Relações entre Egito e Reino Unido

Relações entre Egito e Reino Unido
Bandeira do Egito   Bandeira do Reino Unido
Mapa indicando localização do Egito e do Reino Unido.
Mapa indicando localização do Egito e do Reino Unido.
  Egito

As relações entre Egito e Reino Unido referem-se às relações bilaterais entre a República Árabe do Egito e o Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. As relações são fortes e duradouras; envolvendo política, defesa, comércio e educação.

História

Domínio britânico

Ver artigo principal: Ocupação britânica do Egito
Churchill visita seu antigo regimento durante a Conferência do Cairo, Egito, dezembro de 1943.

O primeiro período do domínio britânico (1882-1914) é muitas vezes chamado de "protetorado velado". Durante este tempo o Quedivato do Egito permaneceu uma província autônoma do Império Otomano e a ocupação britânica não tinha base legal, mas constituiu um protetorado de facto sobre todo o país. Este estado de coisas durou até que o Império Otomano se juntou à Primeira Guerra Mundial ao lado das Potências Centrais em novembro de 1914 e a Grã-Bretanha declarou unilateralmente um protetorado sobre o Egito. O quediva governante foi deposto e seu sucessor, Hussein Kamel, obrigado a declarar-se Sultão do Egito independente dos otomanos em dezembro de 1914.

Independência egípcia do Reino Unido

El Alamein Commonwealth Cemetery

Em dezembro de 1921, as autoridades britânicas no Cairo impuseram lei marcial. Manifestações novamente levariam à violência. Em deferência ao nacionalismo crescente e por sugestão do Alto Comissário Lord Allenby, o Reino Unido declarou unilateralmente a independência egípcia em 28 de fevereiro de 1922, abolindo o protetorado e estabelecendo o Reino do Egito independente. Até o tratado anglo-egípcio de 1936, o Reino foi apenas nominalmente independente, uma vez que os britânicos mantinham o controle das relações exteriores, das comunicações, das forças armadas e do Sudão Anglo-Egípcio. Entre 1936-1952, os britânicos continuariam a manter a presença militar e conselheiros políticos em um nível reduzido.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas britânicas usaram o Egito como base para operações aliadas em toda a região.

As tropas britânicas foram retiradas para a área do Canal de Suez em 1947, mas sentimentos nacionalistas e antibritânicos continuaram a crescer após a guerra. A Revolução Egípcia de 1952 derrubou a monarquia egípcia, eliminou a presença militar britânica no Egito e estabeleceu a moderna República do Egito.

Crise de Suez de 1956

Ver artigo principal: Crise de Suez

Em 1956, o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser nacionalizou o Canal de Suez, um canal vital através do qual a maior parte do petróleo da Europa chegou do Oriente Médio. A Grã-Bretanha e a França, em aliança com Israel, invadiram o canal e derrubaram Nasser. Os Estados Unidos, liderados pelo presidente Dwight D. Eisenhower, se opuseram vigorosamente, usando pressão diplomática e financeira para forçar os três invasores a se retirarem. O primeiro-ministro Anthony Eden foi humilhado e logo renunciou. Thorpe resumiu os resultados inesperados; a política de Eden tinha quatro objetivos principais: em primeiro lugar, garantir o Canal de Suez; em segundo e, consequentemente, assegurar a continuidade dos fornecimentos de petróleo; em terceiro, remover Nasser; e quarto manter os russos fora do Oriente Médio. A consequência imediata da crise foi que o Canal de Suez foi bloqueado, os suprimentos de petróleo foram interrompidos, a posição de Nasser como líder do nacionalismo árabe foi fortalecida e o caminho foi deixado em aberto para a intrusão russa no Oriente Médio. Foi um fim verdadeiramente trágico para seu cargo de primeiro-ministro, e que veio a assumir uma importância desproporcional em qualquer avaliação de sua carreira.[1]

Relações modernas

O secretário de Relações Exteriores britânico William Hague se reunindo com o ex-ministro das Relações Exteriores egípcio Nabil Fahmy, em Londres, em maio de 2014.

As relações também dizem respeito a negócios militares. Tais como treinamento, visitas e acesso aos Commonwealth War Graves em Heliópolis e El Alamein. Também coordenação sobre voos e trânsitos do Canal de Suez para navios de guerra.[2]

No final de 2014, a Câmara de Comércio Egípcio-Britânica divulgou um relatório detalhando o volume do comércio entre os dois países, que aumentou significativamente naquele ano. As exportações britânicas para o Egito cresceram 15%, enquanto que as exportações egípcias para o Reino Unido cresceram mais de 30%. O relatório menciona o projeto do Novo Canal de Suez e a recuperação econômica do Egito após três anos de turbulência desde a revolta de 2011 como fatores contribuintes para essa conquista.[3]

Ver também

Referências

Geral
Especificas
  1. D. R. Thorpe, "Eden, (Robert) Anthony, first earl of Avon (1897–1977)", Oxford Dictionary of National Biography (Oxford University Press, 2004)
  2. The defence section - UK Embassy in Egypt website
  3. Farid, Doaa (16 de dezembro de 2014). «Egypt exports to UK grow by 30% in 2014: Egyptian-British Chamber of Commerce». Daily News Egypt 

Bibliografia

  • Darwin, John. Britain, Egypt and the Middle East: Imperial policy in the aftermath of war, 1918-1922 (1981)
  • Hahn, Peter L. The United States, Great Britain, and Egypt, 1945-1956: Strategy and Diplomacy in the Early Cold War (1991) online
  • Harrison, Robert T. Gladstone's Imperialism in Egypt: Techniques of Domination (1995)
  • Louis, William Roger. The British Empire in the Middle East, 1945-1951: Arab Nationalism, the United States, and Postwar Imperialism (1984)
  • Marlowe, John. A History of Modern Egypt and Anglo-Egyptian Relations, 1800-1953 (1954) online
  • Oren, Michael B. The Origins of the Second Arab-Israel War: Egypt, Israel and the Great Powers, 1952-56 (Routledge, 2013)
  • Royal Institute of International Affairs. Great Britain and Egypt, 1914-1951 (2nd ed. 1952) online
  • Tignore, Robert L. Egypt: A Short History (2011) online

Ligações externas

Ligações britânicas
Ligações egípcias