmicas de um objeto. É composta, por sua vez, por:
Resistência de perfil: A resistência de um perfil alar pode ser decomposta por sua vez em outras duas:
Resistência de pressão: Devida à forma do corpo.
Resistência de fricção: Devida à viscosidade do fluido.
Resistência adicional: É a resistência provocada pelos componentes de um avião que não produzem sustentação, como por exemplo a fuselagem ou as carenagens dos motores.
Resistencia de interferência: Cada elemento exterior de um avião em vôo possui sua camada limite, mas por sua proximidade estas podem chegar a interferir entre si, o que conduz à aparição desta resistência.
Resistência induzida
Se é considerada uma asa de envergadura finita, devido a uns turbilhões que aparecem nos extremos da asa pela diferença de pressões entre o extradorso e o intradorso, surge a chamada resistência induzida. Esta resistência é função da sustentação e disto advém que é também função do ângulo de ataque, de tal maneira que maior sustentação (e portanto, maior ângulo de ataque) implica maior resistência induzida. É a resistência produzida como resultado da produção de sustentação. Altos ângulos de ataque, que produzem mais sustentação, produzen alta resistência induzida. É, em outras palavras, a resistência pelo peso. Pode ser dito de certo modo que romper a inércia é parte disto. A resistência induzida é uma das forças aerodinâmicas opostas à sustentação.
A fórmula da resistência aerodinâmica total criada por um automóvel em movimento é idêntica à utilizada em aeronáutica.
A utilização do coeficiente é muito mais cômoda que a utilização de forças.
Fatores que afetam a aerodinâmica de um carro
As formas suaves (para-choque, retrovisores, faróis,...) podem melhorar a aerodinâmica. Ainda que, um final do teto ou do porta-malas em ângulo e dirigido para baixo (como nos modelos Audi A2, Citroën C4, Primer Astra e Irisar PB), seja melhor um final de teto ou porta-malas arredondado(Megane Classic e Clío sedan).
As partes baixas carenadas são uma solução pouco utilizada, mas eficiente. Além disso, podem ser utilizadas para fazer o carro mais estável, com muito pouca penalização na resistência.(Renault Clío Sport 2006)
A quantidade de superfície que se enfrenta ao vento é junto com o coeficiente aerodinâmico os dois fatores que determinam a resistência aerodinâmica final.
Aerodinámica enganosa
O que um veículo seja mais ou menos aerodinâmico depende mais de detalhes tais como a inclinação dos parabrisas que de formas espetaculares (Citröen CX, Lamborghini Countach ).
Dois exemplos:
Obviamente, como a resistência aerodinámica se reflete em uma força que se opõe ao movimento e que pode estimar-se a partir dos coeficientes anteriores, também existirá um gasto energético adicional necessário para vencer esta resistência, que usualmente se quantifica como uma potência, caso no qual nos resulta de utilidade a seguinte fórmula:
Por tanto, se conhecemos os dados aerodinâmicos de um corpo também podemos calcular a potência necessária para mov~e-lo por um fluido a certa velocidade, tal como se mostra no seguinte exemplo:
Dados:
Veículo considerado: Audi A3 (Segunda geração, 2003-presente)
No entanto, não devemos esquecer que este não é a potência total necessária, já que na realidade no movimento propulsionado de um carro, além da resistência aerodonâmica existem outras resistências, como por exemplo o atrito com o solo, assim como as perdas mecânicas.
¹Valores aproximados. Cada modelo tem um diferente, mas se aproximará do valor da tabela. Além da forma inflem outros fatores, como a rugosidade da superfície. Por exemplo, uma bola de golfe é mais aerodinâmica, por suas perfurações, que uma esfera equivalente.
²Os coeficientes dos veículos de Fórmula 1 podem variar segundo a configuração de suas superfícies aerodinâmicas, a qual se ajusta para cada circuito.[2]